“Emiliano Quintana”
Eu queria fazer tudo direito, queria que a noite fosse perfeita em cada detalhe, mas quando eu vi a Pilar parada em minha frente, naquele vestido azul petróleo que parecia até estar pintado no corpo dela de tão justo, eu quase pulei o jantar. O vestido era muito justo até abaixo do quadril, depois disso ele era longo e solto com uma fenda na frente que fazia o tecido tremular entre suas pernas. Seu cabelo caía ondulado nas costas e eu só pensava em enfiar os meus dedos entre os fios e a puxar para um beijo.
Mas eu queria fazer tudo direito, então eu a levei para o jantar num bistrô francês e confessei a ela por quanto tempo eu já sentia esse desespero por ela, essa vontade de beijá-la e tocá-la. Fazia muito tempo, desde que ele tinha dezesseis anos eu já havia notado a sua beleza e ela perturbava o meu imaginário.
E quando nós finalmente terminamos a sobremesa, eu estava nervoso como se tivesse dezesseis anos. Nós saímos dali e fomos para a minha casa, minha nova casa. Eu não queria levá-la para um hotel, eu queria que ela se sentisse segura e protegida, então eu armei a maior operação de guerra da minha vida. Com a ajuda da minha mãe, da Abigail e do Maximilian eu vendi o meu apartamento e decorei minha casa nova.
Eu já havia comprado, uns meses antes, uma casa perto da casa do Martim e já tinha reformado. E o Martim me fez gostar do bairro, um bairro de construções antigas e grandes, e eu havia descoberto aquela casa há poucos metros da casa dele e a comprei, estava imaginando a surpresa dele quando descobrisse que seríamos vizinhos. Ninguém sabia, era uma surpresa, eu pretendia me casar e morar perto do meu amigo, mas com os planos de casamento desfeitos, eu tinha deixado a casa fechada, até o início da semana.
Agora eu esperava que a minha bruxinha entendesse que aquela casa não foi comprada pensando na Camila, mas sim na mulher que ficaria comigo o resto da vida.
- Biscoitinho, você levou a sério o horário ridículo que o meu irmão estabeleceu? – A Pilar reclamou quando eu virei o carro na rua do Martim e eu ri.
- Não, bruxinha, você vai para a minha casa. – Eu respondi e ela me olhou curiosa. Então eu entrei pela garagem e parei o carro diante da casa. – Esta é a minha nova casa, bruxinha.
- Mas e o apartamento? – Ela questionou.
- Vendi! – Antes de sairmos do carro eu contei a ela sobre a casa, quando e porque ela foi comprada. Eu queria que ela soubesse de tudo antes de entrar ali comigo e se ela não se sentisse confortável eu encontraria outro lugar.
- Você se mudou pra cá? – Ela perguntou e eu fiz que sim. – É linda por fora, quero ver por dentro.
Ela me olhou ansiosa e eu percebi que ela nem se importava sobre quando eu comprei a casa e tampouco que antes eu estive quase a ponto de me casar com outra mulher. Ela estava feliz por ser ela a mulher que estava ali comigo. Eu me senti empolgado e saí do carro depressa, dando a volta para abrir a porta para ela. Nós caminhamos de mãos dadas até a porta da frente e ela se encantou com cada flor desabrochada no jardim. Eu abri a porta da casa e a convidei a entrar, não só na casa, mas na minha vida.
- Nossa, é linda! – Ela ia passando de cômodo em cômodo no primeiro pavimento, elogiando cada espaço. Nós fomos para o andar de cima e eu a puxei para os meus braços.
- Você gostou do que viu até agora? – Eu perguntei depois de dar um beijo nela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...