“Martim Monterrey”
Era melhor resolver logo a situação da Pilar e do Emiliano antes que se instaurasse uma guerra nesse escritório. Eu não era tão paciente quanto o Emiliano e para evitar que eu acabasse entrando nessa disputinha dos dois era melhor fazê-los se entender de uma vez. Eu já havia ligado para o casal que cuidava da casa e mandado arrumar, só não sabia ainda como convencer os dois cabeças duras a ir.
- Mas, Martim, se nós fizermos o convite para os dois, eles não vão. Ou vão brigar na hora de ir e sair cada um para um lado. – A Abigail sugeriu e ela estava certa, isso poderia sair errado.
- Então o que fazemos coelhinha? – Eu a olhei sem ter nenhuma idéia e ela pensou por um momento.
- Já sei, você está cuidando de uma parte da obra do Emi, não está? – Ela me perguntou.
- Sim e já está quase no final. – Eu confirmei.
- Sendo assim, você pode dizer que precisa ir ver a obra e que quer que ele vá com você para discutirem alguma coisa. E aí, eu convido a Pilar para passar uns dias lá em casa e ela vai com a gente sem saber que o Emi também vai. E você se faz de bobo, como se não soubesse que eu convidei a Pilar, e eu me faço de surpresa por você ter convidado o Emi. – Ela sugeriu.
- É, uma boa idéia. Vamos tentar do seu jeito. – Eu concordei.
- Eu vou agora mesmo falar com a Pipa e já a mando pra casa fazer a mala e nós a pegamos antes de pegar o Emi. Você fala com o Emi e faz ele ir embora fazer a mala também. – Ela estava animada com a idéia.
- Então vai você primeiro e depois que a Pipa sair você me avisa, aí eu falo com o Emiliano. – Eu sugeri e a Abigail foi toda animada.
Dez minutos depois ela voltou comemorando que a Pilar já tinha ido pra casa e tinha adorado a idéia de passar uns dias na nossa casa. Era a minha vez de agir. Eu pensei bem nos meus argumentos e fui até a sala do meu amigo.
- Nossa, que cara é essa? – Eu perguntei como quem não quer nada ao entrar na sala do Emiliano como já tinha feito tantas vezes.
- Sua irmã. Ela é impossível, Martim, impossível! – O Emiliano reclamou. – Mas, quer saber, eu acho que a família toda é impossível. Olha você, infernizou a Abigail até não poder mais.
- Emiliano, no caso a Abigail é uma insuportável adorável e foi ela quem me infernizou. – Eu ri.
- Ah, vocês dois me infernizaram. Por quase um ano. E aí o que aconteceu? Os pombinhos se casaram e agora vivem arrulhando por aí, como se não tivessem quase jogado essa construtora no chão. – O Emiliano estava mesmo irritado, mas era muito engraçado, porque ele quase nunca ficava assim.
- Mas graças a você nada foi para o chão e nós estamos felizes. – Eu sorri para ele e me preparei para dar o golpe. – Emiliano, eu preciso ir ver a obra no sua casa de praia, pensei em ficar por lá no fim de semana com a Abi. Queria que você viesse com a gente para ver como está a estrutura.
- O quê, o fim de semana inteiro vendo os pombinhos arrulharem e baterem a cabeceira daquela cama na parede? Ah, não, obrigado, estou bem aqui e confio em você. – Ele recusou de pronto, eu precisaria ser mais convincente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...