“Pilar Monterrey”
Talvez eu tenha passado dos limites com o Emiliano, mas ele estava exagerando com isso. Depois a menina era eu. Nós deveríamos nos sentar e resolver isso como adultos, mas o bebêzão resolveu fugir e se esconder. E eu tinha escrito um cartão fofo e engraçado pra ele, dizendo que a nossa noite tinha sido ótima e que ele não precisava se casar comigo para repetirmos e que quem sabe nós poderíamos tomar aquele vinho, enfim, mas ela ainda não tinha aparecido.
- Eu quero falar com o Emiliano. – A Camila parou em minha frente e não parecia nada amigável.
- Ele não está. – Eu me limitei a responder.
- Eu não acredito em você! – Ela me encarou. – Vou te dizer uma coisinha, criança, você não vai roubá-lo de mim! E você não sabe com quem está mexendo, então se afasta.
- Aí você disse duas coisinhas e eu não estou nem aí para os seus recadinhos. – Eu respondi e sorri cinicamente para ela.
- Garotinha insolente. Você está avisada. – Ela bateu a mão no balcão da recepção, mas ao invés de ir embora ela foi entrando, em direção à sala do Emiliano.
Eu fui atrás dela e ela correu, então eu corri atrás dela. Ela entrou na sala do Emiliano e foi direto para a caixa de presente que eu havia deixado para ele.
- Me dá isso! – Eu exigi quando ela pegou o cartão.
- Dá nada, garota, isso aqui com certeza é pra mim. – Ela sorriu, abriu o cartão e leu. Ela esmagou o cartão entre as mãos e o jogou no chão, me encarando com um ódio mortal. – Sua ninfetinha ordinária!
A Camila veio pra cima de mim e me agarrou pelos cabelos e começou a puxar. Então eu também me agarrei aos cabelos dela e nós começamos uma luta de puxões de cabelos, safanões e empurra empurra. Nós acabamos caindo e rolamos pelo chão nos trocando golpes, até que ela foi tirada de cima de mim eu ouvi a voz do Emiliano.
- Chega, vocês duas! Não sabem se comportar? – O Emiliano segurava com dificuldade a Camila se debatendo, enquanto o Martim tentava me conter.
- Eu vou te matar, ninfeta do diabo! Ele é meu, meu! – A Camila gritou pra mim.
- Vai sonhando, vai sonhando! Ele nunca vai ser seu. – Eu respondi.
- Parou, Pilar! – O Martim falou alto comigo. – Que tipo de pessoa você é?
Meu irmão tinha razão eu não era esse tipo de pessoa que sai brigando por aí. Eu parei de lutar e o encarei, silenciosamente o agradecendo por me lembrar que eu não era como ela.
- O que aconteceu aqui? PARA, CAMILA! – o Emiliano perdeu a paciência e a Camila parou de se debater.
- Essa menina, amorzinho, ela quer tirar você de mim. – A Camila fez um drama e se virou para o Emiliano aos prantos.
- O que aconteceu, Pilar? – O Martim exigiu.
- Eu disse que o Emiliano não estava, ela disse que não acreditava e foi entrando e pegou o cartão sobre o presente que eu deixei para o Emiliano e leu. Eu tentei impedir, mas aí ela veio pra cima de mim. – Eu falei olhando para o Martim, de costas para o Emiliano.
- Sua biscatinha! Você não vai roubá-lo de mim! – A Camila gritou mas eu a ignorei. Meu orgulho estava ferido, eu nunca tinha me envolvido em uma briga.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...