Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 151

“Emiliano Quintana”

Não dava para acreditar naquilo, eu até poderia entender porque a Camila mentiu sobre suas origens, mas me trair daquela forma, me roubar, confabular com o meu inimigo, não, isso era demais, e eu não poderia ter me enganado tanto. Eu ainda me agarrava a um restinho de... fé, talvez, confiança, eu não sabia exatamente a quê eu me agarrava, mas me custava acreditar que pudesse existir alguém tão mesquinho assim, alguém tão vil.

- Isso é um truque, Abi, a Camila pode ter mentido sobre as origens dela, mas ela não vai nos roubar assim. Não pode ser! – Eu falei e olhei para a minha amiga, mas a Abigail retribuiu o meu olhar de uma forma que fez eu me arrepender de abrir a boca.

- Ela já roubou, meu amigo. A Abi te mandou o vídeo por e-mail. – O Martim falou cauteloso.

Eu me virei para o computador e encontrei o e-mail que a Abigail havia me mandado. Eu assisti ao vídeo das câmeras na minha sala, eu vi o que aconteceu lá no momento em que deixei a Camila sozinha e tudo o que ela fez estava registrado ali. Meus olhos embaçaram, eu nunca me decepcionei tanto com alguém. Eu me senti traído de todas as formas, pior ainda, eu me senti usado. Quando o vídeo acabou eu esfreguei os olhos e funguei.

Eu apoiei os meus cotovelos na mesa e coloquei a cabeça entre as mãos. A vergonha que eu sentia, só não era maior do que a decepção. Eu coloquei um inimigo na minha vida, mesmo com todos me dizendo que algo parecia errado com aquela mulher, e era ainda pior, eu levei um inimigo para a minha empresa e para a vida dos meus amigos.

E no meio de tanta autopiedade eu pensei em como eu teria sido enganado ainda mais se a Abi não tivesse deixado as câmeras ligadas todos esses dias... todos esses dias... as câmeras ligadas... e então eu me dei conta de algo que poderia causar um estrago ainda maior, poderia me fazer perder um amigo.

- As câmeras estiveram ligadas todo esse tempo, Abigail? Desde que pegamos a Maria Luiza? – Eu olhei para a Abigail, precisava confirmar, e ela sabia o que eu queria dizer.

- Estiveram, porque eu me esqueci de desligar, mas eu mesma assisti tudo e isso foi a única coisa importante que elas capturaram, o resto é apenas a rotina normal do escritório e eu já deletei tudo. Também já desliguei as câmeras até decidirmos o que fazer. – A Abigail me respondeu com um olhar incisivo.

Rotina normal do escritório, tá bom! Ela respondeu a minha pergunta apenas com aquele olhar, essa era a vantagem de se conhecer bem um amigo, a gente se entendia no olhar. Claro que a Abigail viu o que aconteceu em minha sala, mas o Martim não. E aí eu tinha outro problema, eu não queria me transformar em um segredo entre os dois, mas como eu resolveria isso?

Eu tinha que encontrar uma forma de me desculpar com o Martim e contar pra ele sobre o que aconteceu em minha sala com a irmã dele, mas antes eu precisava confrontar a Camila e mandá-la para o inferno.

- Eu vou acabar com isso agora! – Eu me levantei.

Eu estava arrasado, não tinha nem coragem de olhar para o Martim, meu amigo, meu sócio. Se não fosse a idéia da Abi, de não deixar o projeto nos computadores do escritório e só liberar para a equipe em etapas, nós estaríamos em sérios problemas agora.

- Senta! Deixa isso pra mais tarde. Primeiro, você vai se acalmar. Nós estamos aqui pra você, Emiliano. – O Martim falou e eu desabei na cadeira, totalmente desiludido.

- Como essa mulher fez isso comigo, Martim? – Eu perguntei ainda sem coragem de encará-lo. – Ela teria nos roubado e seria minha culpa.

- Não, Emi, isso não é culpa sua! – A Abigail, como sempre, me defendendo como uma leoa.

- Eu concordo com a Abi. – O Martim respondeu. – Emiliano olha pra mim! – Ele falou num tom imperativo e eu o encarei. – Meu amigo, você só tem culpa de uma coisa que aconteceu comigo.

- E o que seria? – Eu perguntei sem entender.

- A minha insuportável. Essa mulher linda, incrível, que sabe me deixar louco da vida, tanto no bom quanto no mal sentido... essa mulher que eu amo. Essa sim você é culpado de colocar na minha vida e se nós estamos juntos e felizes hoje é totalmente culpa sua. – O Martim falou e eu dei um pequeno sorriso.

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