“Abigail Zapata Monterrey”
Eu ainda estava pensando sobre o que o Tony havia descoberto sobre as primas sem noção, que nem eram primas na verdade. Eu deveria contar para o Emiliano, mas as chances dele cair numa desculpa esfarrapada da Camila eram grandes.
- Abi, posso falar com você? – A Pilar colocou a cabeça pra dentro da minha sala.
- Entra. Eu quero mesmo saber se você conseguiu fazer o que eu te falei. – Eu fiz sinal pra ela entrar e se sentar.
- Não consegui, mas eu tive uma idéia. – A Pilar me falou com um sorrisinho que só podia dizer que ela iria aprontar.
- Conta, conta... – Eu me empolguei, adorava as idéias malucas dela que geralmente eram estapafúrdias, mas sempre davam certo. Mas alguém bateu na minha porta. – Entra.
- Abi, eu... – E era o Emiliano.
- Ah, mas olha, até parece que esse encontro foi marcado. – Eu cruzei os braços e vi o Emiliano respirar fundo.
- Claro que ela já te contou e você resolveu me torturar, não é mesmo, Abigail? – O Emiliano estreitou os olhos pra mim.
- E por que a minha insuportável vai torturar você, Emiliano? – O Martim entrou bem na hora em que o Emiliano estava reclamando.
- Por quê? Porque... porque ela é insuportável, oras! – O Emiliano estava nervoso, parecendo um garoto querendo esconder que tinha se comportado mal.
- Não, meu amigo, não! Só eu chamo a minha insuportável de insuportável. – O Martim corrigiu o Emiliano e me fez rir. – E você, Pipa, já tem um clone cuidando da recepção pra você?
- Não seja uma besta, Martim! Ela está aqui porque eu chamei. – Eu chamei a atenção dele.
- Viu, era exatamente disso que eu estava falando! – O Emiliano pegou o gancho do Martim.
- Ah, vê se cresce, Emiliano, e lute as suas próprias batalhas como homem e não como um covarde! – A Pipa se irritou com o Emiliano e saiu da minha sala.
- Estão vendo, vocês dois são dois idiotas e foram maus com a Pipa, vão precisar se desculpar. – Eu os acusei.
- Ela é nossa funcionária, coelhinha, nós podemos chamar a atenção dela se ela não estiver trabalhando direito. – O Martim estava certo, estava, mas isso não me importava nem um pouco naquele momento.
- Mas vocês foram injustos, precisam se desculpar. – Eu repeti e eles bufaram.
- Está bem, eu me desculpo com ela, vamos pra casa? – O Martim chamou.
- Eu também vou indo... – O Emiliano começou a dizer, ele obviamente não queria ficar sozinho com a Pilar.
- Não, Emi, você vai precisar ficar, está me devendo as revisões daqueles dois projetos e se eu não pegar isso amanhã assim que chegar nós vamos acabar atrasando tudo. – Eu o lembrei, claro que eu não me atrasaria se ele me entregasse até o fim do dia seguinte, mas eu precisava ajudar a Pilar e agora eu tinha um motivo a mais pra isso.
- É sério, Abi? – Ele me olhou como se suplicasse.
- Seríssimo. – Eu respondi.
- Eu vou falar com a Pilar para ficar e te ajudar. – O Martim ofereceu e eu fiquei orgulhosa do ursinho, nem sabia de nada e já estava ajudando.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...