“Martim Monterrey”
Ela estava me dizendo para ir embora. Ela não me queria ali. Eu olhei nos seus olhos e ela estava mesmo muito decepcionada, mas eu não desistiria assim tão fácil, eu não desistiria dela.
- Eu não vou embora! – Eu respondi e ela ficou de pé.
- Ah, não vai. Então quem vai sou eu! – Ela tentou passar por mim, mas eu a segurei em meus braços.
- Não, minha insuportável! Você vai me ouvir, eu vou te ouvir, você pode brigar comigo, descarregar toda a sua raiva, mas nós vamos resolver isso ainda hoje e vamos nos reconciliar. – Eu a segurei em meus braços, ela estava se debatendo.
- Me solta, Martim! – Ela exigiu.
- Não, não solto. – Eu respondi. – Nós podemos fazer isso aqui ou podemos fazer na nossa casa...
- Eu não vou voltar para a sua casa! – Ela frisou bem que a casa era minha, mas ela estava errada, aquela casa não era mais minha, era nossa, aquela casa não fazia mais sentido sem ela.
- Nossa casa! – Eu deixei claro que a casa era nossa. – Nós vamos resolver isso, coelhinha, você vai ouvir o meu pedido de perdão e vai me perdoar.
- Ah, eu vou te perdoar? Você acha mesmo que eu vou te perdoar? – Ela me encarou, eu sabia que seria uma luta, minha insuportável não se entregava fácil.
- É, você lutar, mas você vai me perdoar. – Eu não consegui evitar o sorriso. – Porque você me ama!
- Tira esse sorrisinho confiante da cara! – Ela me deu um tapinha no peito que me fez rir mais.
- Vamos pra casa, minha insuportável! – Eu já sabia que a raiva dela passaria logo, pois ela já estava pronta para me enfrentar e depois que ela colocasse tudo pra fora e me deixasse louco, ela se acalmaria.
- Eu já disse que eu não vou! – Ela bateu o pé no chão.
- Ah, vai! Você vai sim! Quer ver? – Eu a desafiei e ela me olhou sem compreender.
Eu me abaixei e abracei seus joelhos, a fazendo se dobrar sobre os meus ombros e saí andando.
- MARTIM! – Ela gritou quando eu a peguei. – Martim, me solta! Me solta, sua besta!
- Muito obrigado, D. Branca! Vá nos visitar um dia desses. – Eu falei ao passar pela senhora sorridente que se apressou em abrir a porta para mim.
- D. Branca, me ajuda, D. Branca! Essa besta está me sequestrando, D. Branca. – A Abigail se debatia sobre os meus ombros, balançando as pernas e me dando fracos soquinhos nas costas. – Martim, me coloca no chão agora!
Eu abri a porta do carro e a coloquei no banco do carona, prendi o cinto de segurança e a olhei nos olhos.
- Nós vamos pra casa, minha insuportável, e depois que você tiver gritado o suficiente para dissipar essa raivinha, eu vou fazer amor com você em cada cômodo daquela casa, para que você saiba que eu te amo e para que você nunca mais se esqueça de que aquela é a nossa casa! – Eu a avisei, dei um beijo estalado em seus lábios e fechei a porta do carro.
Dei um adeusinho para a D. Branca e dei a volta no carro correndo para que ela nem pensasse em escapar. E assim que eu me sentei ao seu lado ela começou a descarregar sua raiva e sua frustração.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...