“Tomás Monterrey”
Eu entrei na casa do Martim, mas estava tudo tão silencioso e quieto que eu até estranhei, nos últimos dias essa casa andava uma loucura. Mas hoje eu tive que ir até a agência e passei o dia por lá.
- Oi, Phina, como é que você está, meu amor? – Eu me aproximei da governanta na cozinha e a abracei.
- Bem, querido! E você, como foi o trabalho? Quer que eu te prepare um lanche? – Ela ofereceu.
- Foi tudo bem e não, obrigado, mas eu não estou com fome. Cadê todo mundo?
- Seus irmãos e a Abi ainda estão no trabalho, o encostado saiu e indesejada está no quarto. Hoje ela teve um dia de muita calma e tranquilidade, passou o dia à toa. Pelo menos não me incomodou. – A Phina não gostava mesmo da Magda.
- Então eu vou acabar com o sossego dela. – Eu ri e saí da cozinha.
No segundo andar eu parei em frente a porta da Magda e bati.
- Pode entrar, Seraphina! – Eu ouvi a voz da madame e abri a porta.
- Oi, tia! Cheguei! – Eu entrei e me joguei na cama ao lado dela.
Ela estava sentada na cama, com as pernas para cima, lendo um livro.
- Deixa de ser folgado, garoto! Sai da minha cama, você acabou de chegar da rua e ainda está com os sapatos. – Ela reclamou e eu ri.
- Ih, tia, mas eu estou limpinho, até cheiroso, sente só! – Eu a puxei pelo pulso e ela se desequilibrou e caiu em cima de mim.
Ela caiu debruçada sobre mim, com as mãos espalmadas no meu peito. Bem que ela gostou, eu notei o jeito que ela me olhou, estava doidinha para passar a mão em mim de novo, eu tinha certeza, mas ela logo deu um chilique.
- Ai, garoto, que grosseria! – Ela se levantou, eu ri e peguei o seu livro.
- Olha o que a tia está lendo, rapaz... – Eu impliquei com ela. – Não é esse que a mulher arruma um amante? Bota o maior par de chifres no marido, até no meio do mato. Tia, a senhora não é mole não. Eu vi o filme também, você viu, tia? Olha, tem umas cenas...
- Me respeita, garoto! “Lady Chatterley” é um clássico! – Ela ficou meio nervosa.
- Ah, é, assim como aquele lá do escarlate, o da “Bovary” e mais um tanto, né, tia? Tudo uma libertinagem só! – Eu ri e ela ficou ainda mais irritada.
- Anda moleque, sai da minha cama! – Ela reclamou e eu me levantei.
- Ô, tia, eu vou trocar de roupa, a senhora também bota uma roupinha tipo tênis, legging, camiseta, que a gente vai sair pra fazer exercício. Ficar deitada o dia todo faz mal pra saúde. – Eu falei e ela estava pronta para me responder. – O quê? Vai me dizer que a senhora é uma velhinha que não consegue se exercitar? – Ela me encarou por um momento.
- É, você tem razão, um pouco de exercício vai me fazer bem. – E não é que ela concordou? Mas eu desconfiava que ela não ia gostar do exercício.
- Ótimo, vou só trocar de roupa e te encontro na sala. – Eu respondi e saí do quarto dela.
Quando eu cheguei à sala ela já estava lá, de legging, camiseta e tênis, com os cabelos presos em um rabo, parecia até mais jovem assim, não que ela fosse velha, ela tinha no máximo uns quarenta e cinco, mas assim, vestida de forma mais casual, parecia até menos.
- Está pronta, tia? – Eu perguntei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...