Dois minutos depois, o casal já estava longe a caminho do Necrotério. Josh finalmente quebrara o gelo do silêncio, trazendo Isa também para a realidade.
—Quer dizer então que esteve falando sobre mim para sua mãe? – indagara.
—Bom… – começara a nerd – Tinha que dizer alguma coisa para que ela se sentisse segura em me deixar sair. Dona Lúcia não é super protetora, mas tem seus momentos…
—Aparentemente deixou uma boa impressão. Obrigado – dissera o rapaz – A propósito, gostaria de lhe fazer uma pergunta…
Josh tinha os olhos atentos à rodovia. Enquanto isso, Isa respondia à uma mensagem de Katie perguntando se os dois já haviam saído e dizendo que sairia para beber com Leonard. A nerd sabia que ambos iriam bombardear o Facebook e Instagram com fotos daquela noite apenas para a provocar.
—Pergunte – dissera a garota apagando a luz na telinha do celular.
Nessa noite a nerd não usava os óculos comuns de todo dia. Usava as lentes que o pai lhe trouxera em sua última visita e parecia ainda mais linda. Josh não tinha certeza, talvez fosse a falta de costume, pois sempre via aqueles olhos cor de jabuticaba por trás das lentes grandes, ou quem sabe fosse a iluminação dos postes na rodovia, mas Isa tinha os olhos mais claros que se lembrava.
E a mulata lhe parecia ainda mais encantadora que o normal.
O sujeito ao volante fitara a garota com o canto dos olhos, quase suspirando ao pensar em como a achava linda. Ele mudaria cada plano traçado para o futuro se ela pedisse. Isadora tinha esse poder. Porém, Josh sabia que ela não o faria. Isa tinha seus próprios planos e dali algum tempo, seus destinos os levariam por caminhos diferentes.
—Talvez esteja apenas delirando… – dissera ele sem olhar diretamente para ela – Mas sinto que se afastou um pouco depois… daquela noite. Se chateou ou algo assim? – perguntara o rapaz diretamente.
—Pelo contrário – a resposta para a pergunta era tão direta que Isa sequer pensara para responder – Fiquei feliz por ter confiado em mim para compartilhar. E ainda mais por poder experimentar o sentimento de ver de perto. Sempre tive apenas dois amigos, quais conheço bem e confio, mas graças a você, agora sinto que tenho três. E não me afastei de você, o que fiz foi me focar nos exames. Semana que vem já é a última do Segundo Módulo no curso, quando voltarmos para as aulas após as férias, terei que me concentrar completamente para fazer um bom TCC.
—Garota, ninguém tem dúvidas que seu TCC será o melhor do colégio em anos. Não deveria se preocupar com isso – comentara o companheiro.
Eram as mesmas palavras da mãe e do pai da nerd, contudo, era mais fácil ouvir as pessoas falando que aplicar o que ouvia na prática.
Quarenta minutos depois…
—Acredite ou não, antes de conhecer minha deusa e seu amigo Joshua, eu era um rapper. Mas então o destino me colocou diante dessa beldade e daquele momento em diante tudo mudou – explicara ele – Ela era cantora de gothic metal e também mudou por mim. Hoje em dia fazemos cover de baladas românticas e também rock’n roll. Grandes mudanças para melhor – completara.
—O amor – dissera a mulher retocando a maquiagem escura nos olhos – é algo simplesmente incompreensível, garota. É a razão do começo e fim de todas as guerras que já ouviu falar. E a melhor parte disso é vivermos intensamente.
Definitivamente – refletira a nerd – amor era algo indecifrável. Embora ambos fossem músicos, aqueles dois eram pessoas completamente diferentes. Emily era uma japonesa alta, Isadora estimava que da mesma altura que Josh, sendo bem mais alta que ela própria e Bobby. Tinha cabelos negros brilhantes e longos. Usava sombra e batom escuros, se destacando na pele pálida.
Quando a mulher se levantara, Isa pode conferir o modelito que usava, bem como um belíssimo corpo. A oriental usava um vestido negro longo com a lateral aberta, expondo toda a perna esquerda da cintura para baixo, onde uma incrível tatuagem com carpas se destacava na coxa branca. Vestia ainda um espartilho negro com detalhes roxos que realçavam sua cintura fina e os seios empinados. O colo e os ombros nus davam espaço para diversas outras tatuagens tribais e artes com desenhos de deuses orientais.
A mesma tinha ainda uma espécie de coleira com o que parecia ser um belo diamante como pingente. Havia um piercing prateado na sobrancelha esquerda e nos pulsos e dedos, diversas pulseiras e anéis. Bobby devia ser pelo menos vinte centímetros mais baixo que a mulher e ela se inclinara para o beijar na face.
—Amigos – dissera a morena – Se me derem licença um instante, vou lá fora fumar um cigarro. Subimos ao palco em quinze minutos.
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