Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 51

Eu e Ben chegamos ao Hazard em torno de dez horas da noite.

O Hazard era um bar simples, mas bem frequentado. Começava com Happy Hour e seguia até quase amanhecer o dia com bebidas, música no jukebox, mesa de sinuca e vez ou outra nos finais de semana Karaokê ou bandas cover.

Na maioria das vezes, era frequentado por pessoas com boas condições financeiras e sociais, exceto quando um amigo resolvia pagar alguém de fora para seduzir jovens inocentes e lhes oferecer prazer a perder de vista. Poderia ter este tipo de gente também, camuflado entre os de bom coração.

- Precisa de dinheiro, Babi? Eu tenho para nós dois. Não quero que gaste do seu. Eu convidei, eu pago.

- Nem pensar. Eu tenho.

- Sei que está dura, amiga.

- Não mais. Vendi um blazer no mercado negro. – Pisquei.

- Bárbara Novaes... Sua louca de pedra. E se o Casanova quiser o casaco?

- Ele nem vai lembrar... Aquele... Desclassificado dos infernos deve ter vários iguais.

- Dos infernos você quer dizer por causa do fogo, não é mesmo? Porque você bem que se aproveitou do diabo em pessoa... Diabo com cruza de vampiro. – Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás, mostrando todos os dentes brancos, pequenos e bem alinhados.

Sentamos numa mesa próxima da Jukebox. Eu fui até lá e coloquei uma moeda e pedi “Always”. Quando sentei, Ben escorou a cabeça nas mãos, que se apoiavam com os cotovelos na ponta da mesa.

- Música deprimente... De fim de balada... Quando você não pegou ninguém e só lhe resta cortar os pulsos. – Ele revirou os olhos.

- Hoje é noite de foda, baby. – brinquei.

- Não é sexta-feira.

- Todo dia é dia de foda.

- Olha quem falando... A que não fode há mais de dois anos.

- Sexo oral não é foda?

- Não mesmo... É preliminar.

- E se a noite toda foi só sexo oral?

- Preliminar... Sem liminar. Será que isso está certo? – ele arqueou a sobrancelha e logo seus olhos se iluminaram.

- Ben?

- Me junta de colherinha. – Ele suspirou.

Virei para trás e vi Tony entrando. E atrás dele Sebastian Perrone... Mais lindo do que nunca.

Tony era alto, corpulento e musculoso. O rosto era fino e os cabelos morenos penteados para cima. Tinha uma barba espessa e os olhos escuros.

Observei o olhar dele para Ben e não via nada a não ser paixão e interesse, que mal conseguia esconder. Então por que a porra do homem não assumia de vez o meu amigo? Enfim, eu não conseguia antipatizar com ele. Ainda mais vendo o olhar de Ben, que só faltava sair coraçõezinhos.

- Oi, Ben... Que coincidência. – Ele disse, olhando fixamente para meu amigo. – Bárbara, tudo bem?

- Oi, Tony.

- Sebastian... Tudo bem com você? Quanto tempo, senhor Perrone. – Ben ironizou.

Os olhos de Sebastian Perrone encontraram os meus. Ele fez um aceno de cabeça, me cumprimentando. Acenei, fingindo desinteresse, sem mostrar os dentes.

- Sentam conosco, não é mesmo? Ou vieram tratar de negócios num bar com bebidas alcóolicas e música? – Ben perguntou.

Talvez eu tenha perguntado alto demais. Vi Tony e Ben nos olhando, confusos.

- Tony... Que acha de... Escolhermos uma música... E... Gosta de sinuca? – propôs, certamente para me deixar a sós com o CEO da Perrone.

- Claro. – Tony levantou imediatamente.

A área da mesa de sinuca era o lugar de “pegação” e todo mundo sabia disso. Mas como Tony e Sebastian não eram frequentadores tão assíduos, talvez o homem que acompanhava Ben realmente estivesse disposto a tentar colocar as bolas nos buracos.

- Eu não sou gay, Bárbara. – Sebastian me encarou.

“Bárbara” vindo dele não me deixou arrepiada. E nem tinha tanta força e virilidade quanto vindo de Heitor Casanova.

- Me chame de Babi, por favor. Estamos num bar, então vou fingir que nunca fiz uma entrevista para trabalhar na sua empresa. E aceito que está me rejeitando deliberadamente.

- Eu... Gosto de mulheres.

- E eu não faço seu tipo, isso? Meu Deus, desculpe. Estou sendo ridícula, não é mesmo? Confesso que estou... Carente... Sei lá. - Comecei a rir, para não ficar ainda pior minha situação tentando seduzir o homem.

Ele pegou minha mão:

- Está tudo bem, Babi. A questão é simples: não me envolvo com mulheres entre 25 e 30 anos.

Eu gargalhei:

- E que sejam loiras, que tenham olhos azuis, cabelos compridos, que tenham um amigo gay... E se chamem Bárbara? – retirei a mão debaixo da dele.

- É complicado, Babi.

- Eu... Não tenho nada a ver com a sua vida, Sebastian.

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