Do nada, Daniel foi pego pelo pescoço, sendo jogado no chão. Fiquei imóvel ao ver Heitor por cima dele, soqueando-o como se fosse continuar a fazer aquilo até vê-lo morto.
Anon me ajudou a levantar. Eu estava tonta, não conseguia mover-me direito, pois a sala girava descontroladamente.
Fechei os olhos, ouvindo os estouros das mãos de Heitor na cara de Daniel, tentando voltar ao normal, inutilmente.
Quando consegui voltar a mim, Anon levantava Daniel, com o rosto completamente ensanguentado, enquanto Heitor seguia com seus socos descontroladamente, agora na área dos bíceps.
Fui até ele, tentando andar sem cair e me pus na frente. Jamais, em toda a minha vida, vi um olhar com tanto ódio como via naquele momento.
- Não me diga... Que vai defendê-lo. – Heitor perguntou, cansado, quase sem voz, a camisa aberta até metade do peito, os cabelos completamente bagunçados.
- Não quero que você seja preso por matá-lo. – Justifiquei, virando para Daniel.
Anon ainda o segurava. Ele estava completamente destruído. Sequer conseguiu se defender, sendo pego de surpresa por Heitor. Ou talvez nem soubesse mesmo como brigar.
- Obrigado... – Os olhos de Daniel pousaram nos meus, os azuis claros completamente agradecidos e ao mesmo tempo desamparados, a pálpebra escorrendo sangue do corte no supercílio.
- Eu disse que não queria que “ele” fosse preso por matá-lo... – segui encarando-o – Mas ninguém se importa se eu for – sorri, debochadamente – Desta vez a prisão será por um bom motivo.
Peguei o pescoço dele e apertei na parte da garganta, da mesma forma que ele fez comigo, vendo seus olhos se arregalarem e ele começar a implorar pelo ar, enquanto Anon o puxava cada vez mais para cima, ajudando-me a sufocá-lo.
Eu não teria parado, se Heitor não tivesse me puxado com força, fazendo-me olhar em seus olhos.
- Eu me importo se você for presa. – Ele olhou nos meus olhos.
- Não... Não se importa. – Falei, confusa, parecendo voltar à razão.
- Ele morre, mas você não toca nele... Nem num fio de cabelo.
- O que faço com ele, senhor? – Anon perguntou.
- O que ele fez com ela... Exatamente igual. Depois o deixe num lugar onde não possa pedir socorro... E morra implorando por ajuda. Se quiser brincar um pouquinho, sinta-se à vontade. Suma com ele.
Enquanto Anon o arrastava, pegando-o por debaixo dos braços, o rastro de sangue ia seguindo-os.
- Tem câmeras aqui? – Heitor perguntou.
- Não.
Ele foi até as malas, que estavam ao lado da porta e perguntou:
- Onde você pensa que vai?
- O que... Você está fazendo aqui? – Perguntei, ainda aturdida, tentando recobrar a consciência.
- Eu... Eu... Vim trazer suas sandálias. Você esqueceu. – Ele apontou para o par de sandálias douradas jogados no tapete.
- E eu vou usar as malas para viajar. Você me mandou embora. Aliás, só não fui ainda porque... Porque... Bem, eu não encontrei minhas sandálias... E preciso delas.
Heitor veio na minha direção e levantou minha cabeça, tocando meu pescoço. Depois soltou-me e virou-se de costas. Eu via o corpo dele trêmulo, enquanto a mão passava nervosamente pelos cabelos. A camisa estava para fora da calça e nunca o vi tão descontrolado daquele jeito.
Quando ele se virou novamente, surpreendeu-me analisando-o:
- Me perdoa. – falou, com a voz fraca.
- Por você... Ter mentido sobre a vasectomia?
Assenti, com a cabeça, lembrando das inúmeras vezes que Jardel me agredia e justificava e depois prometia que era última vez.
- Eu sei que não há confiança mais depois disso tudo, não é mesmo?
Mirei seus olhos verdes avermelhados. Teria Heitor chorado? Deus, o que fazíamos um com o outro? Nos amávamos, mas nos feríamos o tempo todo. Por quê?
- Estou cansada disso tudo – confessei – E... Eu preciso ir – levantei – Ben está me esperando. Eu vou embora, Heitor... Eu não posso ficar aqui. Eles vão voltar e levar Maria Lua e... Eu prefiro morrer a entregá-la a eles.
Heitor levantou e pegou meu queixo delicadamente, fazendo-me encará-lo pela milésima vez em minutos:
- Por favor, Bárbara. Me conte tudo... Eu não vou deixar ninguém tirar a menina de você. Eu juro.
- Bem, vou contar... É tudo completamente louco e absurdo, mas é verdade.
- Vamos começar tentando confiar... Mesmo nos absurdos... – ele sorriu, parecendo cansado – Mas primeiro você precisa tomar um banho e relaxar. – Colocou meus cabelos para trás, tirando-os do rosto.
- E... Anon? – Perguntei, confusa.
- Voltará quando tiver feito o que eu mandei.
- E... Daniel?
- Nunca mais o verá, eu garanto.
- Isso... Pode lhe trazer algum problema?
- Não.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...