Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 231

- Vou levá-la em casa. Tudo ficará bem.

- Pode... Me deixar na rua? Em frente ao prédio, por favor. Não sei como sair daqui.

- Não posso deixá-la sozinha, senhora Bongiove.

- Por favor... Anon. Só faça o que eu peço. Não deixe as coisas ficarem ainda pior. Muita gente já se prejudicou. Não quero mais que isso aconteça.

- Senhora...

- Anon, se você não me deixar ali, eu vou sozinha daqui...

- Ok, eu vou deixá-la onde quiser, senhora Bongiove.

- Pode dobrar o carrinho para mim, por favor? Eu nem deveria ter trazido esta coisa. Achei que ficaria mais tempo... Mas não.

Ele dobrou o carrinho habilidosamente e colocou no porta-malas. Entrei com Maria Lua na porta de trás e ele me levou até a saída da garagem, no térreo, onde desembarquei.

- Obrigada por tudo, Anon.

- Eu lamento o que aconteceu, senhora Bongiove.

- Não lamente. Era para ser assim – eu dei um beijo no rosto dele, levantando os pés para alcançar sua bochecha – Deixei a porra da sandália no chão da sala dele. Sinceramente, nem sei o que pensei... Só queria me livrar delas – ri novamente, nervosa, confusa, aturdida, sem saber exatamente como conseguia pronunciar qualquer frase com sentido – Será que você poderia... Ficar comigo aqui, só até chegar o carro?

- Claro, senhora. Embora eu possa levá-la em casa confortavelmente em poucos minutos.

- Não... Obrigada.

Peguei o celular com dificuldade e abri o aplicativo, dando para Anon:

- Pode chamar para mim, por favor? Preciso dar o leite para ela... Está muito agitada.

Procurei a mamadeira enquanto Maria Lua seguia chorando. Não estava mais quente e sim morna, quase fria. Não tinha como esperar até chegar em casa. Teria que dar-lhe o resto da mamada anterior.

Assim que coloquei o bico da mamadeira na boquinha minúscula, ela parou de chorar. Com um braço eu segurava o corpinho dela e o outro dava-lhe de mamar. A bolsa pesada estava no meu ombro e Anon segurava o carrinho fechado e o meu celular, que começou a tocar.

Olhei para o visor quando ele levantou a mão, mostrando a chamada. Eu não tinha como atender. Mas parecendo saber que eu precisava de ajuda, ele atendeu para mim, colocando o fone no meu ouvido:

- Ben? – Senti minha voz quase falhar e o choro vir imediatamente, borrando minha visão enquanto eu tentava controlá-lo.

- Ainda estou aqui no aeroporto, Babi. Está caindo uma nevasca nesta porra e o meu voo já foi adiado duas vezes. Estou esperando há horas.

- Ben, não volte.

- Como assim? Você ficou louca?

- Eu estou indo ao seu encontro.

- Você vai vir para a Itália? Mas...

- Precisamos proteger nosso raio de sol. As nuvens ficaram escuras por aqui, bem escuras. Mas eu não tenho tempo para explicar. Em vinte minutos chego em casa e faço as malas. Encontro você no aeroporto e então decidimos para qual país iremos. O certo é que precisa ser bem longe dos avós dela.

- Mas... E Heitor?

- Ele não a quer. Ou melhor, acho que ele nunca quis uma criança na sua vida. Ela não tem ninguém a não ser nós.

- Eu... Vou esperar. Mas e a certidão?

- Vou ver com Sebastian. Amo você. Nos espere – olhei para Anon e pedi – Pode desligar para mim, por favor?

- Sim, senhora.

O carro chegou e Anon colocou o carrinho no banco da frente para mim. Sentei atrás com Maria Lua e assim que ele fechou a porta, acenei, sentindo novamente meu peito comprimindo de dor.

Então parti, sem saber exatamente o que fazer. Já nunca fui muito boa em pensar direito, sempre colocando minha ansiedade à frente da sanidade. Naquele momento nada funcionava: nem minha cabeça, nem meu corpo e meu coração estava estraçalhado e desta vez eu mesma não queria que ele fosse colado.

- Está brincando comigo?

- Eu venderia meu rim para ir para Nárnia neste momento – me ouvi dizendo. – Literalmente.

- Sua louca. Aposto que este lugar nem existe no mapa.

- Não... Não existe mesmo. Mas eu tenho esperanças de um dia encontrá-lo... Nem se seja por uma semana... De paz e tranquilidade.

- Você está partindo quando?

- Agora.

- Eu vou deixar tudo providenciado com Ben. Estarei ligando para ele agora mesmo. Você e Maria Lua serão bem-vindas às terras da família Perrone, seu lar, mesmo que você não queira.

- Eu amo você, Sebastian.

- Amo você. Caso a certidão não esteja lá, fale com Milena ou me ligue de volta.

- Pode deixar.

Desliguei o telefone e o carro estacionou na frente do meu prédio. Paguei o motorista, que sequer me ajudou a tirar o carrinho do banco.

Girei a chave na porta de entrada do prédio, descalça, com a bolsa cheia, Maria Lua dormindo num braço e a porra do carrinho no outro. Como eu já tinha feito aquilo outras vezes? Não sei, sinceramente.

O certo é que naquele momento eu não tinha forças para subir tudo ao mesmo tempo. Estava esgotada. Deixei o carrinho no lado do primeiro lance de escadas e subi somente com minha menina e a sacola.

Tinha uma tarefa árdua para fazer quando chegasse: arrumar as malas em um curto período de tempo.

Eu estava estraçalhada por dentro, mas não tinha tempo para pensar no que aconteceu. A ansiedade para partir o mais rápido possível tomava conta de todo meu ser.

Assim que subi o último lance de escadas, que deixaria no quarto andar, dei de cara com Breno e Anya sentados em frente à minha porta.

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