- O que aconteceu?
- A mãe de Salma e o padrasto vieram aqui no início da noite.
- Eu estou no café da manhã, Babi. Então... Já é madrugada aí.
- Sim, e estou com Maria Lua deitada no tapete, rodeada de brinquedos que ela não consegue pegar. Mas isso não importa, porra. Nem o tempo, nem nada.
- O que a desclassificada queria?
- Eles queriam Maria Lua.
- O quê?
- Ben, ela sabia sobre a nossa filha e também sobre o dinheiro.
- Como?
- Como? Por isso estou ligando para você.
- Não acha que fui eu que contei, não é mesmo? Eu nem os conheço pessoalmente.
- Não perdeu nada, amigo. E não, claro que não acho que foi você. Mas então... Quem foi?
- Alguém do hospital? Todos souberam o que aconteceu com Salma.
- Sim... E ninguém sabia sobre o dinheiro. Só pode ter sido...
- Não vai culpar Daniel de novo, não é mesmo?
- Não tem outra pessoa que sabia a verdade a não ser nós três.
- Como podemos ter certeza? Salma se relacionava com tantas pessoas.
- Não depois de morrer. São informações que não há como saber assim.
- Será que ele seria capaz, Babi?
- Claro que sim.
- E o que você disse ao casal?
- Inventei tantas coisas que nem sei ao certo o que eu disse, pois não lembro, de tão nervosa que fiquei. Mas tentei convencê-los de que a criança era minha filha e não de Salma.
- Por que não disse que não havia criança?
- E se ela chorasse, como da outra vez, quando Celine esteve aqui? Foi o que me veio à cabeça na hora.
- Babi, ninguém em sã consciência daria a guarda de Maria Lua aos dois. Falta pouco tempo para Heitor saber a verdade. Ele é o pai e a história se encerra por aí.
- E se ele não quiser assumir a filha?
- Ele não faria isso.
- Ben, por Deus, eu ouvi da boca dele que não tem interesse em filhos... A não ser... Comigo. Minha cabeça embaralhou agora, juro.
- Babi, acalme-se. Precisamos raciocinar direito e ver o que vamos fazer.
- E se ele rejeitar Maria Lua quando souber como ela veio ao mundo? Eu conheço Heitor. Ele vai ficar puto, com raiva, com ódio, furioso, quebrar tudo.
- E depois vai esfriar a cabeça, olhar para o nosso raio de sol e descobrir que é o que ele tem de mais importante.
- E se isso não acontecer? Se ele resolver que não quer uma criança? Eles ficarão com Maria Lua.
- Não... Nós entraremos na justiça pela guarda.
- Ben, mentimos numa certidão de nascimento. Eu tenho duas passagens pela polícia.
- Por bobagens, porra.
- Você é gay.
- Com muito orgulho.
- Ben, acorda: quem daria uma criança nas mãos de um gay e uma mulher com duas passagens pela polícia e envolvida anos com um viciado? Eles vão investigar nosso passado, revirar cada podre nosso.
- Eu sou gay, mas não tenho passagens pela polícia. E... Está tentando dizer que minha opção sexual é empecilho para adoção, Babi?
- Você sabe que é... Não finja que está tudo bem. Nunca esteve.
- Não dariam para os avós, que não valem nada.
- E então nossa filha iria para um lar de adoção?
- Eles terão que fazer tudo judicialmente. Então temos tempo.
- Eles não querem a menina. Só querem dinheiro e sabemos disso.
- Sim, eu sei. A questão é que somos dois pobres coitados, talvez mais precisados do que eles.
- Tem Mandy. Posso pedir ajuda com dinheiro.
- E acha que um dia eles vão parar de pedir? Claro que não, Babi. Maria Lua será a fonte deles. E depois que você quebrar sua avó, eles vão atrás de Heitor.
- Meu Deus... Estou em desespero agora.
- Precisa se acalmar, ou tudo pode ficar pior.
- Eu... Vou ligar para Heitor e pedir para ele vir até aqui.
- Faça isso. E depois me dê notícias, por favor. Não me deixe sem saber o que aconteceu, por Deus.
- Não se preocupe. Farei isso assim que tiver uma posição de Heitor. E... Tony?
- Ainda estou no hotel. Não o procurei.
- Mas vai procurar, não é mesmo?
- Claro que sim. Acha que vim para outro país curtir o café da manhã do Hotel e poder me dar ao luxo de dormir oito horas por noite sem dar de mama?
Comecei a rir:
- Só você para me fazer rir em meio ao caso, meu lindo. Boa sorte. Amo você.
- Boa sorte com nossa filha. Amo você, Babizinha, do fundo do meu coração.
Olhei Maria Lua deitada no tapete, olhando para todos os lados, o colorido chamando sua atenção, mas não se importando com os brinquedos.
- Agora vamos para a parte mais difícil, meu raio de sol: convencer o seu papai de que você é real.
Peguei o telefone e disquei para o meu DESCLASSIFICADO MOR.
- Bárbara?
- Heitor, você pode vir na minha casa... Agora?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...