Ciclo de Rancor romance Capítulo 855

Lúcia, que foi quem permitiu a entrada de Charlene, gaguejou e parecia ter vontade de se esconder, quando tentou se defender:

― Mas, Madame Brighthall, a senhorita McKinsey vai se casar com seu filho! Ela também será nossa chefe, muito em breve, e nós... Não podemos dizer não a alguém assim! E se ela guardar rancor de nós? ―

― Você está me dizendo que considerou a autoridade dela maior do que a minha!? ―

― Madame Brighthall? ― Uma voz suave e tranquila veio do segundo pavimento e a mulher mais velha se virou.

Deirdre estava parada na escada, com uma expressão plácida. Seus olhos nem estavam vermelhos.

― Madame Brighthall, não foi nada demais. ― Ela continuou, categoricamente. ― Elas não estão erradas em pensar duas vezes antes de desagradar à Charlene. Ela vai ser a próxima chefa da família, e se eles recusassem a entrada dela em seu nome, isso só criaria um ponto de conflito entre você e sua nora.

― Dee! ― Madame Brighthall sentiu as palavras se engasgarem na garganta. Ela podia imaginar o quão presunçosa Charlene tinha sido quando deliberadamente incitou Deirdre com aquele convite e sentiu uma pontada no peito. ― Não dê ouvidos a essa mulher. Tudo o que ela sabe fazer é falar bobagens! ―

Deirdre deu um sorriso.

― Então, não é verdade? Brendan não vai se casar com ela? O convite é falso? ―

― Eu... quero dizer... ―

― Não se preocupe. Não estou tão magoada com isso quanto você pensa que estou ― Deirdre interveio, com indiferença. ― Brendan e eu deixamos isso claro, desde o início. Ele quer a criança... não eu. ―

― Isso é um absurdo! ― Madame Brighthall trovejou, em fúria frenética. ― Você é a única nora que reconheço e será a mãe do meu neto! Você deveria ser a verdadeira senhora Brighthall! É o seu lugar de direito! Bren é quem está louco! ―

Deirdre riu.

― Ninguém tem direito a nada por direito. Além do mais, eu não o amo. ―

― Haverá convidados importantes hoje. Devido à sua... eh... condição, por favor, permaneça no seu quarto o dia todo, está bem? Caso fique entediada... você sempre pode passear pela varanda no segundo andar, ou algo assim. Ninguém virá te incomodar. ―

À noite, a sala de estar estava cheia de conversas. Convidados inundavam a residência, carregando presentes e votos de felicidades. Deirdre podia ouvir a risada alegre de Charlene, mesmo trancada em seu quarto.

Em comparação, o cômodo escuro parecia abandonado e indesejado. Talvez fosse apenas o silêncio. Talvez fosse o fato de ela estar sozinha e a luz nem estar acesa. Uma coisa era certa: Deirdre havia começado a sentir o entorpecimento do tédio, bem como a crescente irritação que ela sentia com os fragmentos da discussão no andar de baixo.

Ela se lembrou do que o mordomo havia dito. O segundo andar não estava fora dos limites, então ela se levantou e abriu a porta. O andar térreo estava definitivamente cheio de convidados, mas nenhum deles jamais pensou em olhar para cima para notar a silhueta solitária disparando em direção às escadas do segundo andar.

Entretanto, mal alcançou a varanda quando ouviu Madame Brighthall repreendendo o filho, em seu tom de voz mais bem controlado:

― Fale comigo agora, Brendan. Não tem ninguém aqui, então ninguém vai nos ouvir, então me diga a verdade. O que, em nome de Deus, você está pensando!? ―

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