Sam quase deu a ela a resposta imediatamente, mas teve que parar um pouco, antes de organizar os pensamentos e mudar para algo menos direto.
― Só posso dizer que tem a ver com alguém muito importante para você. ―
― Alguém importante para mim? ―
A resposta, ao invés de organizar as coisas, deixou a mente de Deirdre em completa desordem. Ela sabia que Sam nunca mentiria para ela sobre algo tão importante, mas se fosse esse o caso, então quem poderia ser essa pessoa?
Uma figura tomou forma em sua mente e ela imediatamente a rejeitou. Não poderia ser ela. Ela estava morta. Sua mãe estava morta.
― Quem? ―
― Eu não posso te dizer. ― Sam entoou impotente. ― Tudo o que posso dizer é que não menti quando disse que o senhor Brighthall não queria nada com Charlene. Em vez disso, ele estava usando todo esse tempo para recuperar o seu respeito e se redimir. Mesmo depois que foi atacado e estava ferido, tudo com o que se importava era ligar para você para e dizer que ele estava bem. Mas seu telefone não estava funcionando, e talvez seja por isso que ele correu do hospital, de volta para a mansão, o mais rápido que pôde.
Deirdre se lembrou de como Engel não conseguiu falar com ele, em nenhuma das tentativas. Ela teve a impressão de que Brendan as estava ignorando por aborrecimento, mas acabou que, simplesmente, o aparelho não estava funcionando.
Ela ficou enraizada no chão e sua cabeça ficou pesada conforme uma enxaqueca se formava.
O médico finalmente terminou seu trabalho e quando saiu do quarto, perguntou para a jovem:
― ‘Deirdre’, por um acaso é você? ―
― Sim, sou eu. ―
― O senhor Brighthall disse para você entrar. Falou que está muito frio para dormir na sala ― doutor Lang comentou, depois acrescentou: ― Realmente está frio, na minha opinião, como médico, também não aconselho que durma na sala. ―
A primeira reação de Deirdre foi ignorá-lo, mas se lembrou do que Sam havia dito e decidiu entrar. Assim que abriu a porta, foi atingida por uma lufada de ar pesado, impregnada pelo cheiro de sangue.
― Deite aqui. ― O cansaço era evidente na voz do homem cuja pele estava envolta em bandagens novas e limpas.
Deirdre atendeu ao seu pedido e imediatamente se viu envolvida em um abraço tão forte que não conseguiu se livrar.
Ela piscou e decidiu ir direto ao ponto.
― Não minta para mim. Como você se feriu? Por que foi atacado? ―
Brendan estava apoiando o queixo no cabelo dela. Surpresa sombreou seu rosto, quando perguntou:
― Você está... preocupada comigo? ―
Deirdre sorriu.
― Eu não acreditei nele no começo, mas Sam não tem motivos para mentir para mim... especialmente porque ele não vai ganhar nada com isso. Então, quem é essa pessoa importante? ―
Brendan ficou em silêncio.
Deirdre levantou a cabeça e olhou para ele, sua voz tinha um tom cada vez mais insistente:
― Me diz, Brendan. ―
O empresário quis contar a verdade. Olhando para os olhos suplicantes e melancólicos da mulher, a verdade quase escapou de seus lábios entreabertos. Mas e se... E se fosse tudo uma farsa também? O que aconteceria então?
― É Tobey Russel. ―
― Tobey? ― Deirdre ficou atordoada. Isso estava completamente fora de suas expectativas. Um momento depois, porém, uma preocupação genuína suplantou seu choque. ― E ele? Ele está bem? Ele não está em Surstate? Por que você foi vê-lo? ―
― Não há nada para se preocupar. ― Brendan entrelaçou seus dedos nos dela com força e beijou seu cabelo. O ciúme rugia por dentro, mas ele tinha que manter a calma para continuar mentindo. ― Ele estava em Surstate, mas saiu depois que voltamos para cá. O que ele não esperava era a vingança de Henry Walker. ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...