― Sem problemas, querida! Nenhum problema! ― respondeu o homem, coçando a cabeça e rindo para si mesmo. ― Eu deveria ser o único a agradecer a vocês dois! Não importa o quanto o fotógrafo seja bom, os modelos são, pelo menos, metade do trabalho! De qualquer forma, devo me desculpar. Espero receber um convite para o seu eventual casamento, em breve! ―
Enquanto dizia essas palavras, o homem se afastou e Deirdre mal teve tempo de explicar seu relacionamento com Kyran. Sentindo o olhar ardente do homem focado em seu pescoço, ela se desculpou baixinho:
― Ele fugiu antes que eu pudesse explicar. Além disso, acho que ele não confiaria em mim se eu dissesse que não somos um casal. ―
― Eu sei. É por isso que acho que não há nada a explicar. Eu gosto mais desse 'mal-entendido' do que da verdade. ―
O sorriso de Kyran piorou o embaraço de Deirdre. Ela estava começando a se sentir um pouco enjoada também, e antes que percebesse, sua mão estava pressionando contra sua barriga.
O homem percebeu o sutil movimento e perguntou:
― Você precisa ir ao banheiro? ―
Ela assentiu timidamente. Ele pegou a mão dela e declarou:
― Venha, eu vou te guiar até lá. ―
Eles serpentearam para dentro e para fora da multidão até chegarem ao seu destino.
― Aqui. Chegamos. Você pode pedir a qualquer uma que esteja lá dentro para ajudar a entrar no cubículo e eu esperarei aqui. Se precisar de alguma coisa, é só gritar. ―
― Muito obrigada. ―
Ela não podia deixar de se sentir calma. Então, seguiu a direção que Kyran deu e assim que esbarrou em uma mulher, pediu, com gentileza, que a levasse a um dos banheiros.
Quando deixou o cubículo, o movimento no banheiro havia se acalmado e não havia ninguém para auxiliá-la, por isso, tateou o caminho até a pia. Nesse momento, Freya entrou, com o rosto meio coberto por um boné.
A carranca que ela lançou para Deirdre estava pingando de amargo ressentimento. Ela simplesmente não conseguia entender por que foi justamente aquela mulher a única que conseguiu o coração de Kyran, enquanto ela havia perdido. Depois, é claro, houve a apresentação de amor que eles fizeram no carrossel e isso apenas atiçou ainda mais suas chamas.
Ela se forçou a parecer o mais calma possível depois de se aproximar de Deirdre e dizer, com voz cínica:
― Bem, hoje foi simplesmente mágico, não é? Aquele Kyran Reed com certeza ama você, não é? ―
Deirdre baixou os olhos para o chão. Ela não podia acreditar o quão teimosa Freya era. Ela simplesmente não sabia quando parar.
― Sim. Sou eu. ―
Freya sentiu como se tivesse sido esbofeteada e suas bochechas queimaram, de raiva e vergonha.
― Mas quando? Como!? Quando você ficou assim? Não faço ideia do que aconteceu! ― ela gaguejou, chocada.
Deirdre a encarou calmamente, mas seu tom era frio.
― Por que você precisaria saber se meu rosto se recuperou ou não? Você é médica? Não. Você ainda trabalha naquele hospital? Não. Por que te choca saber que não faz ideia de que fiz um curativo no rosto? ―
A mente de Freya ficou em branco. Ela balançou a cabeça em negação. Ela não podia aceitar que uma aberração feia e hedionda tivesse de alguma forma passado por uma metamorfose.
― Não, isso é loucura! Sua desfiguração era tão extrema que você não pode ter o rosto reconstruído e curado em meio mês! ― Uma careta retorcida sombreou seu rosto e ela estreitou os olhos, como se tivesse encontrado seu trunfo e perguntou: ― Por que você está usando uma máscara? ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...