Maeve abaixou a cabeça para verificar a hora e franziu as sobrancelhas.
― Já passa das nove... ―
― Você vai embora às dez, não é? ―
Certamente seria impossível para Maeve afirmar que estava disposta a se separar de Deirdre. Ela gostava muito da jovem, mas ainda não era a verdadeira mãe e sua própria filha ainda esperava por ela.
― Sim... ― Maeve disse, sorrindo e fingindo um comportamento relaxado. ― Mas é uma coisa boa que vou receber tratamento. Dessa forma, não esquecerei suas histórias de infância, da próxima vez.
Deirdre abriu um sorriso e demorou a responder. Então, fechou os olhos e disse:
― Mãe, por favor, me chame pelo meu nome, mais uma vez? ―
Maeve parecia um pouco hesitante.
― Dee Dee? ―
Uma lágrima rolou do canto do olho de Deirdre.
― Obrigada. ―
Maeve estendeu a mão para enxugar as lágrimas de Deirdre e, depois de também derramar algumas lágrimas, foi embora.
Deirdre não a despediu porque não tinha condições para isso. No dia anterior, acreditou que se despediria de Ophelia e a reencontraria depois de algum tempo, mas, agora que sabia a verdade, tinha consciência de que aquela mulher se chamava Maeve e que elas nunca mais se veriam.
Deirdre se apoiou na janela, imersa em pensamentos, e seu rosto ficou dormente com o vento frio. Ela já havia perdido a noção do tempo quando a porta se abriu. Brendan entrou na sala e encontrou Deirdre sentada perto da janela sozinha. Ele tirou a jaqueta, com desgosto.
― Você está congelando com o vento frio, embora esteja doente. Você não está sentindo esse tempo cruel? ― Brendan a cobriu com a jaqueta, que ainda estava quente de seu corpo. Então, fechou a janela.
Deirdre ainda mantinha o rosto apontado para a janela, embora não pudesse ver nada.
Brendan olhou para o relógio e franziu as sobrancelhas, com força.
― E aí, que tal? ― Brendan olhou atentamente para o rosto de Deirdre, seus lábios finos curvados em um sorriso, como se ele estivesse se exibindo. ― Eu prometi a você que iria restaurá-lo em três dias e devolvê-lo, você se lembra? ―
Deirdre puxou o livro e descobriu que o rasgo no meio havia sido consertado. Parecia que... nunca tinha sido destruído antes.
Ela manteve o olhar abaixado. Brendan descobriu que algo estava errado e disse, com uma expressão solene:
― O que está acontecendo? Você não está feliz? ―
Deirdre pousou o livro de música e continuou a descascar a maçã. Seus olhos estavam desfocados e imóveis, como água calma. Ela continuou movendo as mãos como uma máquina até terminar e então disse:
― Brendan, você se lembra de me obrigar a me tornar o bode expiatório de Charlene? ―
O rosto de Brendan ficou verde de raiva quando Deirdre mencionou ter se tornado o bode expiatório de Charlene. Ele perguntou, com uma careta:
― Por que você está trazendo isso à tona, de repente? ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...