Pensando em uma resposta rápida para justificar a companhia de Sam, Deirdre respondeu:
― Ele é meu primo. ―
A garçonete achou a resposta de Deirdre plausível e passou o braço em volta do ombro de Deirdre, dizendo:
― Esse seu primo tem namorada? Me apresenta para ele! ―
― Ah, mas ele tem... ― Deirdre respondeu sorrindo, com medo de que uma resposta diferente causasse problemas para Sam.
A garçonete ficou desapontada.
― O piano fica aqui. Alguém lhe dirá quando deve começar a se apresentar. Vou seguir em frente se não houver mais nada. ―
Deirdre não percebeu a frieza da garçonete porque estava distraída com seu amor por tocar piano. O piano era muito melhor do que o do restaurante da noite anterior e ela fez alguns aquecimentos, se acostumando com o instrumento.
À noite, quando pôde tocar para valer, executou cada música com empolgação e recebeu muitos elogios no final do turno. Ela sorria mais e mais e sua expressão tornava-se viva. Quando foi buscá-la Sam ficou encantado em ver como Deirdre brilhava e, só depois de conseguir se recuperar, a chamou para levá-la de volta à mansão.
A jovem perguntou, antes de subir as escadas:
― Sam, a luz do escritório de Brendan ainda está acesa? ―
― Sim, está sim. ―
Deirdre cerrou os punhos, discretamente. Ela se sentia grata por Brendan ter mudado de ideia sobre deixá-la trabalhar fora. Não importava o motivo que o tinha feito mudar de ideia, ela ainda precisava expressar sua gratidão.
Ela colocou a mão na porta do escritório para bater, mas a porta se abriu. Não estava fechada ou trancada, e parecia que a porta havia sido aberta especificamente para ela. Deirdre entrou na sala, com o rosto ainda brilhando de satisfação pela noite incrível.
— Você está aí, Brendan? ―
Brendan estava sentado perto da porta e esperava desde que Sam tinha estacionado o carro no pátio. Ele não respondeu à pergunta de Deirdre, mas ela podia ouvi-lo respirar. Um olhar de gratidão e alegria apareceu em seus olhos.
― Muito obrigada por me permitir tocar no restaurante. Mesmo que eu não tenha ideia do que fez você concordar, estou muito grata por isso. Eu estou muito, muito feliz mesmo. ―
Era só olhar para a jovem para perceber que a alegria não era fingida, mesmo que ela tentasse não a mostrava em seu rosto.
A expressão de Brendan mudou. A ansiedade que sentira no peito o dia inteiro desapareceu de repente, e seus lábios finos se abriram para dizer:
― Venha aqui. ―
― O dinheiro não é importante, desde que o presente seja significativo. Afinal, a cortesia exige reciprocidade. Eu aceitei as abotoaduras, então devo devolver seu presente com outro presente. ―
'Abotoaduras?' Deirdre sentiu o coração disparar ao se lembrar do presente que pensara que Brendan consideraria muito vagabundo para usar em público.
― Você as pegou? ―
Brendan não respondeu à pergunta. Pelo contrário, ele segurou a mão dela e a guiou até a manga direita.
Havia um toque de frieza irradiando da manga em direção a sua mão. Deirdre disse com a voz trêmula:
― Você ... está usando? ―
― Sim, você tem bom gosto para abotoaduras. Muitas pessoas as elogiaram, durante o leilão. ―
Deirdre franziu os lábios. Ela sabia que as pessoas que elogiaram Brendan não elogiaram as abotoaduras, mas o próprio Brendan.
Como pessoas influentes como eles poderiam achar atraente um objeto barato como aquele? Mas, a jovem achou ainda mais inacreditável que Brendan realmente tivesse usado as abotoaduras em um evento público.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...