Ciclo de Rancor romance Capítulo 241

Charlene gargalhou.

― Deirdre, você acha que a mulher com quem você está falando e rindo é realmente Ophelia? Por que você é tão ingênua a ponto de acreditar nessa pecinha de teatro quando, obviamente, Brendan contratou alguém para imitá-la... ―

A mulher gargalhou mais um pouco e, como Deirdre não reagia, voltou a falar:

― Será que a verdadeira Ophelia seria tão mais alta que você, tão jovem, e compraria roupas como se fosse uma pessoa comum? Além disso, você não pode ver o rosto dela porque é cega. Mas, não seja tola. A mulher cuida muito bem de sua pele e nem mesmo um traço de rugas pode ser encontrado em seu rosto. Você não poderia ter notado isso quando a tocou com as mãos? Seria totalmente impossível para uma mulher com a aparência dela ser a mãe que viveu na favela e suportou dificuldades com você! ―

― Cale-se! ― Deirdre arregalou os olhos, em choque, e sentiu um peso pesado se abater sobre o peito. Parecia sufocante.

'O quê? Do que Charlene está falando? A mulher que estava conversando e rindo comigo não é a minha mãe? Ela não é a pessoa que me criou? Como isso pode ser possível? Ainda estávamos conversando e rindo, ao longo do caminho, e nosso relacionamento estava mais próximo do que nunca. Não há nada incomum nela, então como ela pode ser uma estranha?’

Seus olhos estavam vermelhos e ela olhou ferozmente, na direção de Charlene.

― Já chega, Charlene. Por quanto tempo você vai continuar jogando seus truques baratos? Você acha que eu vou acreditar em você, de novo? Minha mãe ainda está viva e bem, então como ela pode estar morta? Você está tentando fazer com que eu e Brendan lutemos novamente, para que você possa colher os benefícios. Eu já conheço seus truques sujos. Nem pense nisso! ―

Deirdre mordeu o lábio inferior com força e respirou fundo, antes de concluir:

― Eu nunca vou te dar a chance de fazer isso de novo. Eu sei melhor do que ninguém quem é a pessoa que eu chamo de ‘mãe’! ―

Charlene deu de ombros e disse, em um tom simpático:

― Você sabe mesmo? Deirdre, é muito bobo da sua parte preferir confiar em Brendan a confiar em mim. Você esqueceu que a pessoa que a colocou na prisão foi Brendan? ―

A jovem foi pega de surpresa e não soube o que pensar. 'Você esqueceu que a pessoa que te colocou na prisão foi Brendan?' A frieza dominou Deirdre e ela sentiu como se todos os seus órgãos internos estivessem espremidos.

Seus olhos estavam vermelhos, enquanto Charlene zombava e continuava provocando:

Mas o sorriso forçado foi hediondo, e carregado de desespero. Maeve instantaneamente sentiu um nó na boca do estômago, quando percebeu que algo estava errado. Ela se aproximou de Deirdre e disse:

― O que aconteceu, Dee Dee? Você está se sentindo mal? Se for esse o caso, devemos parar de fazer compras e ir para casa, para que você possa descansar. ―

― Não. Eu estou bem. ― Deirdre balançou a cabeça vigorosamente, mas as observações de Charlene estavam profundamente arraigadas em seu peito, que estava quente e dolorido.

‘A mulher diante dos meus olhos não é a verdadeira Ophelia? A mulher que mostra preocupação e parece se importar comigo não é minha mãe?'

Até mesmo o ato de respirar a machucava com o pensamento. Ela tentou freneticamente negá-lo em seu coração.

‘Não pode ser possível! Eu não deveria estar hesitando só por causa dos comentários aleatórios de Charlene. O objetivo final de Charlene é garantir que eu não esteja sempre triste e magoada, mas...’