'Ela tem que viver.' Mesmo depois de ter sido convencido pelo homem grande e afável, de que fosse tomar banho, Brendan ainda se apegava nesse pensamento. Ele se arrependeria muito se Deirdre morresse. Ele experimentaria um colapso emocional e ficaria com o coração partido. No entanto, imaginava que ele e Deirdre teriam morrido juntos naquela noite chuvosa se o Land Rover não tivesse vindo em seu socorro em tempo hábil.
'Por que fui tão imprudente?'
Depois de desligar a água quente, Brendan enxugou o rosto, saiu do chuveiro e vestiu roupas secas, também oferecidas pelo mesmo homem. Então, voltou para o quarto da unidade de tratamento intensivo e encontrou Deirdre sozinha e com a respiração regular. No entanto, ainda chamava pela mãe, mesmo em seus sonhos.
Brendan planejava ir embora, quando ouviu Deirdre dizer, com voz fraca:
― Viva, Brendan. Você tem que viver... ―
Sua mente começou a queimar com uma imagem nítida de seu passado distante. Nessa lembrança, Brendan lutava para manter a consciência, enquanto uma mulher o arrastava por um prédio em chamas. Sua voz era fraca e abafada pelo crepitar das labaredas, mas mesmo assim, ele podia ouvir:
― Viva, Brendan. Você deve viver. ―
Brendan sentiu como se voltasse no tempo por um breve momento e seu corpo todo arrepiou. Ele franziu as sobrancelhas, achando a ideia divertida.
‘Por que eu acho que a mulher que me salvou é Deirdre só porque elas são parecidas? Como isso pode ser possível? Foi Charlene quem esteve ao meu lado do começo ao fim.'
A febre de Deirdre só baixou depois de três dias quando acordou de um pesadelo. Respirava pesadamente, sentindo-se extremamente ansiosa, e descobriu que alguém segurava sua mão. Os dedos eram grossos e enormes, então não poderia ser ninguém além de Brendan.
Ela se distraiu por um momento antes de se acalmar e perceber que suas costas estavam encharcadas de suor frio.
'Então, ainda estou viva e Brendan também.'
Sentindo uma dor intensa na garganta, ela estendeu a mão, em preparação para tatear, em busca de uma almotolia. Mas, mesmo com o movimento sutil, Brendan acordou e se sentiu aliviado ao ver a enérgica Deirdre. Então, ele colocou o canudo da almotolia perto da boca da jovem e ela murmurou um agradecimento, antes que ele apertasse o recipiente, para que ela pudesse beber.
Quando terminaram, Brendan colocou a almotolia no móvel de cabeceira e Deirdre descansou por um momento, antes de dizer:
― Já que você sobreviveu a esta grande provação, prometa-me, Deirdre. Prometa que você nunca cometerá suicídio, não importa o motivo. ―
― Sim. ― Disse Deirdre. ― Eu prometo. ―
Mais tarde, Deirdre descobriu que tinha ficado inconsciente por três dias inteiros. Por outro lado, a inspeção do local de Brendan também tinha sido atrasada durante os mesmos três dias e eles só puderam voltar para Neve alguns dias depois.
Deirdre calculou e percebeu que o dia seguinte seria o dia de seu encontro com Ophelia.
Ela assumiu que ainda teria de esperar muito, mas não esperava que o tempo passasse tão rapidamente. Deidre mordeu o lábio inferior, ansiosa. Ela voltou para o quarto à noite e tateou o caminho até o armário, sentindo cada uma das roupas penduradas dentro do armário, meticulosamente.
Ela não conseguia ver a cor, então só podia determinar o tipo de roupa e escolher o estilo de vestido longo que Ophelia mais gostava. Ela não o colocou depois. Em vez disso, se sentou na cama, perdida em pensamentos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...