― Sam ― Brendan interrompeu o segurança, com a voz firme ― você também foi enganado por ela ― e, falando entredentes, com uma expressão amarga no rosto, continuou ― Deirdre sabia que uma acusação direta não surtiria efeito. Então, ela elaborou todo esse teatro sutil, nos manipulando pouco a pouco para que quando a culpa chegasse em Charlene, estivéssemos tão envolvidos que nem perceberíamos o jogo sujo. ―
O homem balançou a cabeça negativamente, então voltou a olhar para Sam, antes de concluir:
― Ela é o tipo de mulher que usa táticas sem escrúpulos para conseguir o que quer. E caindo nesse golpe sujo, quase causei a morte de Charlene! ―
A raiva de ser enganado e a culpa de quase causar a morte de sua salvadora encheram seu peito. Ele sentiu a cabeça girar e cerrou os punhos. Sentindo o sangue correr quente em suas veias, caminhou em direção ao quarto de Deirdre, com passadas rápidas, e chutou a porta.
Deirdre não estava dormindo, mas ficou bastante assustada e tensa com o movimento da porta. Mas, antes que pudesse reagir à situação, as mãos de Brendan já apertavam sua garganta, com ferocidade.
― Ahhh... ―
A sensação de sufocamento inundou todo o corpo e o pescoço de Deirdre estava no limite da resistência, se Brendan exercesse um pouco mais de pressão, ele seria quebrado.
Com a voz arfante de fúria, Brendan gritou:
― Você é uma mulher nojenta! Por que você ainda não está morta!? ―
Lutando por sua vida, a jovem afastou os braços de Brendan, na tentativa de inspirar um pouco de ar. Seus olhos estavam vermelhos e injetados de sangue, por causa do estrangulamento.
'O que está acontecendo? Que diabos está acontecendo?' Deirdre pensava, em sua luta para respirar.
Mas, um pouco antes que Deirdre desmaiasse, Brendan a ergueu, ainda segurando pelo pescoço e a arremessou para o outro lado do quarto, fazendo com que a jovem trombasse com um móvel, antes de cair no chão. Entretanto, ainda brigando para conseguir inspirar, entre lágrimas, Deirdre não sentiu a dor da queda.
Ela ainda podia sentir que Brendan olhava para ela e a sensação era tão opressora que parecia que o monstro tentava matá-la com a força do ódio.
― O que... O que a... O que aconteceu? ― Deirdre disse, entre tossidas.
A expressão de Deirdre passou da ironia para a extrema confusão.
― Como assim eu te enganei!? ―
Brendan abaixou a cabeça e descobriu que a visão de sua mão sangrando o provocava, então agarrou a mão machucada da jovem e usando de sua força bruta, apertou.
Deirdre chorou. Ela sentia tanta dor que não conseguia emitir um som.
― Você está com dor? Pois bem! Estou com mais dor do que você! ― Brendan a empurrou. A pena e a culpa que o homem sentia eram em vãs agora, embora importassem algumas horas atrás.
‘Por que fui tão idiota a ponto de sentir pena dessa mulher e duvidar de Charlene? Devo ter enlouquecido.'
― Deirdre, você me obrigou a fazer isso. Já que você ainda se recusa a se comportar, não me culpe por violar nosso acordo anterior. Vou fazer você sofrer tanto que vai desejar estar morta! ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...