“Flávio”
Entrei na delegacia depressa e encontrei o delegado na cozinha conversando com outros policiais. Chamei o Bonfim e fomos até a sala dele. Expliquei o que tinha acontecido e vi o seu rosto paralisar em choque.
- Que merda, Flávio! – Bonfim balançou a cabeça.
- Uma grande merda, Bonfim. – Concordei.
- Mas vai ficar pior, muito pior. – Olhei pra ele sem entender. – Eu falei com a Melissa tem uns vinte minutos, logo que você me mandou a mensagem perguntando onde eu estava.
- Ela te ligou? – Perguntei já sentindo o pânico crescer dentro de mim.
- Não, eu que liguei pra ela, precisava de um conselho pra resolver uma situação com a minha mulher. – Bonfim esfregou os olhos.
- E daí? O que vocês falaram? – Perguntei já sentindo o desespero crescer.
- Daí que ela me perguntou se você estava de plantão e eu disse que não. Ou seja, ela sabe que você mentiu e a essa altura, sua baixinha com certeza já sabe. – Isso era um grande problema e eu senti minha cabeça girar.
- Porra, Bonfim! – Coloquei as duas mãos no rosto já pensando na bomba que estava prestes a explodir. – Isso vai dar merda!
- Nem vem, eu não podia imaginar que você estava com esse abacaxi nas mãos. – Eu sabia que ele tinha razão, o vacilo foi meu, pois eu sabia que ele e a Melissa se falavam com frequência. – E os rapazes e eu já estávamos cansados de te avisar que isso não ia prestar. Agora, imagina o caos que vai ser a Manuzinha descobrir esse rolo todo por outra pessoa. Pios ainda, imagina se ela vai pra casa e pega a tal Sabrina lá. Cara, aí nós podemos encomendar seu funeral!
- Não me assusta, delegado! Mas eu sei que você tem razão. Eu sei, o vacilo foi meu, deveria ter te ligado. Merda! Eu deveria ter contado pra Manu há muito tempo. – Bufei e pensei por um momento. – Agora ferrou tudo. Ela vai me deixar, Bonfim! Ela vai me deixar e eu não vou aguentar. – O desespero tomou conta de mim.
- Ei, Flávio! Calma! Vamos resolver as coisas com calma. Primeiro a gente se livra da mulher no seu apartamento, depois você tenta se explicar com a Manuzinha. – Bonfim tinha toda razão.
- Verdade! Vem comigo, me ajuda a colocar a Sabrina pra correr e depois eu penso em como me explicar pra baixinha. A baixinha não pode pegar a Sabrina no apartamento. – Falei já indo em direção a porta.
- Você se enrolou com essa mentira, Flávio. Não vai prestar. – Bonfim me alertou, como vinha fazendo há tempos e eu sabia que já deveria tê-lo escutado.
- Eu já nem sei mais o que fazer, Bonfim. Mas eu sei que eu tenho que tirar aquela vadia da minha casa. E rápido! – Falei sentindo o desespero crescer.
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