“Flávio”
O tempo estava passando e parecia que a investigação sobre a fraude do meu quase divórcio tinha estagnado, ninguém conseguia encontrar nada. A Sabrina não parava de me infernizar e estava ficando cada vez mais insistente e inconveniente. Meu pai me pressionava a ir a Campanário quase todo final de semana, usando de pretexto que eu mesmo havia prometido apoiar o meu irmão nos negócios. A Manu não era boba, embora fosse muito tranquila e não me pressionasse, eu sabia que ela estava de olho e algumas vezes ela perguntava o que estava havendo, mas eu desconversava. No meio desse caos ainda teve o casamento do Heitor e da Samantha que foi cheio de agitação.
Quando o final de semana chegou e o Patrício convidou para um domingo normal de churrasco e piscina na casa dele eu só queria que fosse um final de semana tranquilo com a minha baixinha e os meus amigos. Mas isso era pedir demais.
- Você não consegue me deixar em paz nem um dia sequer? – Falei ao me afastar para atender uma ligação da Sabrina. Ela já havia mandado várias mensagens e até um nude tentando me provocar, mas eu só sentia raiva por essa mulher, uma raiva que só crescia.
- Não consigo, querido. Eu estou precisando do meu marinho. – Ela falou com a voz manhosa.
- Eu não sou nada seu, Sabrina, essa farsa que você montou está prestes a acabar.
- Ah, será? Olha, quer ser deixado em paz, eu deixo, mas antes eu quero uma despedida digna de uma esposa.
- O que você está querendo dizer com isso?
- Ah, Flávio, não se faça de inocente. Nossa audiência está chegando, eu vou te dar esse maldito divórcio, mas eu quero ter uma última noite de amor com você. – Sabrina estava louca, só podia.
- Mas nem a pau! Nem que você fosse a última mulher sobre a terra. Pode esquecer. – Respondi já achando que aquilo era uma piada de mau gosto.
- Você é quem sabe. Se você não vai me dar a noite que eu quero, eu vou falar com a sua ninfetinha e contar tudo pra ela. E vou contar pra ela o quanto você me ama, que só está chateado, mas que isso vai passar. Afinal, você ainda está casado comigo, não é? Se não me amasse já teria se divorciado.
- Isso é uma mentira absurda, Sabrina!
- Pode ser, mas ela vai acreditar. Você sabe que eu sou muito convincente. E sabe o que vai acontecer? Ela vai acreditar tão piamente em mim que não vai querer te ver e nem te ouvir. Aí ela vai te deixar e você vai se consolar nos meus braços, queridinho. – Sabrina riu como se vangloriasse da sua idéia.
- Já te avisei para não se aproximar dela. – Eu estava furioso.
- Ah, queridinho! Tarde demais. Sabe onde eu estou? Eu estou no nosso apartamento e quando sua ninfetinha chegar, vai me encontrar aqui e nós vamos ter uma conversinha. Eu vou ter o prazer de colocá-la pra fora.
- Você é uma mentirosa, Sabrina. É lógico que você não está no MEU apartamento. – Ela estava blefando.
- Dá uma olhadinha na foto que te mandei. – Sabrina estava calma e confiante.
Tirei o celular do ouvido e olhei o arquivo que ela mandou. Aquela cobra peçonhenta estava dentro da minha casa, deitada na minha cama, semi nua. Como ela entrou lá? Como isso é possível? Eu mataria quem permitiu a entrada dela.
- Como você entrou aí? – Falei entre os dentes, quase num rosnado.
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