“Manuela”
Acordei sentindo o calor do corpo do Flávio junto ao meu. Seus braços estavam em torno de mim, me mantendo bem agarrada a ele, que dormia tranquilo, com uma expressão relaxada.
- O que anda te preocupando, grandão? – Falei baixinho pra mim mesma, olhando o seu rosto bonito e sereno.
Saí da cama bem devagarzinho para ele não acordar. Ele precisava descansar. Eu estava na cozinha tomando o café e pronta para sair para o trabalho quando ele apareceu. Havia acabado de acordar, estava lindo com aquele cabelo bagunçado e os olhos ainda sonolentos.
- Por que não me acordou, baixinha? – Ele se abaixou e beijou meu pescoço.
- Porque você anda trabalhando muito e precisa descansar. – Falei enquanto enroscava meus braços em seu pescoço.
- Hum... eu preciso é de mais tempo com a minha baixinha linda. – Ele estava com a cabeça na curva do meu pescoço, me dando beijos que me faziam quase desistir de ir trabalhar.
- Isso seria ótimo! Mas, eu tenho que trabalhar e à noite tenho aula.
- Que horas eu vou te ver? – Ele falou em tom de reclamação.
- A madrugada é toda sua, grandão. – Sorri e ele me levantou e colocou sentada sobre a mesa.
- Talvez eu precise de algo para esperar até a madrugada sem ficar impaciente. – Ele provocou, enfiando a mão sob o meu vestido.
- Bem que eu gostaria, mas infelizmente não dá tempo, amor. – Lamentei meu horário apertado. – Mas vai ter um feriado semana que vem, podemos ter mais tempo...
- Gosto de feriados. – Ele não parava de beijar o meu pescoço.
- Grandão, porque tem uma viatura parada na portaria do prédio? – Lembrei que tinha notado a viatura já há uns dias e não tinha perguntado. Talvez tenha sido impressão minha, mas senti que o Flávio ficou tenso por um momento.
- Você notou. – Ele levantou a cabeça e me deu um beijo na boca antes de se afastar para pegar uma caneca de café.
- Não dá pra não notar.
- É só precaução. Você sabe, o ex namorado da Samantha te ameaçou, não quero que ele nos pegue desprevenidos. – Flávio explicou e eu compreendi.
- É por isso que você anda tão estressado? – Perguntei finalmente e ele suspirou.
- Baixinha, eu não suportaria te perder! – Ele olhou nos meus olhos e passou o polegar pelo meu rosto.
- Você não vai. Aquele idiota não deve nem estar se lembrando mais de mim. – Tentei tranquilizá-lo.
- Não acho. De qualquer maneira eu quero você segura e bem pertinho de mim. – Ele beijou a minha testa.
- Está bem. Se isso te deixa mais tranquilo, eu não me importo. Mas agora eu tenho que ir. – Ele me ajudou a descer da mesa. Depois de escovar os dentes e passar o batom, peguei minha bolsa e a pasta da faculdade, e dei um beijo no meu grandão. – Te vejo mais tarde.
Quando eu já estava com a mão na maçaneta da porta para sair, ele me chamou.
- Baixinha. – Olhei e o vi encostado na porta da cozinha e seus olhos intensos brilhando pra mim. – Não esquece que eu te amo!
Não teve jeito. Joguei tudo o que segurava no chão, voltei correndo e pulei no seu colo. Ele me segurou e me deu o sorriso mais lindo do mundo.
- Eu também te amo, grandão. Não posso viver sem você. – O beijo que ele me deu me tirou o fôlego e me deixou de pernas bambas.
Quando voltei a respirar, ele me colocou no chão e foi comigo até a porta, pegando a bolsa e a pasta no chão e me entregando.
- Só não te levo até a garagem porque estou só de cueca. – Ele sorriu e eu quis muito arrancar aquela cueca, mas infelizmente não dava tempo. Saí apressada para não me atrasar.
Parecia que as coisas iam se acomodar, durante o resto da semana o Flávio parecia menos tenso e não precisou fazer nenhum plantão extra. No fim de semana ficamos grudados, ele me ajudou com os trabalhos da faculdade e no domingo ele me levou para jantar num restaurante italiano muito lindo. Mas a semana seguinte começou com tudo, parecia que seria um caos.
A primeira coisa do meu dia foi a minha mãe me ligando exigindo o meu endereço, pois aproveitaria o feriado para vir me visitar. Eu me neguei a dar o endereço de novo e ela ficou enfurecida. Eu já estava me acostumando a ter a minha mãe com raiva de mim o tempo todo, mas se eu desse o meu endereço pra ela, provavelmente ela cumpriria a ameaça de me arrastar de volta pra casa pelos cabelos.
Mas logo depois o meu pai me ligou, com aquele jeitão dele, sempre preocupado, mas me lembrando que eu tinha deixado passar uma coisa importante.
- Pai! Que bom falar com você. Como você está? – Perguntei feliz em ouvir sua voz.
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