“Flávio”
Hoje era noite de reunião do clubinho das garotas. Deixei a Manu na casa da Catarina fui para a casa do Patrício encontrar os caras para o sagrado pôquer semanal.
- Finalmente o delegado chegou! – Patrício me recepcionou com a alegria de sempre.
- Fala, cara. – Cumprimentei meus amigos e me joguei em uma cadeira. Heitor colocou uma cerveja na minha frente e bebi imediatamente.
- O que está rolando, delegado? Qual a razão do seu estresse? – Rick perguntou e eu olhei pra ele meio de lado.
- Está tão na cara assim? – Perguntei.
- Ah, meu amigo está! E nós já conhecemos essa cara muito bem, porque o Heitor e eu já tivemos a cara assim e foi por causa das nossas mulheres. – Alessandro foi direto. Eu precisava mesmo desabafar.
- Não é bem por causa da Manu, mas pode fazer com que ela me deixe. – Expliquei.
- Iiih! Isso não pode ser bom. – Patrício olhou bem pra mim. – Você falou com ela sobre a Sabrina? – Ali no grupo o Patrício era o único que sabia sobre a Sabrina, ele já me conhecia na época e foi um dos convidados do casamento.
- Não. E é bem pior do que isso. – Respondi e bebi mais um gole da minha cerveja.
- Isso não vai prestar, Flávio! – Patrício não me contava nenhuma novidade.
- Quem é Sabrina? – o Nando perguntou estreitando os olhos. – Tinha uma Sabrina lá na cidade, mas pelo que eu me lembro da minha mãe contar era uma patricinha que casou com um figurão, arrancou uma fortuna dele e se mudou para Londres. – Nando falava como se fosse só uma lembrança sem importância, mas ele era especialista em comentários tirados do nada.
- Prazer, eu sou o figurão! – Falei e os caras estatelaram os olhos em mim.
- Pu-ta-que-pa-riu! – Rick não controlou sua surpresa.
- Exatamente. – Concordei com ele.
- E você não contou pra Chaveirinho que é divorciado? – Heitor parecia que ia me arrancar a cabeça. – Flávio, que grande merda! Ela vai te matar.
- O problema, meu caro, é que eu descobri que eu não sou divorciado. – Contei logo, assim eles poderiam desfiar o rosário das reprimendas.
- Rá! – Patrício riu. – Isso é piada. Você é divorciado, no dia em que se divorciou ficou de bode exibindo aquela sentença de divórcio lá na sua casa. Eu estava lá com você e o Raul.
- Eu achava que era divorciado. A Sabrina apareceu e esfregou na minha cara os documentos de anulação da sentença de divórcio. – Expliquei.
- Pu-ta-que-pa-riu! – eles repetiram todos juntos.
- Espera, explica primeiro, você se casou? – O Nando era detalhista, eu sabia que ele ia querer a história toda então comecei a contar.
- Sabrina é filha de um amigo do meu pai. Nós crescemos juntos, estudamos juntos, vivíamos grudados. Na juventude começamos a namorar e aos vinte e cinco anos me casei com ela. Não durou muito. Eu acreditava que estava divorciado há sete anos, até que ela ressurgiu dos mortos para infernizar a minha vida. Não sei como, ela conseguiu anular a sentença de divórcio e eu não soube de nada. Portanto, eu ainda sou casado e não sabia. – Expliquei parte da história.
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