“Flávio”
Saí do apartamento o mais rápido possível, não queria que a minha baixinha fosse perturbada. Eu estava enfurecido, quem aquela louca pensava que era para me confrontar assim. Minha vontade de dar um tiro no meio da cara dela e sumir com o corpo era quase incontrolável.
Saí pela portaria do prédio e a encontrei no meio da calçada. A peguei pelo cotovelo e saí puxando até a esquina. Eu estava cego de fúria, talvez a jogasse debaixo do primeiro carro que passasse na rua. Essa mulher já estava me tirando do sério.
- Que porra você está fazendo aqui, Sabrina? – Eu reuni todo o pouco controle que ainda tinha para não matá-la e não gritar ali no meio da rua.
- O que você acha? – Ela me olhou cinicamente e eu precisei contar até dez para não apertar o seu pescoço.
- Sabrina, nós fizemos um acordo. – A lembrei, eu mal conseguia falar de tanta raiva.
- É, fizemos, mas eu mudei de idéia. Não vou te dar um mês para que você me arme alguma cilada. – Ela falava calmamente, como se não soubesse o tipo de pessoa explosiva que eu sou.
- Cilada? Cilada foi o que você armou pra mim, sua filha da...
- Deixa a minha mãe fora disso, Flávio. Até porque ela nem sabe de nada mesmo. – Ela tinha o rosto plácido, mas seus olhos tinham o fogo da maldade brilhando neles.
- O que você quer? – Não adiantava querer argumentar com ela. Sabrina era uma mulher mimada e birrenta e quando queria algo simplesmente não ouvia o que as pessoas falavam.
- Você sabe o que eu quero. – Ela deu um sorriso provocante.
- Não vai rolar, mas não vai mesmo! – Deixei claro, voltar pra ela não era uma possibilidade.
- Será que não? Vamos perguntar pra ninfetinha o que ela acha. – Sabrina se virou para caminhar em direção à portaria do meu prédio.
Eu precisava entender porque ela voltou, pois ela pareceu que cumpriria o nosso acordo. Mas ela não confrontaria a Manu, de jeito nenhum. Nesse momento vinha passando um taxi pela rua e eu tive uma idéia. Dei sinal e ele parou, eu puxei a Sabrina, abri a porta e a joguei dentro do carro, batendo a porta em seguida.
- Aaaiiii! Quê isso, seu grosso? – Ela reclamou e eu não estava nem aí.
- Você está no mesmo hotel? – Perguntei seco.
- Sim, eu...
- Te encontro no saguão em vinte minutos. – Tirei uma nota de cem e entreguei ao motorista, sabendo que pagaria umas quatro corridas como aquela. – Senhor, só pare esse carro e a deixe descer no Hotel Savanah, por favor. – O motorista sorriu cortês e saiu com o carro para o trânsito.
Voltei para dentro do meu prédio. Agora eu precisava persuadir o porteiro.
- Ô, meu amigo, deixa eu te falar uma coisa, qual a chance de você ter me visto aqui? – Perguntei.
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