“Flávio”
Fomos para a casa dos meus pais e quando chegamos eles realmente se surpreenderam. Minha mãe abriu os braços e veio me receber.
- Filho, você voltou, finalmente! – Ela me abraçou.
- Não se engane, mãe. Vim só para conversar com vocês, volto hoje mesmo para Porto Paraíso. – Falei logo e ela colocou a mão em meu rosto.
- Quando você vai entender que seu lugar é aqui? – Ela perguntou.
- Não mais, mãe. – Respondi e cumprimentei o meu pai.
- Pois eu acho que você vai mudar de idéia em breve. – Meu pai falou com um sorriso no rosto.
- Você diz isso por causa da Sabrina, pai? – Dei um sorriso cínico pra ele. – Eu estou tentando entender como foi que ela conseguiu anular a sentença de divórcio.
- Pelo que eu sei, você desistiu do divórcio porque ela estava grávida. E assinou todos os documentos pra ela. Mas aquela inconsequente viajou e perdeu o meu neto num aborto espontâneo. – Do jeito que o meu pai falou, parecia que ele realmente acreditava no tal aborto espontâneo.
- É o que você sabe, pai? É tudo o que você sabe? – Pressionei e ele me encarou.
- É tudo o que eu sei. – Ele respondeu firme. Se eu não o conhecesse eu até acreditaria. Meu pai era um jogador nato, o blefe era seu maior trunfo.
- Engraçado, a Sabrina me disse claramente que foi você quem fez tudo e conseguiu a anulação. Ela está mentindo, pai? Porque eu tenho certeza de que eu nunca assinei aqueles documentos. – Fui tão firme quanto ele.
- O que você está sugerindo, Flávio? – Meu pai perguntou, como se me sondasse.
- Eu estou dizendo, pai, que eu não assinei os papéis e só agora soube que a Sabrina estava grávida. Sendo assim, as assinaturas são falsas e eu vou provar isso. Como você sabe, falsificação de documentos é crime. E eu como delegado não posso fingir que não existiu. – Falei calmamente, mas meu pai nem tremeu um músculo sequer.
- Se for assim, vá em frente, a Sabrina e quem a ajudou realmente devem responder por esse crime. – Ele estava calmo e controlado. Seja lá qual for a participação do meu pai nisso, com certeza ele tinha encoberto os rastros. – Agora vamos ao que realmente interessa. Vocês quatro andando juntos, isso é um motim ou estão se dando conta de que nós estamos certos?
- Nem uma coisa, nem outra. – Raul respondeu sem humor, mas no tom conciliador que ele tinha quando queria evitar um assunto desagradável. – Nós apenas viemos almoçar com nossos pais e gostaríamos de ter um almoço de domingo tranquilo e agradável em família.
- Assim será, meus filhos. Vamos, vamos passar para a mesa. – Minha mãe se virou para a sala de jantar, nos fazendo acompanhá-la.
Durante o início do almoço o meu pai se pôs a falar de negócios com o Raul e parecia realmente que o almoço iria transcorrer em paz. Mas não demorou muito para que as coisas esquentassem, logo após o almoço, tão logo o Guilherme chegou.
- Boa tarde a todos. – O insuportável chegou como se fosse muito íntimo da família. – Desculpem vir sem avisar, mas eu queria muito levar minha futura noiva para um passeio.
Ele se aproximou da minha irmã e tentou beijá-la, mas ela se virou para mim e seu rosto era de quem pedia socorro.
- Ah, mas olha quem voltou. O irresponsável do Flávio. Caiu na real, cunhadinho? – Quem aquele imbecil achava que era para falar comigo daquele jeito?
- Quem você pensa que é, trate? Para começo de conversa, eu não sou e nunca serei seu cunhado, felizmente! Porque pode apostar que eu não vou permitir que a minha irmã seja submetida a um casamento que ela não quer e tampouco com um idiota como você. – Levantei fervendo de raiva e me coloquei na frente da minha irmã.
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