“Flávio”
Eu estava pirando! Passei a noite em claro e resolvi ligar para o Bonfim e pedir ajuda, ele com certeza poderia me ajudar. A Manu ainda estava dormindo quando saí, então deixei um bilhete pra ela dizendo que precisei voltar para a delegacia. Eu me sentia mal por não dizer a verdade, mas eu não queria que ela se preocupasse com isso ou que isso fosse motivo para ela pensar em ir embora.
- Bonfim, obrigado por vir me encontrar. – Falei ao encontrar o Bonfim na porta da delegacia.
- Amigos são pra essas coisas. – Ele bateu a mão no meu ombro. – Tenho certeza que vamos resolver isso.
Fomos para a minha sala e eu contei para o Bonfim tudo o que aconteceu e mostrei a ele os documentos.
- Bonfim, eu não assinei nada disso, tenho certeza. – Arrematei.
- Então, o que vamos fazer é falar com um advogado da minha confiança que vai entrar com um recurso. E também vamos falar com a delegada da especializada em investigação de fraudes, ela é uma amiga e vai nos ajudar, vamos fazer a queixa e ela já vai começar a investigar.
- Você tem muitos amigos, para a minha sorte. – Comentei feliz por ter alguém para me ajudar.
- São muitos anos na polícia, Moreno, a gente acaba conhecendo muita gente. Mas você é delegado e sabe, depois que a investigação começar, não vai parar, quem estiver envolvido vai ser pego. – Senti sua preocupação.
- Eu sei, mas isso é um crime, Bonfim, precisa ser investigado e punido.
- Sim, mas seu pai pode estar metido nisso, já que a moça disse que ele a ajudou.
- É, eu sei, mas ele não deveria ter ido tão longe.
- Tudo bem. Então vamos, o advogado vai nos encontrar lá na delegacia. Eu tomei a liberdade de falar com os dois, depois que você me falou pelo telefone qual era o problema.
- Meu delegado, você é o cara! – Bonfim riu e saímos para a outra delegacia.
Logo que chegamos fomos levados para a sala da delegada, uma mulher de uns quarenta e tantos anos, muito bem arrumada e com a postura firme e segura de quem comandava aquele lugar com punhos de ferro.
- Bonfim, meu querido! Eu estou sem acreditar que finalmente vou poder fazer algo por você, depois de tantos anos só pedindo ajuda e nunca retribuindo. – A delegada se levantou para cumprimentar o Bonfim com muita intimidade.
- Mariângela, você sabe que é um prazer poder ajudar você com o que quer que seja. – Bonfim estava muito sorridente e tranquilo, ali realmente ele estava entre amigos.
- Que bom, porque eu pretendo continuar pedindo ajuda. E você é o delegado Moreno. Eu estava querendo te conhecer, sua fama o precede. – Ela me estendeu a mão.
- Fama? – Perguntei confuso.
- Sim, todo mundo anda comentando como a delegacia de vocês está a pleno vapor resolvendo mais casos do que podemos contar. – Ela estava informada sobre os índices de resolução de casos da nossa delegacia e eu não imaginava que isso estivesse ganhando notoriedade na polícia. – Alguma chance de você passar um tempo por aqui, me ajudando com umas fraudes?
- Creio que não, doutora. Eu gosto da delegacia de crimes contra a pessoa. E formei uma boa equipe com o Bonfim. – Respondi educadamente com a verdade.
- É, eu sou o cérebro e ele os músculos que fazem o trabalho pesado. – Bonfim respondeu brincando com a nossa parceria. – Flávio, esse aqui é o doutor Romeu Castelo, o advogado que vai nos ajudar.
Cumprimentei o advogado que eu conhecia de nome e sabia que era um dos bons, um figurão no meio jurídico, cheio de casos de sucesso e com uma história com o meu pai. Contei tudo o que aconteceu e mostrei os documentos. A delegada registrou a queixa e chamou o perito.
- Vamos começar comprovando que essas assinaturas não são suas. – Ela afirmou e eu senti que ia pelo caminho certo. – Doutor Romeu, vou pedir ao juiz que nos envie o processo. Como o senhor pretende proceder.
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