“Flávio”
Bati na porta da sala do Bonfim e entrei. Ele estava sentado atrás da mesa lendo um inquérito e levantou os olhos logo que entrei, me recebendo bem humorado.
- Bom dia, Flávio. O que temos pra hoje? – Bonfim perguntou animado. Ele, assim como eu, adorava o trabalho.
- Meu delegado, preciso de um favor. – Falei sabendo que só ele poderia me ajudar. Bonfim se levantou, foi até a cafeteira e serviu dois cafés, colocando um em minha frente.
- Sente-se e me conte, se eu puder ajudar o farei com prazer. – Era tudo o que ele fez desde que nos conhecemos, estava sempre me ajudando.
- Meu pai está vindo aí com a missão de conseguir a minha expulsão da polícia e parece que já até falou com o secretário de segurança. – Falei de uma vez.
- E por que o seu pai quer isso? – Bonfim era detalhista e sempre queria saber o porque das coisas.
- Porque ele quer que eu trabalhe na empresa dele.
- Hum. Pelo que sei sua família é bem poderosa, meu amigo.
- Fez o dever de casa, Bonfim? – Eu nunca havia falado muito sobre a minha família com ele, aliás com ninguém.
- Claro que fiz. Levantei sua vida assim que minha equipe avisou que o delegado de Campanário ia colaborar com nossa investigação. Quando te convidei para vir pra cá eu já sabia tudo de você. E tenho certeza que você fez o mesmo em relação a mim assim que me conheceu. Nós somos policiais, só nos cercamos daqueles em quem confiamos. – Bonfim declarou com naturalidade.
- É como dizem, um cachorro cheira o outro. – Ri para o meu colega de profissão que já era um amigo e ele riu comigo. Obviamente eu também me informei sobre quem era o delegado Bonfim. – Tem como me ajudar com isso?
- Tem sim. Vou ligar para o secretário, mas ele pode querer algo em troca. Ele é uma raposa velha. – Ele riu.
- Desde que não seja ilegal, faço qualquer coisa. – Declarei convicto.
- Assim que tiver uma confirmação te aviso. – Bonfim declarou e eu me levantei para sair. – Mas eu também quero uma coisa em troca.
- Olha a palhaçada, Bonfim, a gente é amigo ou não é? – Olhei pra ele que estava rindo. Bonfim era relaxado demais para um delegado, estava sempre fazendo graça, mas eu gostava disso.
- Por isso eu quero uma coisa. Não é nada demais, depois te falo. – Ele estava rindo e eu tinha quase certeza de que ele ia me jogar uma investigação chata pra fazer por ele ou um plantão de feriado.
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