“Manuela”
Acordei muito cedo com o meu telefone chamando. Me lembrei que havia esquecido de desligar o aparelho que a minha mãe tem o número e eu já sabia que era ela ligando antes de olhar a tela.
- Oi, mãe. – Atendi com voz de sono. – Bom dia!
- Que bom dia o quê, garota! São seis da manhã, está acordando tarde agora? Quais outros hábitos ruins você aprendeu aí e que eu vou ter que corrigir? – Ela já estava a pleno vapor e com muita raiva pra descarregar sobre mim.
- Mãe, eu começo a trabalhar as nove e meu trabalho é aqui pertinho, eu não preciso acordar tão cedo. – Expliquei.
- E daí? Eu te ensinei a acordar as cinco da manhã todos os dias, é assim que uma mulher tem que fazer, para o café estar na mesa para o marido quando ele acordar.
- Mãe...
- Mãe, nada, Manuela. Já falei que vou te trazer de volta e seu casamento já está quase certo com o filho do senhor Cândido.
- Acho melhor você desfazer esse acordo ou sei lá qual é o nome que você dá a isso. Eu não vou voltar e não vou me casar com o filho do senhor Cândido. Já te disse isso.
- Você vai fazer o que eu mandar garota. – Ela falava com muita certeza, mas eu não estava mais disposta a ceder a tudo para agradá-la.
- Mãe o que você quer? Além de ficar me ameaçando com um casamento. – Resolvi ser firme e tomar o controle.
- Não é ameaça, Manuela. Eu vou casar você e bem rápido, eu devia ter feito isso há muito tempo. Ainda mais agora que eu descobri que você esteve aqui na cidade às escondidas, nem veio pra casa.
- Mãe eu fiquei na casa do meu irmão e não fui te ver porque soube que você construiu uma cela pra me prender. – Olhei para o lado e vi o Flávio acordado, me observando com um olhar de fúria.
- E vou mesmo. Ou você vem por bem ou eu vou te buscar e vou te prender aqui até te casar. E vou avisar ao seu marido para manter você bem trancadinha. – Ela falava e eu sentia que essa possibilidade a alegrava.
- Mãe, você não pode me prender e nem me obrigar a casar... – Eu estava chorando e nem percebi, mas eu senti o celular ser tirado da minha mão.
- Bom dia, senhora. Aqui é o Flávio, namorado da Manuela. – Ele colocou o celular no viva voz e falou com aquela voz grossa e cheia de autoridade. Agora sim minha mãe ia me matar.
- Mas é claro que essa desavergonhada está pulando na cama dos homens aí, se comportando como a prostituta da babilônia... – Minha mãe bufou e o Flávio a cortou.
- A senhora está muito equivocada, mas pense o que quiser. Só vou alertá-la que eu já estou perdendo a paciência. A Manuela é minha namorada. Ela não vai se casar com o filho de sei lá quem porque a senhora quer. E a senhora não se atreva a colocar a mão nela para obrigá-la a nada. – A voz do Flávio soava perigosa e mortal.
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