“Manuela”
Meu fim de semana de aniversário com o Flávio foi perfeito. Eu estava tão feliz! Ele cuidou de cada detalhe, preparou cada momento para que fosse inesquecível. Eu estava sonhando acordada e queria que durasse para sempre. Queria que ele me quisesse com o mesmo sentimento inexplicável que eu o queria.
Hoje, depois de me acompanhar ao banco para deixar as minhas jóias no cofre ele disse que teve o melhor final de semana da vida dele também. Eu estava suspirando mordendo a tampa da caneta pensando no nosso final de semana, quando o Rick me sacudiu.
- Manuela, Manuela! – O Rick estava rindo ao meu lado. – Tudo bem aí no mundo da lua?
- Que mundo da lua que nada, Rick. É o fantástico mundo do Flávio! – Sorri para o meu amigo que estava divertido com a minha distração.
- O delegado te enquadrou, Manuela?
- O delegado me prendeu, Rick, estou condenada.
- É, dá pra ver. Almoça comigo hoje, Chaveirinho? – Rick pediu com uma carinha de súplica irresistível.
- Claro. E já está na hora. Vamos?
Rick e eu saímos do prédio conversando, eu contava a ele sobre o meu final de semana maravilhoso e como o lugar que o Flávio havia me levado era lindo. Mas algo parecia incomodar o meu amigo e logo que nos sentamos no restaurante eu tratei de investigar.
- O que está acontecendo, Rick?
- Onde? – Ele se fez de desentendido, mas eu sabia que tinha algo ali.
- Em você. Anda, fala comigo, você está com alguma coisa na cabeça.
- É, estou mesmo, Manu. – Rick admitiu e chamou o garçom. Depois de fazer nossos pedidos ele retomou o assunto. – É que eu estou achando a Taís meio distante, sabe. Ela está diferente, mas vive dizendo que é impressão minha, mas ela anda desinteressada.
- Vocês estão juntos há muito tempo, né?!
- Sim. Desde a faculdade. Já são quase quinze anos.
- Então você a conhece bem. Me conta como vocês se conheceram.
- Muito bem. Nos conhecemos no primeiro dia de aula na faculdade. Não demorou para começarmos a namorar e um ano depois estávamos casados. Nossas famílias não gostaram muito disso, achavam que éramos jovens demais, mas tiveram que aceitar. Com o passar dos anos tudo se ajeitou e nós temos sido muito felizes. – Rick parecia estar em outro tempo.
- E porque vocês não têm filhos ainda? – Perguntei, mas logo me arrependi. – Desculpe, acho que fui muito invasiva. Esquece a minha pergunta.
- Não. É que isso é complicado. Eu quero muito ter filhos, sempre quis, mas a Taís vive dizendo que quer esperar. Só que ela já tem trinta e três anos e continua querendo esperar. O relógio biológico de vocês mulheres é meio que cruel com isso e eu me pergunto se ela realmente quer ter filhos algum dia.
- E você já perguntou isso a ela, assim, diretamente?
- Já. Ela sempre diz que quer, mas que ainda não. Posso perguntar uma coisa?
- Claro!
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