Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 3

“Manuela”

Fui com o Rick até a copa tomar um café. Eu precisava mesmo falar com alguém, mas a Catarina estava em casa por causa da gravidez e das ameaças do Junqueira e a Sam já estava cheia de problemas também. Então não queria levar esse drama para as meninas e não queria ligar para o Flávio por causa dos chiliques da minha mãe.

- Então, querida, o que aconteceu? – Rick colocou uma caneca de café a minha frente e se sentou ao meu lado na mesa da copa do andar.

Durante meia hora eu falei, desabafei com ele sobre como a minha mãe me tratava, sobre como eu havia saído de casa praticamente como uma fugitiva, sobre ter comprado um carro, enfim, falei sobre tudo. Ele me ouviu atentamente.

- Manu, você sabe que sua mãe é tóxica e abusiva, não sabe? – Rick olhou pra mim e percebeu o peso que as palavras dele tinham.

- Sim, Rick, eu sei, mas é a minha mãe, a mulher que me deu a vida. Como a gente se afasta da própria mãe? – Falei sentindo um nó se apertando na garganta.

- Fazendo o que você fez, saindo de casa, aprendendo a se virar e, se for preciso, deixando de atender ao telefone.

- Eu queria que fosse diferente, Rick.

- Eu sei, Chaveirinho. Mas pensa elo lado positivo, você não está mais sozinha, tem a todos nós que te amamos e vamos estar sempre com você. E tem o delegado que, pelo que você disse mais cedo, é o cara perfeito. – Sorri para o Rick e ele tinha razão. Eu tinha ganhado muito desde que vim para a cidade.

- Você está certo. Vou colocar um freio nessa situação com a minha mãe e parar de atendê-la a toda hora que ela ligar.

- Isso, ela só vai te atingir se você permitir. – Rick apertou a minha mão sobre a mesa. – Bem, agora vamos ser práticos, vamos começar pelo dinheiro. Acho que você deve tirar seu dinheiro desse banco. Posso ligar para o gerente do banco que a gente usa aqui na empresa e ele abre uma conta pra você. O que acha? – Rick sugeriu.

- Isso seria ótimo, Rick. Mas eu tenho que tirar o dinheiro da conta antes das três da tarde ou ela vai me deixar sem nada. – Eu tinha certeza que ela faria isso.

- Espera. – Rick pegou o próprio celular e ligou. – Boa tarde, Magalhães. – Ele cumprimentou a pessoa que atendeu do outro lado. – Eu estou precisando de um favor muito especial para a nova secretária da presidência aqui da empresa. Preciso que você abra uma conta pra ela, mas preciso que ela possa movimentar essa conta antes das três da tarde de hoje. É possível? – Rick ouviu por um momento. – Que maravilha! Você pode vir aqui? Excelente. Estamos te esperando. – Rick desligou o telefone e sorriu. – Olha como estamos com sorte, ele está no financeiro com a Mari. Já está subindo para abrir a sua conta. Assim que estiver aberta você pode usá-la, só o cartão que demora uns dias para ser entregue pra você, mas você pode usar o dinheiro de outras formas e a agência é aqui do lado da empresa.

- Isso é perfeito, Rick. Eu nem sei como te agradecer.

- Não tem que agradecer, querida. – Rick suspirou e olhou nos meus olhos. – Manu, posso ser sincero? – Fiz que sim com a cabeça. – Sua mãe é tóxica e abusiva. Se mantenha distante, vai ser melhor pra você. Nem toda mulher que tem filho se torna mãe de verdade, infelizmente isso é uma realidade, claro que é a menor parte, mas acontece infelizmente.

- É tão difícil aceitar isso, Rick.

- Eu sei. Mas vai ser melhor pra você se afastar emocionalmente, além de fisicamente. Não deixe de viver a sua vida por causa dos abusos dela ou por causa do que ela pensa.

- Obrigada pelo conselho. – Rick apertou a minha mão mais uma vez com um sorriso doce nos lábios.

Nesse momento o Patrício entrou na copa como um furacão. Olhou pra mim bastante sério e falou ao celular.

- Ela está aqui. Não parece bem. Eu não sei. Vou passar pra ela. – Patrício me entregou o telefone. – É o Flávio.

Com a mão trêmula peguei o telefone. Mal coloquei no ouvido e escutei o Flávio do outro lado da linha.

- Baixinha, o que aconteceu? – Flávio perguntou e eu senti a urgência em sua voz.

- Minha mãe me ligou e fez um escândalo, Flávio. – Expliquei.

- Seu celular está desligado?

- Sim, eu não quero falar com ela e ela vai continuar ligando.

- Hum. Fiquei preocupado. Você está bem?

- Combinado.

- Fique bem, minha Baixinha e se precisar me liga.

- Você não disse porque estava tentando me ligar.

- Nada demais, só fiquei com saudade e queria ouvir sua voz. – Meu coração se encheu de alegria.

- Isso me fez feliz! – Sorri genuinamente. – Eu também estou com saudade.

- Ah, Baixinha, fala isso de novo que eu vou te buscar agora.

- Se comporte e vai prender uns bandidos! – Ele riu.

- Te vejo mais tarde. Beijo.

- Beijo. – Desliguei o telefone suspirando. Quando ergui os olhos vi o Patrício e o Rick me observando.

- É, o delegado é bom assim! – Patrício apontou para o meu rosto que tinha um sorriso enorme estampado, como o sol que nasce depois da tempestade.

- Ele é muito mais. – Falei. – Obrigada, Pat!

- Você precisa de alguma coisa, Manu? – Patrício perguntou sério.

- Não por enquanto, obrigada, o Rick já está me ajudando.

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