“Manuela”
O Flávio entrou na sala e parecia que voltava de uma batalha. Seus olhos estavam cansados e ele parecia abatido. Eu estava preocupada com ele, seja o que for que ele tenha ouvido naquela ligação, com certeza não era bom. Corri até ele e o abracei, eu tinha urgência em saber se ele estava bem.
- Mais ou menos, baixinha. Vamos nos sentar, eu preciso falar uma coisa para vocês. – Flávio me levou até o sofá e se pôs a falar com voz solene. – Meu amigo que está me ajudando a investigar essa história toda me ligou. Eles prenderam a Gisele, ao que tudo indica, foi ela quem fez o parto da sua primeira esposa Sr. Orlando.
- Isso é uma boa notícia não é? – Camilo perguntou incerto.
- É sim. – Flávio deu um sorriso fraco.
- Mas como vamos ter certeza de que foi essa mulher quem a empregada chamou aquele dia? – Meu pai parecia incerto.
- Meu amigo está na delegacia onde ela está detida, ele vai conversar com ela. – Flávio explicou.
- E qual é o problema, Flávio? – Meu pai quis saber, pois era nítido que havia algo mais.
- Essa mulher foi presa porque mantinha uma clínica clandestina onde fazia abortos. Sr. Orlando, eu fui casado, estou divorciado há muito tempo, mas eu acabei de descobrir que minha ex mulher fez três abortos com essa tal Gisele enquanto estivemos casados. Isso foi um golpe para mim. – Flávio explicou de olhos baixos.
- Sinto muito, Flávio. O Camilo já havia me dito que você é divorciado. Eu lamento que essa moça tenha feito isso. Sei o quanto é difícil perder um filho sem ter a chance de conhecê-lo. – Meu pai se limitou a dizer. Meus olhos estavam arregalados em surpresa e eu nem conseguia falar.
- Obrigado. Meu amigo vai entrar em contato assim que conseguir falar com essa mulher, então temos que aguardar. – Flávio explicou.
- Bom, se temos que esperar, que tal darmos um passeio, sogro? Assim o senhor pode arejar as idéias um pouco. – Olívia sugeriu e o meu pai gostou da idéia, pois concordou imediatamente.
Flávio e eu decidimos não sair, eu queria terminar de ler o diário e o Flávio ainda estava com a cabeça cheia. Olívia saiu levando consigo a tira colo meu pai e meu irmão.
- Grandão. – Chamei o Flávio que se levantou da poltrona e se sentou no sofá ao meu lado, me puxando para o seu colo. – Você não está bem.
- Não, não estou. – Ele respondeu olhando pra mim, ele parecia agoniado. – Eu sempre quis ser pai, baixinha, e ela me dizia que queria muito ter filhos e não sabia por que não conseguia engravidar. Mas ela fez três abortos, eu não entendo isso.
- Você ainda pensa em ser pai? – Eu tinha medo da resposta, mas eu precisava saber.
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