“Flávio”
Voltei para a delegacia com a Olívia, nós abriríamos as caixas que ela trouxe lá, já que a Manu estava em casa. Mas eu ainda estava furioso pelo que aconteceu com a baixinha. E irritado por ela não entender que nos casar resolveria muita coisa.
- Você está irritado porque a Manu não aceitou se casar, não é? – Olívia perguntou.
- É, estou. É tão difícil assim para ela entender? – Perguntei, mas eu nem esperava uma resposta.
- Olha, Flávio, sua idéia é boa, mas você fez do jeito errado. Uma mulher espera ser pedida em casamento de um jeito romântico, com o cara dizendo que quer se casar com ela porque quer passar o resto da vida ao seu lado, pois ela é o amor da sua vida, não porque quer evitar que mãe maluca dela a case com outro. – Olívia riu. – Vocês homens são muito pragmáticos. Nós mulheres gostamos de romance.
- Eu a amo, Olívia, isso deveria bastar. – Reclamei.
- E basta. Tanto basta que ela está morando com você. Mas você precisa dar ela os motivos certos para se casar e não porque vai resolver os problemas. – Olívia estava certa, mas como eu convenceria aquela baixinha teimosa?
Estacionei na delegacia e peguei as caixas. Fui com a Olívia para a minha sala e entreguei uma caixa para ela e fiquei com a outra. Comecei a vasculhar. Haviam alguns objetos que me pareciam inúteis. Algumas pastas com documentos da empresa da família da Manu que me chamaram a atenção, uma pasta com documentos de uma conta bancária e o extrato ali mostrava que havia um bom dinheiro nessa conta. Mostrei a Olívia.
- Esse não é o banco que tem na nossa cidade, mas na cidade que buscamos essas coisas tem um, provavelmente seja de lá. – Olívia explicou.
Olhei mais alguns objetos e nada. Peguei um álbum de fotos antigas e comecei a olhar. Estava organizado com nomes, locais e datas. Em todas as fotos estavam a falecida empregada e a tal Fofa, que a irmã da falecida havia falado ser a amiga. As fotos eram de péssima qualidade, mas a tal Fofa tinha algo de familiar, eu só não conseguia saber o quê.
- Achei, Flávio! – Olívia segurava uma pasta nas mãos. – As páginas arrancadas do diário.
- Finalmente! – Olhei para a Olívia satisfeito. – Vamos ler.
Deixamos o resto dos objetos de lado e começamos a ler aquelas páginas. A medida que eu lia, eu ficava mais e mais chocado com a história que aquelas páginas contavam. Quando terminamos de ler, Olívia e eu estávamos sem palavras.
- Que horror, Flávio! – Olívia tinha lágrimas nos olhos. – Como alguém pode ser tão ruim assim?
- Olívia, eu já vi tanta coisa que isso nem me surpreende, mas me deixa louco só de pensar em como isso vai impactar a Manu. – Respondi já pensando em como a Manu ficaria quando descobrisse aquilo tudo que estava ali.
- É, aqui está claro que a filha que a minha sogra esperava morreu no parto. Então a Manu não é irmã do Camilo, já que a Rita nem esteve grávida. – Olívia balançou a cabeça.
- A Manu deve ser a criança que a enfermeira contou para o Breno que a mãe vive dizendo que foi roubada. Nossa, isso vai ser uma bomba pra ela. – Eu não sabia o que fazer. – Eu já estou arrependido de ter remexido nessa história.
- A Manu não pode saber, Flávio, pelo menos não antes de sair esse DNA e a gente conversar com o meu sogro. – Olívia tinha razão. Mas seria um inferno esconder isso dela por mais tempo.
- Não sei, Olívia. Eu já quase perdi a Manu uma vez por esconder coisas dela. Eu não posso esconder isso, é muito grave. – Respondi.
- Vamos ligar para o Camilo, pedir a opinião dele, eu acho importante. – Olívia tinha razão. Eu concordei e ela fez a vídeo chamada.
- Oi, Oli, você ainda está com a minha irmã? – Camilo atendeu, mas parecia prestar atenção em outra coisa.
- Camilo, larga o que você está fazendo e olha pra mim. Tem alguém aí com você? – Olívia estava aflita.
- Não, Oli, estou sozinho. Ah, oi, Flávio. Como a Manu está? – Camilo tirou os olhos dos papéis que olhava.
- Está em casa com a Melissa. Está bem, dentro do possível depois do que aquela mulher fez com ela hoje. – Respondi.
- Camilo, achamos as páginas que faltavam do diário e mais um monte de coisas. – Olívia se apressou.
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