“Flávio”
Camilo estava sentado em minha frente boquiaberto. Ao seu lado a Olívia nem respirava. Eu fiquei apreensivo. Ele me estendeu o papel e eu o olhei, não dava para acreditar.
- Positivo? Como assim positivo? Não, a Manu não pode ser filha daquela mulher! – Me custava a acreditar que a Manu tinha aquele monstro por mãe.
Quando o Camilo começou a contar sobre suas suspeitas, num primeiro momento pareceu fantástico demais, mas depois foi como se tudo fizesse sentido. Agora eu tinha em minhas mãos um teste de DNA que confirmava que a Manu era filha daquele monstro da Rita.
- Não pode ser, Flávio, não pode ser, a Manu não pode ser filha dessa cobra da Rita. A Manu é a cara da minha mãe, Flávio, você viu a foto. – Camilo estava chorando. Ele beirava o desespero e eu também estava inconformado.
Olívia se levantou e foi até o balcão, minutos depois voltou acompanhada do responsável pelo laboratório. Ele se sentou ao nosso lado e explicou que o exame era confiável e não havia chance de erro. Mas o Camilo estava inconsolável, ele pegou o celular e mostrou a foto da Manu e a foto da mãe dele ao diretor do laboratório.
- O senhor acha mesmo que não tem nenhuma chance do seu laboratório estar errado? A semelhança entre as duas é pura coincidência? – Camilo perguntou ao homem que ainda examinava as fotos.
- Olha, possivelmente a mãe da moça se pareça com a senhora da foto. – O homem tentou encontrar uma explicação, mas o Camilo mostrou a ele a foto da Rita. – É, não se parece. Se quiserem, podemos repetir o exame sem custos adicionais, mas precisaremos de novas amostras. E seria interessante ter a amostra das duas mulheres.
- Uma delas faleceu há vinte anos. – Camilo falou se recostando na cadeira.
- Ah, não, Camilo, eu conheço essa cara, você não vai se dar por vencido! – Olívia protestou.
- Oli, eu não tenho como entrar naquela casa de novo, não tenho como conseguir essa amostra. – Camilo tentou acalmá-la.
- Quais as chances das amostras terem sido trocadas aqui no laboratório? – Olívia empinou o queixo e encarou o diretor do lugar.
- Eu diria que são praticamente nulas. Nossos processos são rigorosamente verificados e se algo assim acontecesse seria um desastre, nós teríamos que refazer todos os testes que foram processados junto com esse e seria um caos. – O homem explicou.
- Pois então se prepare para o caos! – Olívia se levantou. – Eu vou pessoalmente trazer essas amostras. – Ela pegou o cartão do homem e se despediu. – Vamos rapazes!
Eu olhei para o Camilo e ele deu de ombros, seguimos a Olívia para fora do laboratório. E ela tinha um brilho de determinação no olhar que era resplandecente.
- É o seguinte, rapazes, eu cuido do DNA e vocês da investigação. Nós vamos livrar a Manu dessa demônia ou eu não me chamo Olívia Ferrante Blanco! – Olívia estava decidida.
- Como ela vai fazer isso? – Perguntei ao Camilo enquanto ela entrava no carro.
- Não tenho idéia, mas pode apostar que ela vai conseguir. – Camilo respondeu e eu achei graça.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque