“Camilo”
Depois do café da manhã, deixamos a Manu e a irmã do Flávio no escritório. Manu estava muito preocupada e ela não se acalmaria, o medo estava nos olhos dela e eu a entendia, ao longo da vida minha irmã já havia sido bastante punida por aquela mulher que se dizia mãe dela.
- Flávio, eu estou muito preocupado com a minha irmã. Ela está com medo. – Comentei com o Flávio no caminho até o hotel onde nos encontraríamos com o pai dele.
- É. – Flávio respirou fundo. – Vou ser franco com você, eu tenho vontade de matar aquela mulher. A Manu me contou que ela a chicoteava. Cara, isso é horrível de muitas maneiras. – Os olhos do Flávio estavam em chamas. Eu me lembrei da minha reação quando descobri.
- Eu só não fiz nada com ela porque a Manu implorou, pois é a mãe dela. Humpf... mãe, que mãe que nada! Eu tenho certeza, Flávio, esse DNA vai dar negativo. – Eu estava bem ansioso pelo resultado que pegaríamos à tarde.
- Tomara! Se for assim, eu acabo com a raça dessa mulher se ela se aproximar da Manu de novo.
- Flávio, depois de tanto tempo, se ela trocou os bebês, ela pode ser presa por isso? – Olívia, que estava sentada no banco de trás, perguntou.
- Pode se nós comprovarmos que foi um sequestro. Mas o caso é todo nebuloso, Olívia. O policial que está investigando isso pra mim está bem convencido de que há algo de errado em toda essa história. Vamos encontrá-lo depois de falar com meu pai. – Flávio respondeu.
- Hoje o dia vai ser cheio. Obrigado por estar me ajudando com isso. – Agradeci e o Flávio se virou pra mim.
- Camilo, eu viro o mundo pela minha baixinha. – Os olhos dele suavizaram ao falar da minha irmã e eu fiquei grato por ela ter encontrado um homem bom que cuidaria dela e estava disposto a tudo para protegê-la.
Chegamos ao hotel e encontramos o pai do Flávio em uma suíte muito elegante que tinha uma sala contígua muito bem decorada. O ambiente era luxuoso, muito bem iluminado, um conjunto de sofás em tecido branco, um tapete em tom areia, duas poltronas no mesmo tecido do sofá e uma enorme mesa de centro de madeira nobre, compunham o lugar, além de objetos de decoração variados em tons de branco, bege e marrom. Ao lado uma vista panorâmica da cidade se descortinava. O ambiente era tão opulento quanto o homem que se apresentou trajando um fino terno carvão feito sob medida.
- Filho, bom dia! Obrigado por possibilitar que eu me apresentasse ao Sr. Blanco. – O homem abraçou o Flávio calorosamente.
- Pai, eu estou apenas acompanhando o Camilo, quem possibilitou esse encontro foi a Manu. – Flávio falou em um tom muito sério.
- Ah, e como está a minha nora? Por que não veio com vocês? – O homem parecia extremamente simpático, mas o Flávio já havia me alertado que era uma raposa.
- Ela está trabalhando. – Flávio respondeu e fez as apresentações. O pai dele me cumprimentou efusivamente e se dirigiu a Olívia como um lord inglês, tomando-lhe a mão e beijando o dorso numa reverência.
- Sra. Blanco, engraçado, mas sua fisionomia me é familiar. – O pai do Flávio a olhou com interesse.
- Talvez o senhor se lembre de algum dos meus trabalhos. – Olívia respondeu com aquele sorriso deslumbrante que deixava qualquer um aos seus pés.
- Minha esposa era modelo, viajou o mundo e estampou campanhas de marcas famosas até se aposentar cinco anos atrás. – Expliquei.
- É claro, Olívia Ferrante! – O homem olhou para ela com admiração.
- Agora, Olívia Blanco. – Ela tornou a sorrir para ele.
- Camilo, você é um homem verdadeiramente afortunado. – Ele olhou para mim com novo interesse e eu agradeci.
Pelas duas horas seguintes falamos de negócios e foi realmente bem interessante. Eu tinha que reconhecer que o César Moreno era um empresário extraordinário e tinha uma perspectiva interessante sobre os negócios. Ele era sedutor, inteligente e articulado. No final da reunião eu fiquei interessado em uma proposta de parceria que ele sugeriu. Eu não estava interessado em tê-lo como sócio ou se metendo na empresa da minha família, mas eu fiquei interessado com a possibilidade de algumas ações conjuntas que, se dessem certo, impulsionariam ainda mais a nossa empresa.
- Olha, César, de fato é muito interessante. O que você acha de aprimorarmos essa idéia? Você e seu filho são muito bem vindos para conhecer a nossa empresa e nossas fazendas. – Convidei para que ele visse com os próprios olhos que o negócio seria bom para ele também.
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