“Manuela”
Entre a visita do pai do Flávio no sábado e o almoço de domingo na casa do Alessandro e da Catarina, acabei não ligando para o meu irmão, mas eu queria saber logo do Camilo o que estava acontecendo. Aproveitei a minha hora de almoço para fazer isso.
- Oi, Manuzinha! Como você está minha irmã? – Camilo me atendeu com o mesmo tom carinhoso de sempre. Não importava o que ele estivesse fazendo, ou como estava o seu humor, ele sempre me atendia assim.
- Estou bem. E o meu irmão preferido, como está? – Ele riu, desde criança eu dizia que ele era o meu irmão preferido e ele dizia que adorava isso. Mas ele realmente era o preferido.
- Estou bem. Com tanta saudade de você que vou te visitar no fim da semana. Posso me hospedar na sua casa? – Achei estranho, pois eu passei um ano nessa cidade e ele não podia vir me ver, agora, poucos dias depois de me fazer uma visita ele já faria outra.
- Você e a Olívia sempre podem ficar em minha casa. Eu fico feliz que você venha me ver, mas tem algum motivo especial? – Nós sempre fomos francos e diretos um com o outro, então eu não fazia rodeios.
- Tem sim, eu preciso conversar com você sobre a empresa, mas eu estou mesmo com saudade. – Então percebi que algo estava mesmo mudando.
- Era justamente sobre isso que eu queria te perguntar. O pai do Flávio veio nos visitar, você sabe que ele tem uma empresa gigante de alimentos a base de proteína, e ele está interessado na empresa da nossa família. – Falei.
- Sim, ele nos fez uma oferta, mas eu recusei. Por acaso te interessa?
- Não, se você recusou é porque não era bom para a nossa empresa, eu confio em você. Mas ele quer te conhecer.
- Hum, por mim tudo bem, mas eu prefiro não me associar a ele. Gostaria que a empresa continuasse só com a gente.
- Eu concordo com você. Mas o que eu quero saber é porque ele disse que eu tenho metade da empresa e metade da fazenda e que o papai não é um dos sócios do negócio.
- É sobre isso que eu quero conversar com você, mas quero fazer isso pessoalmente. Nós tivemos que mudar algumas coisas aqui, pois o nosso pai está se divorciando da sua mãe.
- Então isso é verdade, sobre a empresa?
- Sim, Manu, é verdade. O nosso pai quis proteger o patrimônio, você conhece o Juliano e a sua mãe, ela arrancaria tudo o que pudesse do nosso pai e destruiria a empresa. Isso te incomoda?
- Não é que me incomode, eu só fui pega de surpresa e estou sem entender o que está acontecendo. Além do mais, o pai do Flávio acha que a nossa empresa é muito maior do que é.
- Minha irmã, você precisa se inteirar dos negócios, sempre te falo isso. As coisas não são como você pensa. A nossa empresa é um negócio muito próspero, Manu.
- Camilo, eu não me importo com os negócios, por mim, nós já teríamos passado tudo para o seu nome. O que me preocupa é o que a minha mãe vai fazer comigo quando descobrir que eu tenho a metade de tudo. – Esse era o meu verdadeiro medo, se antes já era ruim, agora ficaria muito pior.
- Você não vai passar nada para o meu nome, Manu. Eu apenas cuido da sua parte, mas é seu. E quanto a sua mãe, nem eu e nem o Flávio vamos permitir que ela se aproxime de você.
- Eu tenho medo, Camilo. – Eu tinha muito medo na verdade. – O Juliano apareceu aqui na sexta, junto com aqueles dois trastes que são amigos dele, me cercou na porta do escritório.
- O que aquele animal fez com você? – Eu senti a raiva na voz do meu irmão.
- Felizmente o Flávio chegou e ele não pôde fazer nada, mas ele disse que tinha vindo me buscar. – Expliquei. – Eu vivo com medo, não posso nem pisar na rua sozinha, pois tenho medo que a minha mãe apareça, me agrida, me leve embora à força e me obrigue a casar com o filho do Sr. Cândido. Eu não quero viver assim, com medo da minha própria mãe.
- Manu, calma, eu prometo que nós vamos resolver isso. Confia em mim. – Camilo pediu e eu confiava nele, mas eu não via como resolver isso.
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