“Heitor”
Eu não estava nem acreditando. Era a primeira vez em muitos dias que eu tinha algum sinal de que a Samantha me perdoaria. Quando entrei naquele elevador e abri o cartão eu quis sair dali e beijá-la, mas a porta já estava se fechando.
Samantha havia escrito “me faça acreditar”, eu não precisava de mais para ter esperança e saber que eu ainda tinha chance de reconquistá-la. Haviam apenas três palavras ali, mas diziam muito mais do que parecia.
Fui a uma reunião que eu não havia conseguido adiar e voltei para a empresa do Mellendez o mais rápido que pude, mas antes passei no shopping e comprei umas coisas.
Na confeitaria, pedi a atendente que ajudasse a montar a caixa. Ela colocou os doze botões de rosas vermelhas e entre os caules colocou a garrafa de licor de marula e em volta da garrafa colocou vários bombons de morango. Fechou a caixa e passou artisticamente um laço de fita vermelha. Afixei sobre a tampa o cartão que dizia “Vou fazer o que puder para mostrar que posso ser o homem da sua vida”.
Quando voltei para o escritório do Alessandro, simplesmente deixei a caixa sobre a mesa da Samantha e vi um pequeno sorriso em seu rosto. Pelo brilho dos seus olhos, tive certeza que ela se lembrou da nossa noite com os brinquedinhos que eu havia comprado pra ela.
Mas o que começou bem, terminaria desastroso. Depois que encontraram a Cat e o Pedro, felizmente bem, descobriram que o Junqueira havia comprado o haras do pai da Isabella. Era uma propriedade encravada entre outras três e era de difícil acesso. Eu conhecia o lugar já havia estado lá e sabia como chegar. Mas quando eu acabei de falar que tinha estado lá na semana anterior com a Isabella reparei que a Samantha havia entrado na sala.
O olhar dela pra mim foi de decepção. Eu estava há dias tentando me explicar com ela e aí dou uma furada dessas. Acontece que a Isabella me ligou, depois que a Samantha nos pegou juntos, ela estava chorando e me convenceu a encontrá-la e levá-la naquele haras. Mas eu não fiquei com ela, só não sabia como convencer a Samantha disso.
No entanto, antes de me explicar com a Samantha precisei dar todas as informações que tinha para a polícia, o que demorou um pouco. Quando consegui sair da sala fui direto até a Sam.
- Sam, podemos conversar? – Meu tom era suplicante.
- Não, Heitor, não podemos. Cansei! – Samantha simplesmente falou.
- Sam, eu posso explicar... – Tentei argumentar.
- Você não acha que seria melhor se você não tivesse que se explicar? – Samantha me olhou com os olhos frios.
- Sam, por favor! – Implorei.
- Heitor, eu estou trabalhando, agora não é hora. – Ela me repreendeu de novo.
- Eu vou me sentar naquela cadeira, Samantha, e esperar até que você termine o seu trabalho, mas eu vou me explicar. – Falei sério e me sentei na cadeira para a qual apontei ali na recepção.
Mas as coisas ainda podiam piorar. Minha mãe apareceu, o que foi uma surpresa, pois o meu pai ainda estava na cidade, mas eu entendi que ela queria dar apoio ao Alessandro. É claro que minha mãe me alfinetou sobre a minha namorada.
Samantha estava irada, magoada e decepcionada. Ela tinha razão de estar me odiando, mas eu queria que ela me amasse. Eu não resisti quando tive uma oportunidade de ficar sozinho com ela e a agarrei naquela escada de incêndio. E foi muito bom senti-la, mas foi muito doloroso ver a decepção em seus olhos.
Depois disso, pelo resto do tempo em que estivemos na empresa do Alessandro, a Samantha não perdeu uma chance de me chamar de safado e demonstrar a sua raiva de mim.
Ao sair finalmente da empresa do Alessandro eu estava exausto, felizmente a Melissa tinha limpado minha agenda e me dado o resto da semana de folga. Eu aproveitaria ao máximo para tentar conversar com a Samantha e começaria imediatamente eu tive uma idéia e precisava correr para resolver tudo. Além do mais, os caras prometeram me ajudar com ela e eu cobraria essa ajuda.
- Eu não! Quero mais é que todo mundo saiba que você anda me beijando escondido! – Eu sorria como um adolescente idiota.
- Limpa esse batom se você não quiser chegar nesse jantar com o olho roxo! – Ela ameaçou e eu sorri. – E se você quiser que eu vá com você. – Meu sorriso murchou.
Saí do apartamento limpando o batom e quando abri a porta do carro para a Sam entrar pedi que conferisse se estava bom. Ela tocou o canto da minha boca com o polegar e limpou, esse simples toque fez meu corpo inteiro se arrepiar.
- Agora está ótimo. Anda, vamos logo. – Samantha estava autoritária, isso era diferente. Não posso dizer que não gostei.
Depois do jantar, puxei a Samantha pelo braço. Ela já estava dando um jeito de escapar de mim. Mas eu não poderia perder a chance, eu tinha preparado uma surpresa.
- Não, senhora, você veio comigo, vai embora comigo. Vamos! – Falei em seu ouvido.
Entramos no carro e eu dirigi entrando mais no condomínio, quinhentos metros depois da casa do Alessandro eu parei na garagem de uma casa, acionei o portão eletrônico e entrei.
- Ai, meu deus, o que foi agora, Heitor? – Samantha revirou os olhos e me fez rir.
Desci do carro e abri a sua porta, pedindo que descesse. Ela estava sem entender nada. Peguei sua mão e saí caminhando, abri a porta da frente e a puxei para dentro. Eu estava torcendo para que meu gesto mostrasse a ela que eu tinha entendido o mal que fiz e que estava sinceramente arrependido. Mas ela estava muda e estacada na entrada.
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