Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 2

“Samantha”

Meu coração estava quebrado em milhões de pedaços. Não foi só uma traição, foram várias. E foi mais, ele não confiou em mim. Ele preferiu acreditar numa mentira do que vir falar comigo. Ele nem teve coragem pra terminar comigo, só ficou com outra e me deixou de lado. Isso não se faz!

Quando fechei a porta, escorreguei por ela e sentei ali no chão e chorei alto com o rosto em minhas mãos. Perdi a noção do tempo, não sei por quanto tempo eu fiquei ali no chão chorando, mas parecia que minhas lágrimas não tinham fim, como se as comportas de uma represa tivessem sido abertas e não pudessem ser mais fechadas e a dor ia me inundando.

Eu soluçava, estava sentindo uma dor lancinante no meu peito, estava começando a ter dificuldade para respirar e não conseguia parar de chorar. A campainha do meu apartamento soou e eu não me ergui para olhar, soou de novo e eu permaneci estática só chorando e sentindo dor. Até que ouvi uma voz chamar e ameaçar chamar os bombeiros para derrubarem a porta e eu me levantei, sei que a Melissa faria isso.

Me ergui e abri a porta. Minhas amigas estavam ali e entraram como um exército em uma missão.

- Estamos e estaremos sempre aqui pra você, Sam. – Melissa me puxou para um grande abraço. – A gente só achou melhor não chamar a Cat hoje, mas amanhã a gente conta tudo pra ela.

Me agarrei a Melissa e continuei chorando. Logo senti as meninas se juntando ao abraço. E como eu precisava daquele abraço. Aos poucos eu fui me acalmando e conseguindo recuperar o fôlego e as palavras. Quando meu coração se acalmou um pouco consegui falar.

- O que vocês estão fazendo aqui, suas doidas? – Tentei sorrir enquanto limpava as lágrimas com as costas das mãos.

- O prostituto do Martinez me ligou e contou o que aconteceu e disse que você precisava das amigas. Então estamos aqui. E ele estava certo. – Melissa falou.

- E nós viemos preparadas para lidar com todo tipo de coisa, tem pizza pra raiva, hambúrguer e batata frita pra ódio, sorvete pra tristeza, chocolate pra mágoa, jujubas pra ansiedade e mais umas coisinhas. – Virgínia enumerou.

- E claro, produtinhos pra skin care, porque a gente se acaba, mas o mundo não precisa ficar sabendo, muito menos aqueles idiotas. Amanhã estaremos lindas como sempre. – Sorri da idéia da Taís.

- Ai, gente, vocês são incríveis! As melhores amigas do mundo! – Funguei.

- Então, gatíssima, vamos nos acabar hoje, mas amanhã estaremos lindas e prontas para a próxima batalha. – Melissa falou se jogando no sofá.

A campainha tocou de novo e fui abrir a porta, Manu entrou afobada, puxando sua malinha. Depois de me abraçar já foi falando:

- Cheguei, gente, perdi muita coisa?

- Relaxa, Chaveirinho, acabamos de chegar também. – Melissa gritou do sofá. – Mas a senhorita tem muito o que explicar!

Manu fez uma cara engraçada pra mim, como quem fez uma coisa errada e pede ajuda. Puxei a Manu pra sala, a Virgínia e a Taís já tinham convertido minha mesinha de centro em uma praça de alimentação.

- Olha só, Chaveirinho, eu quero começar sabendo que história é essa de você esconder da gente que a Sam está passando esses perrengues todos. – Melissa já começou a apertar a Manu.

- Mel, ela me pediu para não contar enquanto a Catarina e o Alessandro estavam passando por aquela situação toda, mas agora felizmente eles se resolveram e nós podemos ajudar a Sam. – Manu respondeu se sentando no chão.

- Hum, sei. E desde quando você sabe? – Mel fixou os olhos na Manu que levava um pedaço de piza até a boca e respondeu despreocupadamente.

- Hum, desde que chegou a primeira carta. – Quando a Manu falou da carta eu senti o sangue ser drenado do meu corpo. Não era pra contar isso para as meninas.

- Que carta, Chaveirinho? – Taís largou o hamburguer que estava prestes a morder.

- Ué, as cartas que o Rômulo está enviando pra ela. – Manu falou com muita naturalidade e eu dei uma cotovelada nela que disse um “ai” e passou a mão no local.

- Explique-se, Samantha! Porque eu não estou acreditando que você acha que eu sou uma amiga de merda que não ia se preocupar com você e te ajudar porque nossa outra amiga estava com problemas. – Melissa reclamou e me deu um pouquinho de medo da cara de brava que ela fez.

- Mel, vocês são as melhores amigas do mundo, mas eu não queria ser um fardo. – Tentei explicar.

- Ah não, você só considerou que só a Manuela é sua amiga e nós não somos nada. – Virgínia falou meio ofendida.

- Ai, gente não é isso. – Comecei a chorar. – É que eu nunca tive amigas assim como vocês, incríveis e que estão dispostas a tudo pra me ajudar e eu não queria parecer que estava disputando atenção com a Cat e...

- Ai, Saaam... – Melissa me interrompeu e eu funguei. – A gente te entende, mas você não pode deixar a gente de fora de novo, nunca mais! Amigo divide bons e maus momentos e às vezes estão todos na merda, mas estão juntos.

- É isso aí, Sam, não interessa o quão ruim esteja a situação pra uma de nós, se outra estiver com problema, nós vamos acolher e ajudar do mesmo jeito! – Taís me abraçou. – E a Cat está se sentindo culpada por você estar passando por tudo sozinha.

- Não vou fazer de novo, juro! – Respondi.

- E vai perdoar aquele prostituto do Heitor? – Melissa perguntou.

- Eu estou muito magoada, Mel. Ele tirou conclusões e nem me deu a chance de explicar. – Falei olhando para as minhas mãos.

- Sam, nós vamos te poupar de repetir a história pra gente porque o Heitor já contou. Mas vou te dizer uma coisa, o lance do Heitor com o pai é muito pesado. Tem coisa que só o Patrício, o Alessandro e o Rick sabem e eu vou te falar, é muita merda! – Taís deixou claro que era muito pior do que eu imaginava.

- E você não vai contar? – Perguntei.

- Não posso. Por favor, entendam. Eu descobri por acaso umas coisas e o Rick me fez jurar que eu não contaria pra ninguém. Não é um segredo meu. – Taís estava muito séria.

- Eu entendo. – Suspirei.

- Olha, Sam, pelo que eu tenho visto lá no escritório, o tal de Reinaldo fode completamente com o Heitor e a Hebe. Talvez, veja bem eu disse talvez, só dessa vez você poderia tentar não ser tão dura com aquele idiota. – Melissa estava dando um voto de confiança para o Heitor, era isso mesmo, gente? Por essa eu não esperava e fiquei pensativa.

Talvez a Melissa tivesse razão, eu vi o Heitor perto do pai, eu vi o quanto aquele homem desestrutura o Heitor e até o Enzo, coitado. Mas, ainda assim, ele me traiu e eu já fui traída antes.

Ser traído não só faz a gente perder a confiança, que é fundamental em um relacionamento, mas mexe com o ego da gente, com a estima, nos faz questionar se somos realmente bons e se somos suficientes para o outro.

Eu estava me afogando em pensamentos, dúvidas e sentimentos de novo, mas ouvi uma voz que me puxou de volta à superfície.

- Tem muita coisa pra pensar, Sam, mas agora eu quero mesmo é saber como foi com o Miguelito! – Virgínia me puxou dos meus pensamentos.

Rapidamente a sala foi tomada por uma agitação e muita curiosidade sobre o meu passeio da tarde. Contei cada detalhe a elas e o quanto o Miguel era gentil e atencioso, assim como contei que iríamos ao cinema no dia seguinte. As meninas ficaram animadas e agitadas.

Terminamos a noite assistindo clipes musicais, rindo, dançando e cantando na frente da TV.

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