“Heitor”
Eu estava parado na porta do apartamento da Samantha olhando para a mulher mais linda do mundo que estava a minha frente usando nada mais que uma camisetinha branca grudada no corpo e uma calcinha fio dental da mesma cor. Era impossível não desejá-la.
- Heitor, eu acabei de acordar com a ligação da Mel em seguida você me ligou, esqueci que não estava vestida. Mas você já viu tudo o que tem aqui. Então entra, fica a vontade que eu vou me arrumar. – Ela falou meio constrangida.
Samantha me deu as costas para sair e eu não me contive, entrei, fechei a porta e a puxei para os meus braços, grudando as nossas bocas em um beijo quente, úmido e cheio de desejo. Quando nos afastamos para respirar eu sorri pra ela.
- Bom dia, minha deusa! Você está linda!
A soltei e ela caminhou meio cambaleante pelo corredor, me deixando pra trás com um sorriso de orelha a orelha. Eu a beijei e ela não me rejeitou, ela correspondeu. Fui para a cozinha e preparei um café para ela. Café preto, torradas e geléia. Ela adorava isso pela manhã.
Meia hora depois Samantha entrou na cozinha, vestindo um jeans justo e uma camisa preta de botões, como cabelo preso em um coque alto e um lenço azul artisticamente preso à cabeça. Ela estava deslumbrante como sempre. Coloquei o prato à sua frente e servi o café.
Durante todo o tempo em que estivemos sozinhos ela não disse mais nada, parecia absorta em seus pensamentos. Chegamos à casa das garotas e estava uma animação de uma festa infantil, conversas, risos e gritinhos. Logo a Melissa dividiu e separou, homens para um lado, mulheres para outro.
Fomos para o quarto do Pedro, arrumar as coisas e entre uma caixa e outra o Rick se aproximou.
- Como você está? – Rick perguntou bem baixinho. Olhei para ele estranhando a pergunta, mas sabendo a que se referia.
- Estou jogado no inferno, do mesmo jeito que o Alessandro ficou. – Falei tão baixo quanto ele.
- Aquela mulher está sofrendo e ela não merece. Você fez uma merda maior que o Alessandro. – Rick sussurrou.
- O que as garotinhas tanto cochicham? – Patrício, curioso como sempre, perguntou em tom jocoso.
- Só pensando em combinar uma noite de pôquer, Patrício. – Rick respondeu rápido e depois sussurrou pra mim. – Preciso te contar uma coisa importante. – Assenti.
Ao voltarmos para a sala o Nando, que já estava levando as caixas para o carro do Alessandro, entrou todo afobado.
- Alguém me explica por que eu vi a Samantha entrando no carro do Miguel? – Nando perguntou ofegante.
Eu surtei com o que o Nando disse, e surtei de novo quando a Melissa falou que a Sam está solteira. Mas nem fodendo! Minha vontade era sair correndo atrás dela, mas não sei como meus amigos pensaram em fazer uma intervenção e resolveram que iriam me interrogar.
Depois de contar a cena que a Samantha presenciou em minha casa e ouvir meus amigos me censurarem, e com toda razão, Alessandro deu a palavra final, conversaríamos depois de terminar a mudança.
Quando finalmente terminamos a mudança da Catarina e do Pedro, eu não me livrei da “santa inquisição” dos meus amigos. Nos sentamos na sala do apartamento do Alessandro e é claro que a Melissa conduziu o interrogatório.
- Vai lá, prostituto, quantas vezes você ficou com a ajudante da paquita do capeta? – O tom da Melissa não era nada amistoso.
- Prostituto, Mel? – Perguntei me fazendo de ofendido.
- É, prostituto. E se dê por satisfeito, pois eu ia dizer coisa pior. – Melissa retruca.
- Ai, isso vai ser ruim... – passei a mão nos cabelos e resolvi contar a história toda.
Contei sobre a foto e mostrei, contei sobre as vezes que fiquei com a Isabella por puro despeito, das várias ligações da Sam que eu ignorei, sobre a briga com meu pai na casa da minha irmã, sobre a briga com o meu pai na empresa e sobre o que descobri no Clube Social. Quando acabei, Melissa me deu um tapão na cabeça.
- Seu idiota! – Melissa praguejou. – Em nenhum momento você pensou em conversar com a Sam sobre essa m*****a foto? Você sequer teve culhão para terminar com ela! Sério, Martinez, você é um prostituto.
- Eu estou tentando conversar com ela desde ontem, mas... – Eu tentava justificar meus erros, mas nem eu queria ouvir minhas desculpas toscas.
- Ontem, idiota? – Patrício falou como se eu não tivesse percebido o óbvio. – Você recebeu essa foto há semanas atrás e não conversou com ela? Conhecendo o seu pai, vendo o que o Alessandro estava passando, você preferiu ignorar a Sam e transar com a puta da Isabella? Não, Heitor, você é inacreditável!
- É meu amigo, não dá pra te defender. – Alessandro me desanimou.
- Mas ela só fez o que a Sam pediu. A Sam não queria nos preocupar, disse que a situação da Cat e do Alessandro era muito séria e que nós não precisávamos de mais um problema no grupo. – Rick falou de cabeça baixa.
- Espera aí, Ricardo, você também sabia? E não falou nada? – Taís perguntou.
- Taís, foi um pedido da Sam. Eu percebi que havia algo errado com ela e a confrontei. Só que ela me pediu para não falar com vocês e eu respeitei a vontade dela, mas eu estava cuidando dela. – Rick tentava explicar.
- Eu estou me sentindo culpada. A Sam passando por tudo isso sozinha e eu monopolizando a atenção de vocês. E até o Rick percebeu que tinha algo acontecendo e eu não. – Catarina comentou bastante chateada.
- Todos nós fomos péssimos amigos, ignoramos os sinais. Mas o culpado mesmo é esse prostituto idiota! – Melissa concluiu.
- É, eu fui um imbecil, mas será que agora vocês podem me ajudar a pensar numa forma de fazê-la me perdoar?
- Ah, claro! – Alessandro falou confiante. – E eu já sei uma, comece a se arrastar! – Todos riram da minha tragédia. – Mas eu quero mesmo saber, Ricardo, é o que mais você sabe que nós não sabemos.
- Como assim? – Rick ficou confuso.
- Ora, você sabia da gravidez da Cat, você sabia da situação da Sam com esse prostituto que é nosso amigo. Fico pensando o que mais você sabe. – Alessandro encarou o Rick.
- Ai, eu mereço. – Rick bufou. – No momento eu não estou sabendo de mais nada, ok. Agora vamos focar em arrumar toda essa bagunça que o prostituto fez.
Eu gemi de desespero e me encolhi no sofá. Mas meu dia não seria tranqüilo e agradável como eu pensei quando peguei a Sam em casa. Meu celular tocou tirei do bolso e li a mensagem.
- Pessoal, eu preciso ir, a Hebe quer falar comigo. Desde a briga com o Reinaldo no escritório que não nos falamos. Preciso ver como ela está. – Me despedi dos meus amigos e fui para a casa da minha irmã.
Eu teria outra conversa difícil, pois contar para a Hebe sobre o que aconteceu no clube a mortificaria.
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