“Samantha”
Heitor me deixou no escritório na segunda pela manhã. Nosso final de semana foi muito bom, menos a parte do pai desagradável dele, que deixou o Heitor muito tenso e distraído. Mas, mesmo assim, ele me cobriu de atenção e acabou até me fazendo esquecer a carta que eu tinha recebido. Eu não queria preocupar o Heitor com isso. Eu percebi o quanto o pai dele o deixava nervoso e não quis dar mais um motivo de estresse pra ele.
Entrei no escritório com a missão de reunir todos que trabalhavam no andar da presidência. Alessandro havia me dito que a Catarina estava voltando e queria anunciar para todos e evitar que ficassem perguntando sobre o motivo da saída da Cat. Então, quando cheguei no andar comecei a reunir todos.
- O que foi agora, vadia? – Celeste me perguntou me chamando pelo apelidinho nada carinhoso que havia me dado. Quando estávamos sozinhas ela me chamava de vadia e eu a chamava de puta.
- Ordens do chefe, puta. Só aceita e faz o que te mandam, puta é paga pra isso! – Sorri com indiferença pra ela que ia abrir a boca pra responder, mas viu o Patrício chegando.
- Bom dia, moças. – Patrício sorriu e Celeste abriu um sorriso falso pra ele.
- Patrício, o Sr. Mellendez quer todos aqui na recepção. Ele está chegando e tem um anúncio a fazer. – Avisei ao Patrício que aumentou o sorriso.
Quando o Alessandro chegou com a Catarina eu observei a Celeste e a vi perder a cor. Ela ficou furiosa e não conseguiu disfarçar. Mas ela ainda tentou fazer intriga entre a Catarina e eu, ela não sabia que éramos amigas, e ao ouvir isso da Catarina ela ferveu de raiva.
Depois que todos dispersaram e ficamos sozinhas na recepção a Celeste veio tirar satisfações.
- Quer dizer que a vadia é amiga da piranhazinha que quer agarrar o chefe? Eu já deveria ter desconfiado. – Celeste parou em minha frente e cruzou os braços.
- Ih, puta, isso tudo é inveja? – Falei com deboche e fui e saí em direção a copa.
A Celeste logo que me afastei pegou o telefone e discou o ramal do Junqueira, eu tinha me afastado, mas fiquei escondida só ouvindo, eu sabia que ela avisaria ao amante. Antes que ela encerrasse a ligação eu voltei e parei na frente dela.
- Mas olha que puta fofoqueira! – Falei olhando pra ela, que desligou o telefone rapidamente. – Está marcando um programa ou só espalhando fofoca por aí?
- Não é da sua conta, vadia! – Celeste respondeu entre os dentes.
- Me diz, puta, você conta tudo o que acontece aqui para o seu amante, né? – Falei rindo como se conversasse com uma amiga. – Já pensou se o chefe fica sabendo? – Coloquei a mão no rosto e abri bem os olhos.
- Cuida da sua vida, sua vadia, e não se meta comigo, você não sabe do que eu sou capaz!
- Nossa, eu estou tremendo de medo, olha... – estendi a minha mão e fingi que estava tremendo. Celeste estava vermelha de raiva. Aí eu tive uma idéia, peguei meu celular e falei pra ela. – Pra você ver que sou uma pessoa boa, vou te dar um conselho, tome mais cuidado com os lugares que você escolhe para fazer os seus programas.
Virei o meu celular para a Celeste e mostrei o vídeo que eu fiz dela pagando um boquete para o Junqueira. Mas no trecho do vídeo que eu mostrei a ela, não dava pra ver quem era o homem, foi estratégico, para ela não desconfiar que eu sabia quem era o amante. Ela tentou pegar o celular da minha mão, mas eu fui mais rápida.
- Eu só estou curiosa pra saber quem é o seu cliente. – Comentei como se não soubesse. – Não deu pra eu ver o rosto dele.
- Apaga esse vídeo, sua vadia! – Ela rosnou.
Depois que expliquei toda situação para o Heitor ele se acalmou um pouco, mas ainda estava inconformado por eu não prestar queixa. Alessandro saiu da sua sala.
- Ah, você já chegou. – Alessandro falou com o Heitor.
- Alessandro, você sabe que isso foi um absurdo. Você deveria proteger a minha deusa. – Heitor estava bravo.
- Meu amigo, eu estou fazendo o melhor que posso, mas a sua deusa não facilita a minha vida. – Alessandro riu pra mim. – E, em minha defesa, tenho que dizer, ela que não quis chamar a polícia.
- Não me conformo com isso. – Heitor falou. – Vamos, Sam, vou te levar pra casa.
- Não vamos não. Estou no meio do meu expediente e a Cat acabou de voltar pra empresa. – Bati o pé.
- Mas, Sam...- Heitor tentaria me convencer.
- Nem perde seu tempo, Heitor. A Sam está bem. – Patrício falou saindo da sala do Rick. – O melhor que temos a fazer é levar essas garotas para um belo almoço.
Depois do almoço o Heitor foi embora e eu voltei ao trabalho. Passamos o resto da semana sem nos ver, pois eu estava ajudando a minha mão a organizar o apartamento. Nós já havíamos nos mudado e isso foi um alívio pra mim, pois depois da carta que recebi na nossa antiga casa eu estava muito preocupada. Tentei não pensar muito nisso, mas era difícil. Então pesquisei o endereço do remetente e era o endereço de uma agência dos correios, isso não me dava nenhuma pista.
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