“Samantha”
Passado o susto, eu não conseguia parar de rir, vendo o Heitor deitado na maca ao meu lado, todo emburrado.
- Você pode tentar se controlar, Samantha? – Heitor perguntou aborrecido.
- Não consigo... – Eu ria como se estivesse no circo.
- Samantha, o Molina já explicou que eu desmaiei porque fiquei muito emocionado. – Heitor bufou.
- Meu lindo, você desmaiou no primeiro ultrassom do nosso filho, como vai ser na sala de parto? – Perguntei sem conseguir parar de rir.
- Isso não vai se repetir, Samantha. – Heitor estava de cara fechada.
A porta cortina foi aberta e a Melissa entrou toda séria, trazendo uma bandeja com lanchinhos para mim e para o meu marido sensível.
- Ê, Martinez, que vergonha alheia, hein?! – Melissa não se conteve e começou a rir, me fazendo rir mais. – O Álvaro não deixou entrar todo mundo, mas na hora em que você sair, pode esperar que os rapazes vão cair na gozação.
- Porra, Melissa! Acho bom você controlá-los. A culpa foi sua. – Heitor reclamou.
- Minha por que? – Melissa olhou pra ele rindo.
- Você dirige como uma psicótica, quase me matou naquele carro hoje, eu já estava nervoso e preocupado com a minha esposa, aí o Álvaro me deixa escutar o coração do meu filho, porra! Foram muitas emoções em um espaço tão curto de tempo. – Heitor até podia ter razão, mas foi engraçado.
- Martinez, você reclama como uma menina. – Melissa falou e eu continuava rindo e rindo muito até que senti algo quente em minhas pernas.
- Opa! Ah, não acredito. – Reclamei.
- O que foi, Sam? – Heitor se virou pra mim preocupado.
- Acho que eu fiz xixi na cama. – Levantei o lençol sem acreditar e estava toda molhada. – Mas que merda! E a culpa foi sua, Heitor!
- Minha? Mas por que? – Heitor fez uma cara de injustiçado, falhando miseravelmente em esconder o riso.
Melissa se sentou na cadeira perto da parede e começou a rir e rir até perder o fôlego. O Heitor não se aguentou e começou a rir descaradamente também. E foi nesse momento que o Vinícius entrou no leito e viu a cena, olhou pra mim sério e perguntou.
- Fez xixi na cama? – Eu balancei a cabeça afirmativamente. – Eu não deveria, mas eu vou rir. – E ele estava rindo e abanando a Melissa.
Minha sorte foi uma enfermeira que entrou e viu a situação, colocou a Mel e o Vini pra fora e chamou outra enfermeira que trouxe uma cadeira de rodas e me levou ao banheiro para que eu tomasse banho.
Passado o episódio do desmaio seguido do xixi, só depois que os resultados dos exames ficaram prontos foi que o Álvaro nos liberou do hospital. Melissa estava a postos para nos levar para casa, mas eu precisava saber do Michel.
Conversamos com ele e a esposa mais um pouco e depois nos despedimos, finalmente indo pra casa.
- Quem vai acabar sendo demitida, sou eu. – Falei enquanto esperávamos o elevador. – Acabei de voltar da lua de mel e já perdi metade do dia de trabalho.
- Relaxa, Sam. Mellendez falou pra você ficar tranquila que ele não vai te perder, você é uma excelente funcionária. – Melissa colocou a mão em meu ombro.
No estacionamento, Heitor esticou a mão em direção a Melissa que me ajudava a entrar no carro e me sentar no banco do carona.
- Maluca, me dá as chaves. – Heitor pediu.
- Sem chance! Você desmaiou hoje, não vai dirigir. – Melissa sentenciou.
- Eu não vou passar pelo sufoco que passei hoje com você na direção. – Heitor protestou.
- Não seja ridículo, Martinez! Entra aí atrás. Eu que vou dirigir. – Melissa deixou o Heitor com a mão estendida, deu a volta no carro e se sentou ao meu lado. – Entra logo, Martinez!
Heitor entrou emburrado e reclamando. Chegamos em casa e ela estava cheia de conversas e risos, nossos amigos e família nos aguardavam lá ansiosos. Mas mal entramos e o Canela veio correndo nos receber, todo animadinho abanando o rabo. Brincamos com ele e enquanto cumprimentávamos todos ali as piadas sobre o desmaio do Heitor começaram e foi assim durante as horas seguintes.
Senti uma calma e felicidade tomar conta de mim, me envolvendo como em um abraço. Eu tinha uma família incrível, um marido lindo, amigos fantásticos, um cachorro fofo e amoroso e em breve meu pequenino estaria em meus braços. O que mais eu poderia querer da vida? Absolutamente nada!
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