“Samantha”
Durante uma semana Heitor e eu desfrutamos da companhia um do outro navegando pela costa. Conhecemos muitas cidadezinhas costeiras, vilas pitorescas de pescadores, encontramos pequenas ilhotas paradisíacas e enseadas isoladas. Conversamos, fizemos amor, rimos, relaxamos.
Ao aportar novamente em nossa cidade, eu já nem queria mais voltar, não queria deixar aqueles momentos doces e cheios de amor para trás, mas não tinha jeito, a vida real b**e à porta uma hora ou outra. O lado bom é que teríamos a vida inteira para desfrutar de momentos lindos juntos.
Na segunda feira eu até achei que estava tudo muito tranquilo no trabalho, não tinha visto sinal das meninas ainda, o que até me surpreendeu, mas na hora do almoço, entraram no meu andar todas elas, inclusive a Melissa e a Hebe, saltitantes e curiosas.
- Queridas, cheguei! – Brinquei ao ver aquele bando de mulheres caminhando em minha direção.
- Eu estou me perguntando é se você não tem vergonha de ter chegado da lua de mel e não ter feito uma vídeo chamada com a gente. – Melissa foi a primeira a reclamar.
- Na verdade, acho que a minha lua de mel durou até hoje de manhã antes de eu ter que vir trabalhar. – Brinquei com elas.
- Pela cara de felicidade que o Heitor chegou no escritório, acho que sua lua de mel ainda não acabou. – Melissa riu. – Anda, vamos almoçar porque nós queremos saber é dos detalhes sórdidos.
Melissa era sempre atrevida e cheia de graça, me arrancou uma risada, mas eu sabia que ela perguntaria sobre tudo. Peguei minha bolsa e fomos caminhando até o restaurante, agora que não tinha mais o Rômulo e nem o Reinaldo me atormentando eu me sentia confiante o suficiente para voltar a minha vida normal.
Depois que contei cada detalhe da minha lua de mel e mostrei muitas fotos era a vez das garotas me atualizarem.
- Gente, agora me conta, o que aconteceu por aqui? Como está a puta da Isabella? – Não é porque ela tinha sofrido um acidente provocado por ela mesma que minha opinião sobre ela mudaria, pra mim continuava sendo uma puta.
- Está no hospital ainda. Mas está algemada na cama, com dois policiais do lado de fora do quarto. Mas vou te falar, a cara dela e as penas, não vai ter conserto não. – Melissa falou bem séria.
- Como assim? – Perguntei confusa.
- Sam, os cortes foram muito profundos, precisaram fazer enxerto de pele e osso no rosto, mas ela teve uma perda muscular que deixou a cara dela deformada e na perna quase a mesma coisa. As cicatrizes são horríveis. Quase fiquei com pena. – Melissa lamentou.
- E como você sabe de tudo isso? – Perguntei sem entender.
- Essa doida da Melissa me arrastou até o hospital com ela. E ainda conseguiu permissão do delegado Bonfim para entrar e visitar a Isabella. Quando entramos, os curativos estavam sendo trocados. Foi horrível. – Hebe me explicou.
- Vai viver a sua vida, Nicole, e me esquece. – Perdi a paciência, não dava para aguentar mais uma louca me ameaçando.
- Eu vou viver a minha vida, assim que eu me vingar, por mim e pelo Rômulo. Ele era um idiota, mas morreu por sua culpa.
- Eu não tive nada com isso. Me esquece!
- Não consigo, você está na minha frente.
Me virei e me deparei com a Nicole, que estava bem atrás de mim. Ela tirou o boné e os óculos escuros e sorriu pra mim como uma hiena.
- Oi, Samanthinha. – Ela deu mais um passo a frente e num gesto muito rápido jogou em minha direção um líquido que estava na garrafa em sua mão.
A única coisa que meu cérebro registrou foi o segurança que o Heitor tinha colocado para me proteger, o Michel, entrando na minha frete e me protegendo debaixo dele, com os braços abrindo o paletó que usava para que eu ficasse dentro dele. Mas ele deu um grito.
Depois, tudo o que eu vi foi o caos. A Nicole foi jogada no chão por um homem que eu nunca havia visto, mas ele tirou do bolso uma algema e a algemou com as mãos para trás. O Michel caiu de joelhos e estava arrancando do corpo o paletó e a camisa. Em segundos a portaria do edifício da empresa era como uma praça de guerra, havia sirenes de carros de polícia e de ambulância. Nicole foi colocada em uma viatura policial e o Michel em uma ambulância. Alessandro, Patrício e Rick estavam ao meu redor e me puxavam para dentro do edifício. Foi tudo ficando escuro, senti minhas pernas fraquejarem e aí eu não lembro de mais nada.
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