“Samantha”
Depois de um banho revigorante, eu já estava me sentindo bem melhor e mais animada. Quando me sentei à mesa para o café da manhã, senti minha barriga reclamar de fome. Tomamos o café rindo e conversando sobre coisas cotidianas, com o Enzo alimentando o Canela escondido debaixo da mesa com pequenos pedaços de tudo, como se não estivéssemos vendo.
Eu havia passado por algo horrível na noite anterior, mas estar ali cercada por aqueles três se desdobrando em atenção e carinho e se esforçando para me fazer rir era um bálsamo sobre a minha quase tragédia. Era muito bom tê-los por perto e melhorava muito o meu estado de ânimo.
- Sam, o que você acha de almoçar no clube? Só nós quatro? – Heitor sugeriu e eu gostei da idéia.
- No Clube Social? – Perguntei.
- Não, no clube esportivo. O restaurante de lá é ótimo e tem uma área verde integrada, acho que pode ser agradável. – Heitor insistiu.
- Também acho. Vamos sim. – Concordei.
As crianças também gostaram da idéia e seria algo diferente do que geralmente fazíamos, isso me agradou. O clube esportivo era um lugar lindo, era uma enorme área verde e tudo ali se integrava a natureza. Haviam muitas atividades esportivas e de recreação que podiam ser praticadas ali, além de um SPA, restaurante e cafeteria.
O restaurante era mesmo um lugar magnífico, cercado de muito verde e ao lado tinha uma pequena queda d’água natural, incrustada em um paredão rochoso, que fazia um barulhinho relaxante, era um capricho da natureza muito bem preservado naquele recanto. Escolhemos uma mesa do lado de fora, de onde poderíamos apreciar a natureza em volta.
- Ainda não enjoou dessa barraqueira, Tchutchuco? Trouxe até seus sobrinhos pra almoçar com ela. – Ah, mas não é possível que essa puta da Isabella já encontrou a gente aqui. Bufei de raiva.
- Veja lá como fala, Isabella, eu não estou com humor para aturar suas gracinhas. – Heitor estava sério e até irritado.
- Quando você vai entender que ela não serve pra você? – Isabella questionou.
- Ah, não? E quem serve pra ele? Você? – Eu queria torcer o pescoço daquela vadia, mas hoje eu não tinha ânimo pra isso.
- É, eu mesma! Entenda logo, barraqueira, que você é só um passa tempo, ele vai ficar comigo, nem que eu precise fazer você desaparecer. – Isabella se encheu de coragem, acho que já tinha esquecido da surra que dei nela.
- Tia, calma! Não fica nervosa porque não faz bem pro bebê. – Enzo falou se levantando e se colocando entre a Isabella e eu, mas eu ainda pude ver a cara de choque da Isabella.
- Bebê? Essa barraqueira está grávida? Não é possível! Heitor? – Ela estava entre abalada e chorosa, mas era a primeira vez que eu a ouvia chamar o meu noivo pelo nome.
Os seguranças do clube se aproximaram e o Heitor informou que a Isabella tinha intenção de me agredir, assim ela foi retirada do local e nós pudemos voltar para o nosso almoço.
O resto da tarde nós passamos no clube e foi muito divertido. Era um lugar alegre com muitas famílias e era muito bonito e agradável. Fomos em direção ao carro no estacionamento, brincando e nos provocando, mas vi o semblante do Heitor despencar e ele ficar como que horrorizado.
- O que foi, meu lindo? – Perguntei sem entender.
- Meu-car-ro! – Heitor falou pausadamente.
Olhei em direção ao carro e só então percebi o que o havia deixado em choque. O carro estava destruído. A pintura estava arranhada, o parabrisa, assim como o vidro do passageiro, estava quebrado, o capô estava amassado e o pára-choque estava pendurado, quase indo ao chão.
- Que merda aconteceu aqui? – Heitor estava bufando de raiva. Ele olhou em volta e não viu ninguém. – Vamos ter que ir até a administração. Como é que depredam o meu carro no estacionamento do clube e ninguém impediu e nem me avisou?
- E você tem alguma dúvida de quem foi? – Perguntei tendo a certeza de que foi a puta da Isabella.
Pelo brilho de raiva nos olhos do Heitor ele concordava comigo, então deu as costas e caminhou de volta, sentido administração do clube. Ele estava possesso.
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