“Heitor”
Voltamos da casa de praia no fim da tarde do domingo. Felizmente todos tinham se recuperado bem e aquilo não passava de um pesadelo. Mas os dias pela frente prometiam ser bem conturbados. Pra piorar meu humor, a Sam adiou o casamento e não teve conversa, porém eu até entendia o motivo.
Nós mal havíamos chegado e o Flávio me ligou com uma notícia que abalaria a Sam. O Rômulo havia saído da cadeia. Isso me estressou ainda mais. Eles ainda não sabiam quem comprou os bombons e nem em qual loja, pois o entregador não era funcionário da loja. Assim, teriam que assistir a todas as imagens de segurança que as lojas da marca de chocolates forneceram, isso levaria tempo. E como se não bastasse, o Reinaldo ainda não tinha sido encontrado.
- Nossa, Flávio, mas será que você não tem nem uma notícia boa pra me dar? – Perguntei.
- Até tenho. Como eu disse, coloquei dois policiais a paisana de prontidão no presídio. Quando o Rômulo saiu eles o seguiram e estão de tocaia. Então sabemos onde ele está e quem é a cúmplice dele. – Flávio falou.
- Isso é muito bom! E quem é que está ajudando esse bandido?
- Uma mulherzinha pior do que ele. Ela é irmã de um traficantezinho de merda que a narcóticos está de olho, vamos trabalhar em parceria nesse caso agora.
- Porra! Mas o filho da puta foi se meter com traficantes? É isso mesmo? Agora eu estou pensando em tirar a Sam do país.
- Calma, a gente não sabe se ele se envolveu com o cara. Eles estiveram presos juntos, antes do Rômulo ser transferido, provavelmente foi assim que ele conheceu a mulher. Até agora, o Rômulo só foi na casa mãe e saiu de lá com duas malas e se enfiou no apartamento da mulher. – Flávio explicou.
- Está bem. Mais alguma coisa?
- Por enquanto é isso. Mas alerta a Sam, depois do que aconteceu na casa de praia e agora com o Rômulo na rua, é melhor ela ficar mais atenta.
- Pode deixar. Vou fazer isso. – Me despedi do Flávio e desliguei o telefone. E agora, como eu falo tudo isso pra Sam?
Ela estava na cozinha, descalça, era uma mania que ela tinha, sempre estava descalça pela casa. Eu achava curioso, pois eu evitava ficar descalço, mas vê-la descalça era reconfortante, pois eu sabia que ela estava à vontade e relaxada.
A abracei por trás, ela estava desligando o fogo de algo que cheirava muito bem.
- O que você está fazendo? – Perguntei em seu ouvido.
- Preparando o nosso jantar, acabou de ficar pronto.
- Hum! O cheiro está ótimo e eu estou com fome. – Ela riu.
Depois do jantar passei para a Sam todas as informações que o Flávio me deu. Como esperado ela ficou nervosa, embora tentasse se controlar.
- Rouxinol, se você quiser, podemos passar um tempo no exterior. – Sugeri, mas já sabia que ela não aceitaria.
- Não, Heitor, eu não vou sair correndo. Isso é dar poder demais a ele. Vamos manter a segurança e ficar alertas. – Samantha decidiu. Não tinha o que fazer.
- Tchutchuco, eu vim aqui te apoiar, ficar com você, é assim que você me trata? – Isabella choramingava.
- Me apoiar em quê, sua doida? Se eu precisar de apoio eu tenho minha futura esposa pra isso. – Respondi sem entender o que a Isabella queria.
- Futura esposa? – Percebi a confusão em seus olhos.
- Ah, qual é, puta? Você sabe muito bem que o Heitor e a Samantha vão se casar. – Melissa falou.
- Samantha. – A voz da Isabella soou amarga. – Esse casamento não vai acontecer, mas não vai mesmo.
Melissa deu mais um passo em direção a Isabella, que deu mais um passo para trás. Melissa, então rosnou e bateu o pé para a Isabella na mesma hora que soltou um latido. Isabella saiu correndo para o elevador que ainda estava aberto, enquanto Julia e eu estávamos nos acabando de rir.
- O que foi isso, Melissa? – Perguntei em meio às risadas.
- O quê? Ela me chamou de pitbull, só mostrei pra ela que ela estava certa. – Melissa respondeu naturalmente.
Essa melissa era uma peça! Não tinha limite e nem bom senso. Julia e eu rimos de nos acabar com a situação.
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