“Samantha”
Enumerei pra ele cada uma das pessoas e ele ficou alarmado. Pediu que eu reunisse todos na sala. Saí correndo de novo. Encontrei minha mãe passando mal no quarto e pedi ao Joaquim que a levasse pra sala. Encontrei a Hebe e a Haydèe juntas e gritei para o Heitor e os rapazes virem me ajudar com elas que estavam parecendo mais fracas. E encontrei o Patrício vomitando no banheiro.
- Precisamos ir agora para o hospital. Eles foram envenenados. – Álvaro falou visivelmente preocupado. – Vamos, vamos colocá-los em dois carros. Eu vou em um e o Vinícius em outro, assim podemos monitorá-los. Joaquim, você vai dirigindo um e o Alessandro o outro. Sam, você fica com os garotos, não é bom no seu estado ir para o hospital nessa agitação. Enzo, fica de olho nela, peça um chá para ela se acalmar e se ela continuar nervosa me ligue.
Álvaro dava ordens como um verdadeiro comandante. Mas rapidamente organizou tudo e foram para o hospital. Eles me dariam notícias, mas eu não conseguia parar de chorar. Ficamos na casa Enzo, Clara, Ivy, Luna, Flávio, Manu e eu. A Clara, assim como eu, chorava muito.
Flávio, logo buscou a caixa de bombons no lixo e empacotou. Ligou para o Bonfim e informou o ocorrido, pedindo que verificasse nas lojas da marca de chocolates se alguém conhecido havia comprado esses bombons. Chamou os empregados e começou a interrogar todo mundo, indo depois assistir as imagens de segurança para identificar o entregador.
Clara e eu estávamos abraçadas, aguardando ansiosas por notícias que demoraram muito a chegar. Heitor ligou várias vezes para saber como eu estava e dizer que ainda não tinham notícias, mas todos estavam sendo atendidos. Já passava da meia noite quando finalmente as notícias começaram a chegar.
- Sam, como você está? – Heitor perguntou do outro lado da linha.
- Aflita, Heitor. Me dê notícias, por favor. – Respondi.
- Sim, o médico acabou de falar com o Álvaro. Eles foram envenenados. Os bombons estavam envenenados, como o Álvaro concluiu. Os médicos fizeram lavagem estomacal e agora estão todos sendo medicados, vão ficar no hospital até se recuperarem.
- Eles vão ficar bem? Todos? – Eu estava assustada e com medo. Não podia perder nenhuma daquelas pessoas que eu amava, eram minha família.
- Tudo indica que sim. O Álvaro explicou que temos que esperar, só com o passar das horas teremos certeza. Mas como foram socorridos rapidamente a chance é a melhor possível. – Heitor ia falando e eu ia me acalmando um pouco. – Só que nossas mães e a Hebe são as que estão em pior estado. Tudo indica que o veneno agiu de forma mais agressiva no organismo delas.
- O que isso significa?
- Significa que talvez elas demorem mais a melhorar. Mas temos que aguardar. Por favor, Sam, se cuida, se alimente e durma. Pense no nosso bebê. E em hipótese alguma coma algo que você não saiba quem enviou.
- Está bem, Heitor. Nunca mais eu como e nem deixo ninguém perto de mim comer o que não sabe de quem vem. – Confirmei atordoada. – Com o que eles foram envenenados?
- Veneno para ratos. – Heitor suspirou e eu fiquei horrorizada. – Deixa eu falar com o Flávio, preciso passar informações pra ele.
- Tá bom. Meu lindo, se cuida.
- Edu, me perdoe. Eu não deveria... – Comecei a falar, mas ele me interrompeu.
- Não se desculpe pelo que você não fez. – Eduardo olhava nos meus olhos. – Eu estou feliz que você não tenha comido aquilo. Teria sido fatal para o meu sobrinho.
Eu já tinha pensado nisso, mas ainda me sentia culpada por eles terem sido envenenados por minha causa.
- Não pense demais, Sam. – Edu falou e me abraçou. – As mães vão ficar bem.
- Não me diga que você está achando que foi culpa sua, tia? – Enzo se juntou a nós. – Ô mulher boba. Não foi culpa sua. Pode parar com isso porque vai fazer mal para o meu priminho.
Sorri pra ele. Esse garoto tinha um dom muito especial de envolver as pessoas. Ele tinha uma estrela sobre si.
Três dias depois, Hebe, Haydèe e minha mãe receberam alta e voltaram pra casa. Nossos amigos já haviam voltado para a nossa cidade, pois precisavam cuidar das coisas. Flávio disse que não demoraria a encontrar o culpado. Melissa garantiu ao Heitor que não se preocupasse com a empresa e o Alessandro me deu a semana de folga mais uma vez. Luna e Ivy voltaram com o Vini, pois elas tinham escola e faculdade e o Vini tinha que trabalhar.
Passamos o resto da semana na casa e convenci o Heitor a adiar o casamento por duas semanas, voltando a ter um mês para preparar tudo. Felizmente, todos se recuperaram bem. Ao voltarmos pra casa no domingo seguinte, tudo já havia voltado ao normal e aquele incidente infeliz já era passado, só faltava mesmo descobrir quem foi.
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