“Samantha”
O resto da semana passou muito rápido. Tão rápido que eu esqueci de comentar com o Heitor que a Nicole esteve no escritório, pois naquele dia, Heitor e eu fomos comprar um presente para o Enzo que faria aniversário no sábado, e estava eufórico durante toda a semana, me ligando muitas vezes para contar sobre os preparativos da festa e confesso que isso me divertiu muito.
O sábado chegou depressa e eu estava bem tranqüila, já que com a troca do meu número de telefone as ligações pararam e eu dormia muito bem agora.
- Rouxinol, você já está pronta? Heitor entrou no closet e pegou um dos seus relógios o colocando no pulso.
- Quase, meu lindo. – Eu estava terminando a maquiagem.
- O Enzo não para de me ligar. Ô garoto ansioso!
- Ele está animado com essa festa. – Achei graça porque o Enzo passou os últimos dias só falando nisso.
- Ele sempre fica animado com qualquer festa. – Heitor riu. – Te espero na sala.
Finalizei minha maquiagem, coloquei meu vestido e me olhei no espelho. Eu estava usando um vestido verde esmeralda, escolhi pensando nos olhos do Heitor. Era longo, justo, com decote em vê e alças um pouco largas. Fiz uma trança bem estilosa no cabelo, com alguns fios caindo no rosto e estava pronta.
- Minha deusa! Você é a criatura mais linda que meus olhos já viram! – Heitor veio a mim com um enorme sorriso e os olhos passeando por todo o meu corpo.
- Você tem os melhores elogios, sabia?!
- Eu tenho é a mulher mais linda do mundo! – Heitor passou os braços em minha cintura. – É até injusto com as outras convidadas, todos vão olhar só pra você!
- E você não fica com ciúme?
- Não, eu sei que você é minha! Não me importo que os outros admirem sua beleza, você é linda demais mesmo. Normal que te admirem. Eu sou um homem de muita sorte por ter tido o privilégio de você olhar pra mim.
- Hum. Você sabe usar as palavras. Continue assim, Heitor Martinez, quem sabe eu não te dê algo mais que meu olhar no fim da noite. – Dei um selinho nele e vi seu sorriso ficar maior.
- Ah, eu estou ansioso pelo fim da noite! – Dei uma risada, vendo a ansiedade em seus olhos.
- Pelo visto, ansiedade é mal de família! – Ele riu e saímos com ele agarrado a minha cintura.
Hebe havia preparado a festa do filho no salão de festas de casa. Aliás, aquilo nem poderia ser chamado de casa, era quase um palácio na verdade. A casa da Hebe parecia uma enorme mansão dessas que se vê em revistas de decoração, tudo muito fino e elegante, unindo o clássico e o moderno.
O salão de festas era um pavilhão lateral à casa e com vista para o deslumbrante jardim criado por um paisagista mais do que talentoso. O salão era uma construção com grandes colunas sustentando um telhado colonial e as paredes laterais eram de vidro, com grandes lustres de cristal pendendo do teto. Era um lugar suntuoso.
A decoração era bem minimalista, o que chamava a tenção dos convidados eram as moças fazendo acrobacias em tecidos e arcos pendendo do teto. Haviam malabarista diversos e até dois artistas cuspindo fogo na entrada. Era como se os artistas circenses fossem a própria decoração da festa. Era um luxo, mas ao mesmo tempo era adequado a um adolescente de dezesseis anos.
- Tiaaa! Mas você está lindíssima hoje, mais do que sempre. – Enzo caminhou em minha direção todo empolgado, segurando um copo de coquetel de frutas muito bem decorado. – Pra você, sua linda. Não tem álcool, porque meu priminho não pode.
- Sobrinho, seu fofo! Obrigada. – Sorri e lhe dei um abraço desejando as melhores coisas da vida. Depois ele abraçou o Heitor.
- Tia, eu adorei o presente que você me mandou! Olha, já estou até usando! – Enzo mostrou o relógio de pulso que eu havia o presenteado e mandado entregar.
- Que bom que você gostou, sobrinho.
- E o presente que eu te dei, você não vai falar nada? – Heitor reclamou.
- Tio, eu adorei! Olha aqui. – Enzo mostrou no pulso a pulseira de ouro que o Heitor tinha lhe enviado. – E também adorei o presente que caiu na minha conta. – Enzo deu uma gargalhada, todo feliz.
- Só tentaram? Cuidado, elas não vão te deixar em paz. – Heitor ria da má sorte do Vini. – Depois do divórcio elas se soltaram, fazem tudo que dá na telha.
- Eu preciso achar a Ivy. Rápido! – Vini suspirou. – Aliás, ela foi ao banheiro, mas está demorando muito.
- Ah, ela deve ter parado para conversar com alguém. – Tentei acalmá-lo.
- Pode ser, mas ela me falou que não ia demorar. As irmãs serelepes já estavam tentando me atacar e a Ivy prometeu cuidar de mim. – Vini estava mesmo preocupado em ficar a mercê das irmãs do Edu.
- E desde quando um marmanjo como você precisa de uma doce jovem para te proteger? – Heitor ria descaradamente.
- Elas já assediaram você? – Vini perguntou.
- Felizmente não. Eu sou irmão da cunhada delas, o Edu as proibiu de se aproximarem de mim e como elas adoram a Hebe, respeitaram isso. – Heitor sorriu.
- Pra sua sorte. Cara, eu estou me sentindo um filé mignon exposto no açougue! – Vini arregalou os olhos, fazendo o Heitor gargalhar. – Gente, cadê a Ivy?
- Nossa, Vini, deixa a garota fazer xixi! – O repreendi, mas estava me divertindo com o apuro dele.
- Sam, tem mais de vinte minutos que ela foi ao banheiro. – Ele me olhou sério e isso me intrigou.
- Vamos, vou te ajudar a encontrá-la. – Saí com o Vini rumo aos banheiros.
A Ivy não estava no banheiro feminino. Tentamos ligar e ela não atendeu. Rodamos pela festa e não a encontramos. Encontramos o Enzo e a Luna e eles não sabiam da Ivy. Isso estava estranho.
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