“Samantha”
Depois do café com a Manu voltei a trabalhar e acabei sendo surpreendida. Eu não esperava pela visita que recebi na empresa no final do dia. Eu estava finalizando um relatório e meu telefone tocou sobre a mesa, era a recepcionista me informando que tinha uma pessoa no saguão do prédio insistindo muito que queria falar comigo.
Eu estava me perguntando o que eu fiz para merecer tanto encosto na minha vida. Seria melhor me livrar desse de uma vez, antes que ele se tornasse uma erva daninha que, por mais que a gente arranque, continua insistindo em brotar no quintal. Informei a recepcionista que desceria para atender minha visitante, mas que a entrada dela no prédio não estava liberada. Assim eu fiz.
Cheguei no saguão e vi a mulher sentada em uma das poltronas no canto afastado da recepção. Era uma dessas mulheres que de longe a gente percebe que não passam de oferecidas oportunistas. Ela usava um vestido branco de um tecido fino que ficava um pouco transparente. Era curto demais e com um decote que ia até o umbigo. Quem visse a cena notava que ela estava fora de contexto naquele ambiente.
- Estou pensando, o que você pode ter para falar comigo, Nicole? – Perguntei impaciente assim que me aproximei.
- Samantha! Você é bem exótica mesmo. – A vadia me olhou da cabeça aos pés com um certo desprezo.
- Veio aqui só pra me ver? Ah, querida, não adianta olhar, beleza não gasta! - Falei com a maior calma e um sorriso bem grande. Essa oportunista não vai conseguir me tirar do sério no meu trabalho, mas não vai mesmo.
- Você se acha muito, Samantha! Mas eu vim aqui te dar um conselho. – Nicole estava se sentindo muito confiante ali.
- Conselho? Não me lembro de ter pedido nenhum. – Fiz uma cara de deboche pra ela. – Sabe o que dizem sobre conselho, querida, que se fosse bom não seria dado, seria vendido.
- Hum. – Ela deu um meio sorriso carregado de maldade. – Mas eu vou dar mesmo assim. Soube que o Reinaldo está interessado em você, fica com ele de uma vez, porque é o único Martinez que você vai ter. Até que ele não é ruim, dá para o gasto. Mas o Heitor, queridinha, vai ficar comigo.
- Nem você sabe com quem está se metendo, Baratinha! – Sorri bem cínica e ela bufou. Então chamei o segurança. – Michel, por favor, tire essa barata daqui, não quero sujar os meus sapatos por esmagá-la. E avise ao pessoal que a entrada dela no prédio é proibida.
- Sim, dona Samantha. – Michel respondeu e pegou no braço da Nicole para levá-la para fora.
- Me solta! Eu vou sozinha, não encoste em mim. – Ela estava crispando de raiva. Saiu batendo o salto no piso e, meu deus, ela não sabia andar de salto, parecia que ia cair a qualquer momento.
Fiquei olhando ela sair, tentando se equilibrar sobre o salto e foi inevitável rir. Me deu aflição de ver.
- Heitor, posso dizer que você apurou seu gosto, porque isso aí, nem Jesus na causa! – Falei para mim mesma, mas uma senhora muito elegante que estava próximo ouviu e sorriu.
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