Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 2

“Hebe”

Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça do meu irmão, porque às vezes o Heitor perde totalmente o foco e vai ladeira abaixo. Eu dei instruções precisas, era um cachorro, só um e de porte pequeno, aí eu chego de uma viagem maravilhosa e recebo meus filhos de volta acompanhados de dois cachorros e o cachorro da Clara é quase do tamanho dela. Tive vontade de despachar os cachorros e as crianças de volta pra casa dele.

É claro que ele tinha um discurso pronto na ponta da língua pra me responder quando liguei furiosa questionando os dois cachorros. O pior é que ele me convenceu, ele sempre me convencia, desde que éramos crianças era assim, eu fazia tudo o que ele queria. Contudo, meus filhos eram duas pestinhas e eu sabia disso, eram duas pestinhas que manipulavam o tio como bem queriam e, invariavelmente, eu me sentia manipulada por tabela, pois depois que o Heitor cedia às vontades deles, ele me fazia ceder a sua própria vontade de agradar aos sobrinhos.

Não tive escolha, aceitei os pestinhas de volta com dois cachorros. Para minha surpresa o pequeno é um furacão, bagunceiro e agitado, enquanto o maior é todo zen, quietinho e bem mandado. Mas eu não permitiria que minha casa virasse uma bagunça!

Só que eu também não esperava que esses dois peludos fossem roubar meu coração. Dois espertinhos sorrateiros, chegaram de mansinho, começaram a andar atrás de mim por toda a casa, se deitam aos meus pés quando me sento pra ler, prestam atenção quando falo com eles, me recebem quando chego em casa, sinceramente, me dão mais atenção que meus filhos. Porém, eu jamais confessaria que estou apaixonada por esses dois peludinhos, até compro petiscos pra eles e escondo para dar quando estamos só nós três em casa.

E eu estava justamente dando um petisco ao Pipoca e ao Trufa quando um dos seguranças veio me falar que o meu pai estava no portão e insistia em falar comigo. Era o que me faltava! Mas mandei o segurança deixá-lo entrar e que ficasse por perto. Pra ser sincera eu quero falar com ele desde o dia em que ele cercou o Enzo no shopping, mas o Eduardo me convenceu a deixar quieto. Entretanto, hoje eu iria atendê-lo e ele ouviria muita coisa.

- Filha! Que saudade! Que bom que consegui falar com você, estou desesperado e precisando da sua ajuda. – Ele entrou pela sala de braços abertos vindo em minha direção e eu dei um passo pra trás.

- Não me toque! – Avisei e ouvi os cachorros rosnarem pra ele.

- Hebe, o que é isso? Não trate o seu pai assim. Filha, eu estou passando por um momento muito difícil. – Ele me repreendeu com uma voz queixosa.

- Meu pai? Eu não sei quem você é, mas você não é meu pai, não mais. – Dei uma risada curta e fria. – E você está colhendo o que plantou.

- Hebe, já vi que o Heitor veio encher sua cabeça de mentiras. Mas filha, acredite em mim, nada do que ele tenha te dito é verdade. O Heitor me odeia, ele sempre teve ciúme de você, porque você sempre foi a minha preferida, a princesinha do papai. – Reinaldo ia falando rápido e eu queria bater nele.

- Ora, sua imprestável! Quem você pensa que é para falar assim comigo? Hein? Quer saber a verdade? A verdade é que você só era útil enquanto conseguia convencer aquele imbecil do Heitor a me dar dinheiro, agora, você não me serve de nada. – Reinaldo parecia bem irritado. – Mas eu não vou sair daqui de mãos abanando.

Ele caminhou em minha direção, mas antes que pudesse me tocar, os cachorros pararam em sua frente e o atacaram, cada um cravou os dentes em uma perna, fazendo o Reinaldo se desesperar.

- Aiii! Seus pulguentos! Me soltem, saiam, me soltem! HEBE, FAZ ESSES ANIMAIS ESTÚPIDOS ME SOLTAREM! – A raiva pingava em sua voz, assim como o sangue, pelas mordidas dos cachorros, já pingava no chão.

- SEGURANÇA! – Gritei e dois homens entraram na sala. – Tirem esse verme da minha casa e se ele aparecer novamente, chamem a polícia. Trufa, Pipoca, soltem o lixo!

Trufa e Pipoca obedeceram imediatamente o meu comando e vieram se postar ao meu lado, sentadinhos, mas ainda rosnando para o Reinaldo. Enquanto aquele homem desprezível era retirado da minha casa eu me abaixei e agradeci meus filhinhos de quatro patas por terem me defendido. Eles ganharam muitos petiscos depois disso.