“Heitor”
A conversa fluía animada e eu via os sorrisos estampados nos rostos da minha mãe e da Hebe, que vez ou outra me olhavam e faziam um pequeno meneio de cabeça aprovando o rumo que as coisas estavam tomando. Eu sabia que elas estavam felizes por eu ter encontrado a Samantha.
E não podia ter sido melhor, minha mãe e minha sogra estavam se dando mais do que bem, elas conversavam como se fossem amigas de infância e já estavam discorrendo sobre como seria maravilhoso quando Samantha e eu tivéssemos filhos.
De repente, a campainha soou novamente e olhei para a Samantha com estranheza. A família já estava toda presente, será que ela havia convidado mais alguém?
- Deixa que eu abro, meu lindo. – Sam passou por mim e eu dei um beijo em seu rosto.
- Ah, a família toda reunida. Que lindo! – Olhei para trás e vi o Reinaldo entrando como se fosse o rei do lugar.
- Heitor, eu não consegui impedir a entrada dele e o segurança não estava na entrada. – Samantha vinha atrás furiosa.
- Fica tranqüila, Sam, eu mesmo coloco essa criatura pra fora! – Respondi sentindo a raiva me invadir.
- Eu te ajudo, cunhado. – Edu se levantou e se pôs ao meu lado.
- Já imagino quem seja o tipo, então, eu também quero ajudar a colocá-lo pra fora. – Vini também se pôs de pé.
- Ah, mas quanta hostilidade! Eu apenas vim para o jantar em família. Quem está fora de lugar aqui é o Álvaro Molina, não é mesmo. – Reinaldo foi se sentando na poltrona que estava ao seu lado. – Agora, me sirva um whisky, Heitor.
Nessa hora eu enxerguei tudo vermelho, uma raiva me subiu e eu o agarrei pela camisa.
- Seu cretino, sai da minha casa agora! – Falei olhando para aquele homem com ódio.
- Ah, Heitor, para de drama. Você adora fazer uma ceninha. – Reinaldo debochou. – Eu não vou a lugar nenhum. Vou ficar e jantar com a minha família. E estou achando que vou vir passar uma temporada aqui nessa casa com você e a deliciosa Samantha. – Reinaldo olhou para Samantha como se a despisse com os olhos.
- Você é nojento! – Samantha bradou em desgosto. – Tira ele daqui, Heitor, não quero esse traste aqui!
- Hebe, vamos levar a Clara lá para cima. Vamos Haydèe. – Escutei a Perla chamar minha mãe e minha irmã.
- Nossa! Essa é a sua mãe, Samantha? Ela é tão bonita quanto você, apesar da idade, ainda é bem interessante! – Reinaldo falou e só vi um braço passando ao meu lado e acertando o nariz do Reinaldo.
Quando olhei, a Perla já tinha tirado a minha sobrinha e as mulheres da sala e o Reinaldo estava com um corte sangrando no lábio e o Joaquim estava sobre ele.
- Agora chega, seu miserável! – Joaquim o sacudia pela camisa. – Você é um merda, um homenzinho desprezível e nojento. Agora cale a sua boca suja e saia daqui.
- Eu estou na casa do meu filho e não vou a lugar nenhum. – Reinaldo olhava em desafio para o Joaquim, com um sorriso demoníaco no rosto.
- Eu já disse que não sou seu filho! – Falei sentindo a raiva crescer dentro de mim. – E se você não vai sair por bem, eu vou te jogar na rua.
- Ah, se me permite, Heitor, eu gostaria muito de fazer isso com o Joaquim. – Álvaro tinha uma raiva estampada no rosto que eu ainda não tinha reparado. – Chame a segurança do condomínio para remover esse verme da sua porta.
Enquanto eu peguei o celular e liguei para a segurança do condomínio, o Álvaro e o Joaquim tiravam o Reinaldo aos solavancos de dentro da minha casa. Segui os três, com o Vini, o Enzo e o Edu no meu encalço. Ao abrir o portão e atirá-lo na rua a segurança do condomínio já estava parando o carro para levá-lo para a saída. Mas antes de ser colocado dentro do carro da segurança ele ainda gritou pra mim:
- Eu vou fazer da Samantha a minha putinha, Heitor. – Ele ria como um demônio. – E vou espalhar os vídeos na internet para que você possa ver.
- Perla, decidiu o que vai fazer com o apartamento? Vou providenciar a mudança da Sam na próxima semana. – Ela havia ficado de decidir o que fazer e eu queria saber se precisaria da minha ajuda.
- Ah, sim, genro, o Vinícius vai morar lá. Ele está dividindo o apartamento com um colega, mas não está satisfeito. Então vai ficar lá. Não vou precisar nem tirar os móveis. – Perla explicou.
- Mas que ótimo! – Realmente gostei de saber que ela entregaria o apartamento a alguém de confiança. – Vini, quando você quer se mudar?
- Cara, se a Sam não se importar, amanhã mesmo. Ela pode tirar as coisas dela com calma, mas eu não agüento mais o meu colega de apartamento ele é um bagunceiro. – Vini lamentou.
- Ah, é, e o Vini detesta bagunça. – Samantha o provocou. – Me obrigou a fazer faxina outro dia.
- Minha deusa, não reclama, graças a ele você encontrou meu bilhete. – Sorri pra Sam.
- E graças a mim ela decidiu voltar pra você! – Vini arrematou.
- Ah, claro, é praticamente a fada madrinha do casal. – Enzo zombou. – Só não esquece que quem perambulou com ela pela cidade e a trouxe até você fui eu, tio.
- Esse moleque é abusado assim mesmo? – Vini riu.
- Você não viu nada! – Respondi, fazendo todos rirem.
O resto do jantar correu tranquilamente, eu já estava louco para ficar sozinho com a Sam e me perder no seu corpo gostoso sem me preocupar com mais nada, mas a noite ainda me reservava uma surpresa.
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