“Samantha”
O dia tinha sido tão bom! O Alessandro me deu a tarde de folga, pois soube que eu almoçaria com o Heitor. Fomos comprar coisas para a casa e nos divertimos muito com isso. Mas depois que o Heitor me deixou no meu apartamento as coisas desandaram.
Logo que entrei no prédio o porteiro me entregou a correspondência e meu coração quase parou de bater quando vi o envelope. Eu não podia acreditar que ele me encontrou. Mas como?
Fui para o meu apartamento e eu não tive nem coragem de abrir o envelope. Fiquei sentada no sofá, aterrorizada, olhando para o envelope em minhas mãos e nem me dei conta quando comecei a chorar, mas a medida que o tempo passava o desespero crescia dentro de mim.
A campainha tocou e eu fui olhar no olho mágico. Era o Heitor finalmente. Abri a porta e me joguei em seus braços deixando as lágrimas caírem com todo o meu desespero.
Ele ficou aflito perguntando o que havia acontecido, mas eu nem conseguia falar, só chorava. Então entreguei o envelope a ele. Depois de sentar no sofá e me colocar em seu colo, Heitor abriu o envelope. Ele leu em silêncio, mas senti seu corpo enrijecer sob o meu.
- Vamos sair daqui, Sam. – Heitor me colocou de pé e se levantou. – Vamos pra casa.
- Heitor... – Eu estava tentando me controlar. – Eu preciso pegar minhas coisas.
- Quando chegou a carta? – Ele suspirou.
- O porteiro me entregou quando cheguei.
- E por que você não me ligou imediatamente?
- Porque eu paralisei. Eu estou com medo, Heitor. O que diz aí.
- Você não precisa ler isso.
- Preciso sim, eu preciso saber.
Heitor bufou e me estendeu o envelope. Era a mesma letra de sempre por fora, com o endereço da agência de correios que eu já conhecia. Tirei a carta de dentro e desdobrei o papel, lendo o que estava escrito:
“Você acha mesmo que pode fugir de mim, Samanthinha? Não pode! Eu já sei que você se mudou de endereço e de trabalho, mas eu também já sei onde você mora agora e onde está trabalhando. Meu advogado disse que eu vou sair em breve. Me espera, gata, que quando eu sair a primeira coisa que vou fazer é matar a saudade do seu corpinho. Rômulo.”
Quando terminei de ler eu estava gelada e com muito medo. O Rômulo era um demônio! O que eu ia fazer? Será que eu nunca me livraria dele? Heitor me sacudiu.
- Sam! – Olhei pra ele. – Vamos pegar o que você precisa rápido e vamos sair daqui. Amanhã você faz uma lista de tudo o que você quer que leve pra casa e eu mando uma equipe, mas aqui você não volta.
- Heitor, é o meu apartamento. Eu não posso simplesmente abandoná-lo! – Eu mal estava raciocinando.
- Sam, você não vai voltar pra cá. Vamos fazer do jeito que eu disse e no fim de semana vamos conversar com a sua mãe. Ela precisa saber e vocês duas decidem o que fazer com o apartamento. Mas eu não vou deixar você correr riscos desnecessários.
- Está bem. Você tem razão. – Respirei fundo e tentei me acalmar. – Me ajuda a pegar umas coisas?
- Claro, rouxinol! – Heitor me abraçou mais uma vez e fomos para o quarto.
Abri uma mala e comecei a colocar algumas roupas e itens pessoais. O necessário para esperar o Heitor providenciar a mudança do resto. Saímos do apartamento e fomos para a nossa casa. Era estranhamente reconfortante dizer “nossa casa”, mas eu realmente sentia que era nossa, que era um lugar onde nossas bases se fortaleciam dia a dia.
Depois de um banho morno e roupas limpas, eu me sentia melhor. Me sentia segura ali.
- Você está melhor? – Heitor perguntou segurando meu rosto entre as suas duas mãos.
- Certamente o Junqueira conhece vários moradores do condomínio e usou isso de algum jeito. – Patrício sugeriu.
- Sim, mas isso nós não conseguimos descobrir, como ele entrou aqui.- Flávio justificou.
- Vou redobrar a segurança. – Heitor respirou fundo.
- Por quanto tempo eu vou ter que viver assim? – Comecei a chorar de novo e a Melissa, que estava sentada ao meu lado, me abraçou.
- Calma, Sam! Vai ficar tudo bem. – Taís apertou a minha mão tentando me confortar.
- Na empresa a segurança já está reforçada, desde que fizemos as modificações por causa das ameaças do Junqueira, os protocolos de segurança ficaram mais rígidos. Mas vou colocar um segurança te acompanhando dentro da empresa e fora dela, Sam. E o mesmo serve pra você Manu. – Alessandro informou.
- Fora da empresa eu cuido disso, Alê. Preciso que seu segurança cuide dela dentro da empresa apenas. Deixarei dois homens na porta do prédio que a acompanharão em qualquer lugar e também um motorista ficará a disposição. – Heitor já estava com tudo decidido.
- Ótimo, vou destacar uma vaga no estacionamento do prédio para o seu motorista, assim a Sam não tem que ir até o lado de fora para entrar ou sair do carro. – Alessandro era tão rápido quanto o Heitor decidindo as coisas, nem parecia que eu estava ali, pois ninguém me perguntava nada.
- Isso quer dizer que eu não posso sair do prédio? Vocês estão querendo que eu fique presa? – Reclamei.
- Sam, não é nada disso. – Heitor tentou contemporizar. – Se você sair do prédio terá os seguranças com você, mas eu não vou arriscar que ninguém te faça mal e eu não estou falando só do Rômulo. Por favor, me dê essa tranquilidade.
- Está bem. – Bufei. – Façam como quiserem.
Olhei pra Manu que só concordava com tudo, mas parecia nem estar prestando atenção em nada.
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